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Nota de solidariedade ao Sindicato dos Bancários/ES, vítima de censura por parte da diretoria do Banestes

O Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES), filiado à Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), lançou uma nota de repúdio contra o Banestes, que censurou um vídeo da campanha salarial dos empregados banestianos, onde denuncia um caso de adoecimento mental de uma funcionária vítima de assédio.

O vídeo foi censurado em rádios, TVs e nas redes sociais a pedido do banco, com o Sindicato sendo notificado, pela Justiça, nesta segunda-feira, 26 de agosto.

A Fetraf RJ/ES entende que ações e manifestações como esta, são direitos legítimos e legais das entidades sindicais.

E se solidariza com a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Estado do Espírito Santo, que tem como representante legal o Sindibancários/ES, incluídos os banestianos.

Estaremos sempre ao lado da democracia e na luta pelos direitos e pela saúde dos trabalhadores.

E conclamamos a direção do Banestes para que apresente propostas dignas sobre as demandas dos trabalhadores, como saúde mental, adoecimento e, também, sobre os demais pontos específicos da minuta das banestianas e dos banestianos no âmbito da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

A Federação vê com preocupação o tratamento que a direção do banco tem dado a estes pontos citados.

Não queremos censura!

Queremos propostas condizentes com os lucros do banco. E que contemplem quem realmente faz estes resultados e lucros: as empregadas e empregados do Banestes.

Confira a nota de repúdio do Sindicato.

O Sindicato dos Bancários/ES manifesta indignação e repúdio à direção do Banestes, que decidiu recorrer à Justiça para censurar um vídeo da campanha salarial dos banestianos. A censura sequestra um direito legítimo e legal do Sindicatode empreender ações relacionadas à campanha salarial das banestianas e dos banestianos no âmbito da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). É sempre oportuno registrar que o artigo 220º da Constituição Federal (CF) de 1988 estabelece que a liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de expressão e de informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerá qualquer restrição, observado o que nela estiver disposto. Na análise do Sindicato, a censura imposta fere o artigo 220º da CF. 

O Banestes obteve na sexta-feira (23) uma medida liminar da 5ª Vara Cível de Vitória, que determinou que os veículos de TV, rádio e sites de notícias retirassem do ar um vídeo produzido pelo Sindicato exclusivamente para a campanha salarial dos banestianos. No vídeo censurado a pedido do Banestes, uma atriz dramatiza um caso real de adoecimento mental de uma funcionária do Banestes vítima de assédio. O vídeo de um minuto de duração tem a participação de outra atriz que apresenta dados da pesquisa sobre adoecimento mental realizada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com bancários da base capixaba. 

O recorte apresentado no vídeo traz dados da saúde mental das empregadas e dos empregados do Banestes apurados pela pesquisa da Ufes e faz críticas à gestão do diretor-presidente do banco, Amarildo Casagrande, e ao governador Renato Casagrande, que o avaliza na direção da instituição. Ao contrário das alegações do Banestes apresentadas à Justiça, as críticas, em nenhum momento, ofendem a honra ou a moral do diretor-presidente do Banestes ou do governador. A crítica se escora no artigo 220º da CF e se mantém atenta à primazia de respeitar o cerne essencial dos direitos fundamentais à dignidade da pessoa humana. 

A transcrição do roteiro do vídeo na íntegra (abaixo) tem o intuito de permitir que o leitor avalie se o texto se baliza nos limites da crítica ou se de fato ofende a honra e a moral do diretor-presidente do Banestes e do governador .

(Depoimento da 1ª atriz baseado em um caso real): Eu buscava oportunidade de crescimento no Banestes. Mas o que encontrei foi assédio. Não conseguia mais trabalhar. Recorri ao setor de recursos humanos para pedir ajuda, mas nada adiantou. Me sinto perseguida.  Hoje faço tratamento com antidepressivos. 

(2ª atriz traz dados da saúde mental e faz críticas à gestão): Os bancários do Banestes estão adoecidos. A causa? O modelo de gestão do banco, com cobrança de metas, assédio moral e perseguições. Além de uma direção que não dá perspectiva de carreira aos bancários. Pesquisa da Ufes confirma: estresse, ansiedade e depressão afetam mais da metade dos empregados do banco. 

Apesar disso, a direção do Banestes, sob o comando de Amarildo e Renato Casagrande, nega tudo nas negociações da campanha salarial e não quer garantir qualidade de vida aos funcionários. Trabalho tem que ser promessa de vida. Por negociações justas! 

A cobrança de metas no setor bancário é uma realidade da categoria em todo o país. Não por coincidência, uma das reivindicações centrais do Comando Nacional dos Bancários na campanha salarial nacional tem sido o fim da cobrança abusiva de metas, aliada do assédio moral e gatilho do adoecimento mental epidêmico da categoria. A deterioração da saúde da categoria bancária nos últimos anos tem sido motivo de preocupação das centrais e dos sindicatos. Há pesquisas recentes sobre o tema feitas pela Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal Fluminense. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também tem publicado estudos a partir de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Todas essas fontes confirmam o agravamento do adoecimento mental da categoria. Esses dados, aliás, têm sido utilizados na mesa nacional para cobrar ações da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), da qual o Banestes é integrante.

Essa escalada assustadora do adoecimento, não podia ser diferente, motivou o Sindibancários/ES a apoiar a Ufes para fazer uma pesquisa com o propósito de ter um diagnóstico mais preciso da saúde do bancário capixaba. A pesquisa “Nossa Saúde Importa”(CAAE:71099023.4.0000.5542/Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito-Ufes)comprovou que a saúde mental dos bancários capixabas espelhava a situação da categoria país afora. O estudo teve o propósito de conscientizar os bancos e a população em geral sobre a grave situação de saúde dos trabalhadores bancários no Espírito Santo.

Na mesa de negociações com o Banestes, em duas rodadas específicas sobre o tema saúde e condições de trabalho, nossa expectativa era de que a direção do banco se sensibilizasse ante o grave problema, acolhesse a pesquisa e se propusesse a buscar, em conjunto com o Sindicato, soluções para melhorar a saúde dos seus funcionários. Mas o Banestes optou por uma posição negacionista, primeiro tentando desqualificar os dados da pesquisa na mesa de negociações e, em seguida, recorrendo à estratégia de recorrer à Justiça para censurar os dados científicos do estudo em vez de tentar entendê-los. 

O Sindicato, como representante legal dos empregados do Banestes, faz a crítica no vídeo ao governador e ao diretor-presidente do banco para registrar a inércia da direção da instituição nas negociações. Não se tratam de ilações, mas de fatos. A comissão de negociações do Sindicato, desde o início da campanha salarial, já se reuniu oito vezes com o banco e até agora a direção do Banestes não apresentou respostas efetivas às reivindicações das banestianas e dos banestianos. Um parênteses aqui sobre a arguição do Banestes apresentada à Justiça. O Banestes classifica o vídeo como uma reação às negativas do banco às reivindicações da categoria. Alega que o “Sindibancários apresentou proposta de reajuste absurdas e em dissonância com a realidade econômica nacional (…)”.

Ora, mais uma vez, é legítimo que o Sindicato, na condição de representante legal dos bancários da base capixaba, incluídos os banestianos, defenda em mesa as reivindicações dos trabalhadores. O que o Banestes classifica como “proposta absurda” é o aumento real de 10% acima da inflação. A “proposta absurda” dos trabalhadores tem o intuito de repor as perdas históricas dos banestianos, que somente entre os anos de 1995 e 2008 chegaram a 46,89%. Mais absurdo é um banco público aumentar o lucro em mais de 231% entre 2019 e 2023 (de R$ 112 milhões para R$ 371 milhões) e não reconhecer que são os empregados do banco os verdadeiros protagonistas desse resultado. 

Reiteramos nosso repúdio à postura autoritária do governador e do diretor-presidente do Banestes. O expediente da censura para coibir uma manifestação legítima dos trabalhadores vai sempre nos trazer lembranças das páginas mais infelizes da nossa história. Inspirado nos instrumentos do autoritarismo da ditadura, Renato Casagrande e Amarildo Casagrande confirmam que são avessos ao diálogo e preferem calar os trabalhadores a debater ideias. O Sindicato dos Bancários/ES se manterá firme no caminho da democracia e lutará contra todas as formas de censura, especialmente as que ferem os direitos dos trabalhadores. Vamos seguir convictos no propósito de construir uma proposta digna, que coloque a saúde das empregadas e dos empregados do Banestes sempre acima do lucro.

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Cassi recebe do BB contribuições sobre demandas trabalhistas

Depois de 14 anos de suspensão, o Banco do Brasil voltou a repassar para a Cassi, caixa de assistência dos funcionários do BB, as contribuições patronais incidentes sobre valores pagos a funcionários e ex-funcionários, decorrentes de processos trabalhistas e acordos judiciais e extrajudiciais (CCV e CCP), as chamadas “reclamatórias trabalhistas”. Nest quinta-feira (22), a Cassi recebeu do BB R$ 345,269 milhões, valores retroativos a 2010, quando os repasses foram suspensos, e a partir de agora o pagamento será regularizado.

“O movimento sindical sempre lutou pela retomada dos repasses. Foram anos de negociação junto ao banco para regularizar essa situação, que agora finalmente teve uma solução definitiva”, comemorou a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes.

Fonte: Contraf-CUT

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Fetraf RJ/ES repudia violência contra trabalhadores bancários em SP

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), que representa os Sindicatos dos Bancários de Angra dos Reis e Região, Baixada Fluminense, Espírito Santo, Itaperuna e Região, Macaé e Região, Nova Friburgo e Região e Três Rios e Região, repudia veementemente o Banco Santander, pelo uso da Polícia Militar, contra trabalhadoras bancárias e bancários de São Paulo, quando realizavam um Dia Nacional de Luta contra as terceirizações, nesta quinta-feira, 22 de agosto, em frente ao prédio Radar Santander SP.

Os trabalhadores realizavam um ato totalmente pacífico, também denunciando à sociedade a postura dos banqueiros em mesa de negociação que, mesmo com lucros exorbitantes, após oito rodadas de negociação só apresentou propostas rebaixadas e com retirada de direitos.

Os bancários reivindicavam o fim da intermediação de mão de obra, a apresentação de uma proposta decente na mesa com a Fenaban, a preservação dos empregos bancários, melhores condições de trabalho e o fim do adoecimento causado pela imposição de metas abusivas.

A Federação reafirma seu compromisso com a Democracia e condena, veementemente, esses atos de violência.

Não nos intimidarão.

Seguiremos juntos por valorização!

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Saúde e condições de trabalho são as pautas entre COE e Santander

Nesta sexta-feira, 9 de agosto, ocorreu a quarta reunião de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e a direção do banco, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo. O encontro integra as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e debateu novos temas relacionados à saúde e às condições de trabalho dos empregados.

Claudio Merçon (Cacau), representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na COE Santander, representou a entidade na reunião.

“Queremos garantir as melhores condições de trabalho para bancárias e bancários do Santander. Principalmente, para os trabalhadores portadores de deficiência ou que têm filhos neurodivergentes.”, declarou Cacau.

Entre as principais demandas apresentadas pela COE, destaca-se a proposta de que empregados com deficiência, conforme definido por lei, tenham prioridade na transição para o teletrabalho ou trabalho remoto. A comissão defende que qualquer recusa por parte do banco a esses pedidos deve ser devidamente justificada. A mesma prioridade ao teletrabalho é reivindicada para empregados com filhos com deficiência e/ou neurodivergentes, independentemente da idade, incluindo dependentes sob guarda provisória e enteados. Além disso, em casos que não for possível o trabalho remoto, deverá ser garantido uma redução de jornada diária nos dias de comparecimento presencial, sem que isso acarrete qualquer desconto no salário.

Outro ponto central das negociações foi teletrabalho e trabalho externo. Ao Santander foi solicitado que forneça um telefone celular corporativo para os empregados que também desempenham atividades externas. Esse dispositivo deverá contar com uma linha de dados suficiente para permitir a conexão compartilhada (Wi-Fi) com equipamentos de trabalho, como notebooks ou tablets. A COE também enfatizou a importância de garantir a comunicação direta e individualizada entre os representantes sindicais e os empregados que atuam nessas modalidades, por qualquer meio telemático.

Prevenção de riscos laborais

A proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores também foi discutida. Os representantes dos trabalhadores reivindicam a criação de um Grupo de Trabalho (GT) paritário, composto por representantes de ambas as partes, com a missão de eliminar ou reduzir riscos no ambiente laboral, com atribuições e prazos previamente definidos.

Além disso, a análise ergonômica incluirá a prevenção contra riscos de violência, tanto internos quanto externos ao ambiente de trabalho, garantindo apoio e acompanhamento médico e psicológico para os trabalhadores afetados.

Desconexão

Outro tema debatido foi a regulamentação voltada para o uso de tecnologias no ambiente de trabalho. Os trabalhadores devem ter o direito a se desconectar fora do horário de trabalho legalmente estabelecido, garantindo-lhes seu tempo de descanso e privacidade.

Para assegurar o cumprimento desse direito, o movimento sindical solicita a proibição do uso de dispositivos digitais como celulares e e-mails corporativos fora do horário de expediente. O banco também deve fornecer aos trabalhadores os equipamentos necessários para o desempenho de suas funções, como celulares e notebooks. “É impossível a desconexão quando o trabalhador usa o celular próprio. Por isso, é fundamental que o aparelho seja cedido pela empresa”, enfatizou diretora da Contraf-CUT e funcionária do banco Santander, Rita Berlofa.

A cláusula ainda garante a privacidade dos trabalhadores, limitando o uso de tecnologias de vigilância e controle digital, e estabelece o direito dos empregados a não serem submetidos a decisões automatizadas sem intervenção humana, assegurando a participação dos sindicatos em casos de uso de inteligência artificial nos processos de tomada de decisão.

Para Rita, “a proteção dos direitos dos trabalhadores em um ambiente de trabalho cada vez mais digitalizado é fundamental. Precisamos de regras claras que garantam a privacidade, o direito à desconexão e a transparência no uso de novas tecnologias. As negociações sobre esses temas são cruciais para que o avanço tecnológico seja uma ferramenta de melhoria das condições de trabalho, e não um fator de opressão ou desgaste para os empregados.”

A direção do Santander se comprometeu a apresentar uma resposta global às demandas entre os dias 22 e 23 deste mês.

*com informações da Contraf-CUT

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Sindicatos realizam Dia Nacional de Luta por Saúde

Nesta quinta-feira, 1º de agosto, Sindicatos da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), e de todo o país, realizaram o Dia Nacional de Luta por Saúde, com o objetivo de pedir por mais saúde na categoria.

O ato, que foi organizado pelo movimento sindical, também é uma resposta à Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban) que, na última mesa de negociação, no âmbito da campanha nacional de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), relatou que não existem dados suficientes que comprovem que casos de adoecimento mental estão ligados à atividade de trabalho.

“Em nossa pesquisa, pela Consulta Nacional dos Bancários, 39% dos trabalhadores que participaram, afirmaram utilizar medicamentos controlados nos últimos 12 meses. É preciso combater este alto índice de adoecimento mental na categoria”, comentou Nilton Esperança, Presidente da Fetraf RJ/ES.

“Temos vários depoimentos de bancários relatando a maneira como são cobrados, sendo assediados, pressionados na presença de clientes, mensagens de celular fora do horário de expediente, e querem dizer que isso não causa estresse? Um verdadeiro absurdo, já que os banqueiros ainda alegam que todos temos metas. Mas o debate não é esse. Estamos questionando a maneira que elas são cobradas.”, completou.

Além do tema de metas e saúde, foi explicado sobre as reivindicações da minuta entregue à Fenaban, para a campanha de renovação da CCT.

Afastamentos na categoria

Na Consulta Nacional dos Bancários que, neste ano, ouviu quase 47 mil trabalhadoras e trabalhadores, de todas as regiões do país, quando foi perguntado se utilizavam medicamentos controlados (antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes), nos últimos 12 meses, 39% afirmaram que sim.

Nessa mesma pesquisa, quando questionados sobre quais são os impactos da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas à saúde, podendo escolher múltiplas respostas, os resultados foram:

– 67% – preocupação constante com o trabalho
– 60% – cansaço e fadiga constante
– 53% – desmotivação, vontade de não ir trabalhar
– 47% – crise de ansiedade/pânico
– 39% – dificuldade de dormir, mesmo aos finais de semana

Só em 2023, os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 108,6 bilhões. Mas, apesar do montante, nesse mesmo ano fecharam mais de 600 agências e demitiram mais de 2 mil funcionários.

ANGRA DOS REIS

BAIXADA FLUMINENSE

ESPÍRITO SANTO

MACAÉ

TRÊS RIOS

*com informações da Contraf-CUT

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Sindicatos da Fetraf RJ/ES e de todo o país protestam contra os juros altos

Representantes dos Sindicatos da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) – Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Espírito Santo, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo e Três Rios -, e em todo o país, foram às ruas para protestar contra a política monetária praticada pelo Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça-feira, 30 de julho, data de início da reunião que define a taxa básica de juros, a Selic.

O ato foi organizado pelas centrais sindicais, como a Intersindical e a CUT.

No Espírito Santo, a caminhada aconteceu em Laranjeiras, no município de Serra. Também houve panfletagem na Universidade Federal do Espírito Santo. Já no Rio de Janeiro, o protesto ocorreu no Largo da Carioca, no Centro da cidade.

A expectativa do mercado, o principal orientador da entidade, é que o colegiado irá manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, índice que torna o Brasil com uma das maiores taxas de juros reais (taxa Selic descontada a inflação) do mundo, com reflexos negativos para o crescimento do país, porque influencia todas as outras taxas da economia.

“Muito importante estarmos nas ruas protestando e mostrando nossa insatisfação. A Selic alta prejudica os trabalhadores e a sociedade em geral. Queremos menos juros e mais empregos”, comentou Nilton Esperança, Presidente da Fetraf RJ/ES.

Para Cláudio Merçon (Cacau), Secretário Geral da Fetraf RJ/ES, “o que acontece hoje, é uma sabotagem do Banco Central com relação às taxas de juros. É preciso baixar as taxas para o país se desenvolver.”

Além de tornar o crédito mais caro, com impactos em toda a cadeia produtiva, no consumo e na criação de empregos, por ser o principal índice usado nas negociações dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, a Selic também impacta nos gastos do governo federal.

Instrumento de boicote à economia

Os movimentos sociais também destacam que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que foi indicado ao cargo em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro, não tem postura técnica, mas sim política, a exemplo da sua participação em almoço com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Paraíso para rentistas

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Cavarzan, explica que a Selic elevada tira dinheiro das famílias e das empresas e leva para os rentistas. Em outras palavras, desestimula o investimento na chamada economia real, que é aquela que impacta na geração de emprego, porque produz riqueza e renda.

Ainda segundo levantamento do Dieese, a cada 1% de aumento na taxa básica de juros brasileira, quase R$ 40 bilhões são transferidos, por ano, para a especulação financeira.

Inflação não se combate exclusivamente com Selic

No último encontro para definir a Selic, em junho, ao manter o índice em 10,5%, o Copom rompeu com o ciclo de cortes que vinha ocorrendo desde agosto de 2023, quando a taxa básica ficou em 13,75% durante um ano. Ciclo de cortes estes que só foi implementado após intensa pressão de movimentos sociais e críticas do setor produtivo e do presidente Lula.

Agora, a indicação que vem sendo feita pela entidade monetária é a de que manterá a Selic em 10,5% até o final de 2024, usando como argumento a piora nas expectativas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação no país.

Acontece que o IPCA segue dentro do teto estabelecido para o ano, de 4,5%, como apontam os relatórios divulgados periodicamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mais recente, publicado no dia 10 de julho, o IPCA acumulava alta de 4,23%, nos últimos 12 meses. Para 2025, a meta da inflação que o Copom persegue é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% para mais ou para menos.

Cavarzan ressalta que a inflação não se combate exclusivamente com a Selic. O economista lembra que as causas que levaram à inflação registrada no país entre 2021 e 2023, quando o Copom subiu a Selic de 2,75% para 13,75%, foram múltiplas, e não por conta do mercado interno aquecido.

“Naquele período, gasolina e etanol subiram consideravelmente por causa da política de paridade internacional de preços da Petrobras, que fazia os preços internos acompanharem as movimentações do mercado internacional. Essa política terminou no governo Lula. O segundo fator que impactou na inflação foi a energia elétrica, que chegou a ter elevação de mais de 21%, mas que não se trata de um preço que responde a mudanças na dinâmica de oferta e demanda na economia, mas sim um preço administrado, reajustado por contrato e conforme as condições climáticas”, destaca.

O terceiro fator, apontado pelo economista, para a inflação que o país enfrentou entre 2021 e 2023, foi a alta nos alimentos e que também ocorreu por fatores externos, em função da pandemia e do conflito entre Rússia e Ucrânia. “No caso do aumento de preços dos alimentos, uma política de estoques reguladores de preços seria uma das vias de resolução. Então veja, em todos os casos citados, a maneira de combater a inflação de forma eficiente seria por outras formas, que não a Selic e que traz fortes efeitos colaterais para o desenvolvimento do país”, conclui o economista.

ESPÍRITO SANTO

Fotos: Sérgio Cardoso

RIO DE JANEIRO

*com informações da Contraf-CUT

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Demanda do movimento sindical, BNDES realizará concurso com inscrição a partir de 26 de julho

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebe a partir desta sexta-feira (26), às 10h, inscrições para o concurso 2024. O edital foi divulgado na segunda-feira (22). As inscrições podem ser feitas até 19 de agosto, às 23h59, no site da Fundação Cesgranrio.

Após 12 anos sem concursos, o banco público fará provas em 13 de outubro para o preenchimento de cargos de nível superior, com a oferta inicial de 150 vagas e outras 750 para formação de cadastro de reserva.

“Mais contratações: essa é uma demanda de muitos anos do movimento sindical bancário”, ressalta o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinicius Assumpção. “Esses novos cargos devem representar um importante desafogo para o funcionalismo já tão sobrecarregado.”

