Cassi: por que é importante votar a favor da proposta para redução do déficit

Rita Mota*

 

A crise na Cassi se aprofundou e provocou um déficit muito alto, que trouxe a necessidade de recorrer a medidas emergenciais. Uma proposta de sustentabilidade foi negociada por dois anos entre o BB e os sindicatos e entidades associativas do funcionalismo. O resultado destas negociações será submetido à consulta dos usuários a partir deste dia 11.

A Comissão de Empresa do BB e as entidades associativas defendem o voto SIM, aprovando a proposta. Com a aprovação, será instituída uma contribuição extraordinária e temporária de 1% dos vencimentos/proventos por parte dos associados até dezembro de 2019. Este aporte extra tem como objetivo garantir que a Cassi continue funcionando. Sem esta medida, nossa Caixa de Assistência não terá como pagar pelos procedimentos médicos dos associados. Nosso acesso às consultas, exames, cirurgias e tratamentos ficará comprometido, como já aconteceu no passado.

Em contrapartida, o BB vai fazer um ressarcimento mensal no valor de R$ 23 milhões durante o mesmo período, para cobrir despesas dos programas vigentes, coberturas especiais e estrutura própria – as CliniCassis. Este valor será reajustado anualmente, de acordo com índice oficial de medição da inflação. Tanto a contribuição extraordinária dos associados quanto os ressarcimentos por parte do banco podem ser suspensos antes do fim do prazo de vigência do acordo, em duas datas pré-definidas.

Caso os associados aprovem a proposta, será contratada – às custas do BB – uma consultoria para fazer um raio-x da situação da Cassi, apontando o que pode ser melhorado, sobretudo, na parte administrativa. O objetivo é que o diagnóstico que vai resultar desta consultoria aponte onde estão os “ralos” por onde escoam os recursos e onde os processos podem ser aprimorados, para permitir um atendimento mais ágil ao usuário.

A proposta não resolve os problemas financeiros, mas sua aprovação nos dará condições de manter a Cassi funcionando enquanto se busca e constrói uma solução permanente. É preciso que fique bem claro que o voto SIM não representa uma fórmula mirabolante para a Cassi, mas apenas um paliativo que garanta a continuidade do atendimento.

O déficit é grande e, enquanto as negociações da proposta de sustentabilidade estavam acontecendo, a solução para a falta de recursos foi tomar empréstimos junto ao Banco do Brasil, que vem cobrando juros de mercado. Com isto, sai mais caro para os associados pagar estes empréstimos do que criar a contribuição extraordinária de 1%.

Ao contrário do que dizem alguns, esta proposta não foi negociada sem o conhecimento do funcionalismo. As negociações começaram em 2014 e, em duas ocasiões, as propostas do banco foram recusadas na mesa. Durante todo o processo os jornais e informativos dos sindicatos e associações divulgaram as negociações em seus veículos, digitais e impressos. Além disso, a Cassi – ao lado da Previ – são os dois tópicos mais discutidos nos encontros regionais e no Encontro Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.

Não podemos ser ingênuos de pensar que a vitória do “Não” vai inaugurar uma era de mobilizações dos funcionários do BB para a construção de nova proposta. A que foi apresentada no dia 05 de setembro já passou por vários momentos e, mais de uma vez, a oferta do banco foi rejeitada em mesa pelas entidades dos trabalhadores. Além disso, a aprovação de uma proposta depende imensamente da boa vontade do banco, daí estes processos serem tão longos. Portanto, não se pode esperar que uma proposta excelente, construída a partir da base, com participação direta dos funcionários, será aceita pela direção do BB.

A aprovação da proposta que foi negociada não é o fim da linha. Já no dia seguinte ao encerramento da consulta é preciso que todos os associados passem a fiscalizar a Cassi, acompanhando os procedimentos médicos utilizados pelos próprios e por seus dependentes. É necessário, também, cobrar do banco que selecione e contrate a consultoria logo em seguida, para que os problemas de gestão possam ser sanados o quanto antes. E, por fim, devemos nos organizar para apresentar propostas e sugestões para um novo acordo que dê conta de sanear as finanças da Cassi e garantir a continuidade do atendimento aos associados.

Clique aqui e veja a íntegra da proposta.

Como votar:

Podem participar desta consulta associados em pleno gozo de seus direitos junto à CASSI em 31/08/2016, conforme o Estatuto Social da CASSI. Aposentados até 31/08/2016 votam pelos TAA e funcionários da ativa naquela data votam pelo Sisbb.

 

 

* Rita Mota é representante titular da base da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB