Convenção Nacional dos Bancários é contrarreforma trabalhista

Nilton Damião Esperança*

A assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho Nacional dos Bancários, na última sexta-feira, 31, é uma vitória importantíssima para os trabalhadores bancários de empresas privadas e públicas. O desafio era imenso: esta foi a primeira Campanha Nacional dos Bancários que aconteceu após a reforma trabalhista proposta pelo governo ilegítimo e aprovada por nosso Congresso retrógrado e comprometido com os empresários. Corremos o sério risco de perder todas as conquistas duramente alcançadas ao longo de quase noventa anos de movimento sindical bancário e que se tornaram referência para diversas categorias de trabalhadores.

Iniciamos nossa Campanha Nacional Unificada 2018 em meio a uma conjuntura desfavorável, com as mudanças na CLT e na iminência da votação da legalização da terceirização irrestrita pelo STF. Diante destas condições, a estratégia adotada pelo Comando Nacional dos Bancários foi fortalecer a unidade e organização dos trabalhadores, tendo como lema a manutenção de todos direitos.

Ao longo de uma série de 10 rodadas de negociação, recebemos apoios e críticas, naturais num processo desse porte. Nossa estratégia foi manter a mobilização para termos capacidade de deflagrar uma greve a qualquer momento, mas, ao mesmo, tempo evitar o risco de levarmos Campanha Nacional para dissídio coletivo, que poderia nos ser desfavorável.

Ao final, conseguimos manter nossa unidade como dirigentes sindicais, seguindo as orientações do Comando Nacional. Com intensa participação dos diretores dos 13 sindicatos da base da federação, construímos manifestações, assembleias, conferências estaduais, regionais, a nacional.

Como resultado, conquistamos não apenas a reposição total da inflação e aumento real, como também todos os direitos previstos pela Convenção Coletiva de Trabalho, bem como nos Acordos Aditivos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para os próximos dois anos (2018/2020). A CCT e os ACTs foram aprovados em assembleias lotadas por todo o Brasil e asseguram direitos e remuneração para cerca de 450 mil trabalhadores de bancos públicos e privados em todo o Brasil.

Nossa Convenção se torna agora uma referência para todas as outras categorias organizadas e trará um forte impacto na economia nacional, devido ao reajuste nos salários, vales alimentação e refeição e a PLR.

As consequências positivas desse acordo histórico da categoria bancária também vão colaborar para o fortalecimento dos bancos federais e com a luta por melhores condições de trabalho.

UNIDOS SOMOS FORTES!!!

 

* Nilton Damião Esperança é presidente da Fetraf-RJ/ES e representante da entidade no Comando Nacional dos Bancários.