O dirigente espera que o novo concurso seja um indicativo de mudança de postura na direção do banco, no sentido de valorização dos trabalhadores. Vinicius lembra que durante todo o governo anterior os empregados do BNDES sofreram, inclusive com ataques aos seus direitos. “Mas mantivemos uma resistência firme, organizada, e conseguimos garantir todos os direitos aos funcionários, mesmo naquele período sombrio”, lembra.

Desenvolvimento e diversidade

Pela primeira vez, um concurso do BNDES será realizado em todas as capitais do país e com cotas de 30% para pessoas negras. Além da elevação da cota para pessoas com deficiência de 5% para 15%. Atualmente, a instituição conta com um percentual aproximado de 14,6% de pessoas negras entre seus cerca de 2,4 mil empregados: 12,9% de pardos e 1,7% de pretos. Na sociedade brasileira, 56,1% são negros e negras (47% de pardos e 9,1% de pretos), conforme dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).

Nas redes sociais, a diretora de Recursos Humanos do banco, Helena Tenório destacou a importância do concurso. “Marca a retomada do BNDES como promotor do desenvolvimento do nosso país”, avalia.

Cargos e salário

O processo seletivo oferece o cargo de analista com ênfases em administração, análise de sistemas/cibersegurança, análise de sistemas/desenvolvimento, análise de sistemas/suporte, arquitetura/urbanismo, arquivologia digital, ciências contábeis, ciência de dados, comunicação social, direito, economia, engenharia e psicologia organizacional.

O salário inicial previsto no novo plano de cargos e salários do BNDES é de R$ 20.900, para uma jornada de trabalho de 35 horas semanais.

Além dos direitos previstos em lei, os aprovados terão possibilidade de ascensão de carreira de acordo com o plano de cargos e salários; assistência à saúde; assistência educacional (auxílio-babá, creche e ensinos fundamental e médio); plano de previdência complementar.

Fonte: Contraf-CUT

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Sindicatos de todo o país realizam atos pelo “Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde”

Sindicatos da base da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), e de todo o país, realizaram atos nesta quarta-feira, 24 de julho, pelo “Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde“.

A ação foi organizada pelo movimento sindical, com o objetivo de pressionar os bancos contra a prática de modelo de gestão que vem afetando a saúde metal dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

O dia nacional de luta acontece um dia antes da quarta rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), no âmbito da campanha nacional da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A pauta do encontro será saúde e condições de trabalho, com foco na política de metas praticadas pelas empresas.

“É muito importante esta mobilização, principalmente, na véspera de mais uma rodada de negociação. Os bancos precisam estar cientes que a saúde mental dos trabalhadores é pauta prioritária. Por isso, quero parabenizar, em especial, os Sindicatos da base da Federação pela demonstração de força e comprometimento com a categoria bancária.”, declarou Nilton Esperança, Presidente da Fetraf RJ/ES.

PESQUISA

Pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, realizada pela Secretaria de Saúde da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), e divulgada no final de 2024, revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico.

O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico.

Entre 2013 e 2020, foram registrados 20.192 afastamentos de bancários pelo INSS, com alta de 26,2% entre 2015 e 2020, percentual 1,7 vez acima do crescimento total de afastamentos registrados no país (de 15,4% no período), considerando todas as categorias. Em relação ao total dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais, os afastamentos de bancários correspondiam a 12% do total, em 2012, e a 25%, em 2022.

ANGRA DOS REIS E REGIÃO 

BAIXADA FLUMINENSE

MACAÉ E REGIÃO

NOVA FRIBURGO E REGIÃO 

**com informações da Contraf-CUT

 

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Diretoras da Fetraf RJ/ES participam do IV Fórum Brasil-União Europeia

Através das diretoras Renata Soeiro e Elizabeth Paradela, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) está participando do IV Fórum Brasil-União Europeia: O Brasil e a União Europeia: Políticas e economias nas transições verde e digital para um desenvolvimento justo e inclusivo, que acontece nos dias 22 e 23 de julho, no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

O evento é organizado pela Fundação Euroamerica e pela União Europeia.

O Fórum irá debater igualmente as parcerias e investimentos analisando a importância da cooperação internacional e do investimento privado. “Inclusão social e econômica: Estratégias para uma distribuição equitativa dos benefícios das transições.

Este encontro é crucial, sobretudo num momento em que questões ambientais e tecnológicas são centrais na formulação de políticas públicas e na condução das economias globais.

“Evento super importante para que todas a partes envolvidas encontrem soluções e saibam enfrentar, da melhor maneira, os desafios atuais, promovendo sociedades e economias sustentáveis e competitivas.”, comentou Renata Soeiro.

O EVENTO

Brasil, maior economia da América Latina e nona do mundo, possui grandes recursos naturais com uma matriz energética amplamente sustentável e um imenso mercado de consumo, exercendo um papel líder na região com um peso cada vez maior nas instituições internacionais.

Brasil é membro do Mercosul, do Grupo BRICS, do Fórum IBAS, da Celac e da OEA, entre muitos outros. Atualmente, ocupa a presidência do G20 com o lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”.

Apesar de não escapar da complexa situação econômica internacional desde a pandemia, a evolução de sua economia é otimista, com crescimento do PIB, queda do desemprego e das taxas de juros, estabilização da inflação e balança comercial positiva.

Destacam-se as reformas trabalhista, previdenciária e tributária aprovadas nos últimos anos que devem impulsionar o crescimento do investimento externo. Com uma estrutura produtiva diversificada, o atual governo do presidente Lula da Silva apresentou um ambicioso plano de reindustrialização do Brasil com o objetivo de promover, modernizar e diversificar sua indústria com o uso da digitalização e da descarbonização. Por seu lado, a União Europeia enfrenta os novos e importantes desafios do futuro através da sua tripla transição digital, verde e social, para a qual procura aliados em outros países e regiões do mundo.

O Brasil, principal destino comercial da União Europeia na América Latina, é considerado pela Europa como um parceiro estratégico, principalmente após a assinatura do Acordo de Parceria Estratégica em 2007. A União Europeia, por outro lado, é o maior parceiro comercial do Brasil.

Essas e outras questões que afetam o presente e o futuro das relações entre essas duas grandes regiões do mundo serão analisadas e discutidas durante o IV Fórum Brasil-União Europeia que, organizado pela Fundação Euroamérica e pela União Europeia, será realizado no Rio de Janeiro, no hotel Copacabana Palace nos dias 22 e 23 de julho, com o título “O Brasil e a União Europeia: Políticas e Economias nas Transições Verde e Digital para um Desenvolvimento Justo e Inclusivo”.

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Diversidade e igualdade de oportunidades são pautas da quarta mesa de negociação do BB

Nesta sexta-feira, 19 de julho, foi realizada a quarta mesa de negociação específica da Campanha Nacional 2024, para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Banco do Brasil. A pauta principal da reunião foi diversidade e igualdade de oportunidades.

Bethania Emerick, Diretora de Cultura e representante em exercício da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), representou a entidade na reunião, ocorrida em São Paulo.

“O tema igualdade de oportunidades é fundamental nas negociações com o Banco do Brasil. Ao discutirmos esse tema, buscamos equidade e justiça social, onde o talento e o esforço sejam reconhecidos, independentemente de gênero, raça, idade ou qualquer outra característica pessoal. Garantir que todos os funcionários e funcionárias tenham acesso às mesmas chances de desenvolvimento e ascensão na carreira, é fundamental para promover um ambiente mais inclusivo e motivador, não somente dentro do banco, mas da sociedade, coletivamente.”, comentou Bethania.

Antes de iniciar o debate sobre o tema principal, o banco respondeu ao pedido do movimento sindical apresentando o quadro atualizado da quantidade de horas negativas que os bancários precisam compensar até maio de 2025. Dos 5.497 trabalhadores com banco de horas negativo, 755 têm mais de 60 anos.

Igualdade de Oportunidades

O Banco do Brasil apresentou um panorama atual sobre a igualdade de oportunidades dentro da instituição. Atualmente, o banco conta com 25.724 funcionários negros, o que representa 29,51% do quadro total. Desses, 2.130 ocupam posições de liderança, correspondendo a 28,24% dos líderes.

O banco também destacou o programa “Raça é Prioridade”, que conta com 150 pessoas em processo de aceleração para liderança. Ao final do processo de desenvolvimento, estando aptos e havendo vagas, esses profissionais poderão assumir posições de liderança sem passar por novos processos seletivos, abrangendo todos os níveis de gestão. Além disso, os processos seletivos já existentes possuem uma cota racial.

Mulheres

O Banco do Brasil possui atualmente 35.681 mulheres em seu quadro funcional, representando 40,94% do total de funcionários. No entanto, apenas 26,79% dos líderes do banco são mulheres.

Para aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança, o banco apresentou programas com ações afirmativas direcionadas a mulheres. Foi citado um concurso recente para superintendente regional, no qual cerca de 70% dos aprovados foram mulheres, como parte do esforço da empresa para aumentar a participação feminina em posições de liderança.

Demandas da CEBB

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco programas que incluam cotas nos concursos públicos para pessoas trans e mais ações afirmativas para pessoas com deficiência (PCDs).

Canal de Assédio Moral

O Banco do Brasil atendeu à reivindicação do movimento sindical e divulgou o crescimento dos números do canal de denúncias, destacando sua efetividade. Em 2022, 26,9% dos protocolos envolvendo conduta de cunho sexual resultaram em demissões por assédio sexual. Em 2023, esse percentual aumentou para 45,9%. Nos primeiros seis meses de 2024, 65% dos processos de cunho sexual já resultaram em demissões.

“Isso mostra claramente a importância da efetividade do canal. A pessoa tem que ter confiança para denunciar e saber que a denúncia será corretamente investigada e os culpados punidos”, afirmou Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB, sobre o canal de denúncias.

Discriminação

Desde junho do ano passado, foram catalogados os números de condutas indevidas. Nesse período, 17 denúncias foram investigadas, das quais 65% envolveram raça, 17% gênero, 12% homofobia e 6% crença religiosa. No segundo semestre do ano passado, foi registrada a primeira demissão por racismo na história do Banco do Brasil.

Nome Social

O movimento sindical reivindica que todas as pessoas que utilizam um nome distinto do registro civil tenham o direito de usar o nome social, dentro da política de respeito à diversidade, para acabar com a discriminação a colegas LGBTQIA+. O Banco do Brasil informou que essa mudança já está em processo e se comprometeu a trazer atualizações no próximo encontro.

Licença parental

Outra reivindicação é a licença parental remunerada de 12 meses, a partir do nascimento, adoção ou do fato gerador do direito à licença parental, para cada pessoa de referência da criança ou do adolescente, limitada ao máximo de duas pessoas, sem prejuízo do emprego ou salário, para o desempenho da atividade parental. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto e se estenderá por período igual ao da internação hospitalar do prematuro. Se a pessoa gestante desejar iniciar a licença antes do parto, a outra pessoa de referência poderá optar por iniciar a sua licença a partir do parto. O banco se comprometeu a analisar a pauta e afirmou reconhecer o benefício desta reivindicação.

Etarismo

A CNFBB também reivindicou políticas para combater o preconceito etário. Grande parte da discriminação contra pessoas mais velhas está relacionada a estereótipos, como dificuldades no aprendizado e com a tecnologia, além de problemas de integração ao ambiente.

“É fundamental ‘olhar para dentro’ e refletir sobre a questão etária, bem como a forma de atuar contra o preconceito no ambiente corporativo. Quando falamos em diversidade etária, estamos falando em representatividade, pois os clientes são de todas as faixas etárias. Como ter empatia pelos acima dos 50 anos se não há ninguém dentro da organização que se coloque no lugar deles, que pense como eles e que desenhe produtos e serviços para eles?”, salientou Ana Smolka, representante do Paraná na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Pessoas com deficiência

A Comissão reivindica a inclusão de políticas afirmativas para PCDs e neurodivergentes, além de ampliar a redução da jornada de trabalho para pais e responsáveis por dependentes com deficiência física e/ou mental, para 3 e 2 horas dos funcionários de 8 e 6 horas, respectivamente. Devido à amplitude do tema, o movimento sindical avalia a necessidade de uma mesa específica para tratar de PCDs e neurodivergentes.

Considerando todos os cargos do Banco do Brasil, os PCDs representam 2,86%. Nos cargos de liderança, esse percentual é ainda menor: apenas 1,29%. Em 2024, o banco contratou 357 funcionários com deficiência: 107 com deficiência física, 65 visuais, 16 auditivos, 66 com deficiência mental (95% destes são TEA) e 3 com deficiências múltiplas. Desses, 34 já foram realocados: 19 com deficiência física, 2 visuais, 11 com deficiência mental e 2 com deficiências múltiplas.

Junto a esse grupo, o banco também iniciou dois grandes projetos para apoio e orientação aos gestores, acompanhamento dos funcionários e diálogo com a equipe que os recebe, além de prestar atendimento psicológico. Neste ponto, o movimento sindical levanta a possibilidade de acumular auxílio a filho com deficiência com auxílio creche.

“Reivindicamos que o auxílio a filho com deficiência seja cumulativo com o auxílio creche/babá, já que as mães atípicas estão entre os grupos com menor renda, por serem majoritariamente mães solo e terem maiores dificuldades no encarreiramento. