Em reunião realizada na sede do Seeb-Rio no último dia 30, todas as associações de pessoal e aposentados da Caixa, mais o movimento sindical, definiram as ações para organizar a resistência contra a privatização do banco. Na mira do governo federal, a instituição centenária pode começar a ser fatiada e privatizada, o que representa uma severa ameaça à sua função social.
Representantes das associações Agecef (gestores), Aneac (engenheiros e arquitetos), Advocef (advogados), Anacef (avaliadores de penhor), Asas-BNH (funcionários do extinto BNH), Apacef (aposentados) e Apcef-RJ (pessoal), além do Seeb-Rio e da Fetraf-RJ/ES, discutiram as ações a serem realizadas. O objetivo do encontro foi organizar a unificação da luta e dos esforços em defesa da Caixa pública.
Foram definidas atividades a serem realizadas imediatamente. A primeira delas será a criação do Comitê Estadual em Defesa da Caixa Pública, que acontece no dia 23 de novembro – o comitê nacional foi criado em 31/10. Também foi estabelecido que as entidades vão empenhar esforços para mobilizar o funcionalismo e dialogar com a sociedade como um todo, alertando sobre a importância da Caixa e os prejuízos sociais da privatização. Outra decisão foi organizar uma campanha junto a deputados federais e senadores, deputados estaduais e vereadores, além de prefeitos de todo o estado.
A privatização é uma possibilidade que se concretiza a cada dia, mesmo com muita resistência do movimento sindical e social. Apesar do adiamento da votação da abertura de capital da Caixa, que deveria ter acontecido na reunião do Conselho de Administração no último dia 18, a ameaça ainda não está afastada. “Além da transformação em S.A., ainda há o risco de uma canetada do governo golpista, que não vê a hora de privatizar a Caixa e as outras empresas públicas”, alerta Luiz Ricardo Maggi, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/Caixa. Esta hipótese foi reforçada no último dia 03 pela publicação de um decreto governamental que prevê a venda de subsidiárias e empresas controladas por estatais.
Mas a reunião das associações e do movimento sindical evidenciou uma realidade: somente a participação de entidades não vai ser suficiente. “Todos os empregados, da ativa e aposentados, têm que se engajar neste movimento de resistência e sensibilizar a sociedade. Os brasileiros precisam entender que, sem a Caixa, programas sociais importantes como o FGTS, o PIS/PASEP, o Seguro-Desemprego, o Bolsa-Família, o Minha Casa, Minha Vida e até o financiamento imobiliário podem sofrer mudanças, cortes e até ser extintos”, alerta Maggi. O dirigente convocou, ainda, os sindicatos do interior a unir forças. “Não só os bancários, mas toda a população tem muito a perder com a privatização da Caixa. É preciso que todos os sindicatos filiados à Fetraf-RJ/ES participem da fundação do Comitê Estadual e do esforço de mobilização coordenada em suas bases”, exortou o sindicalista.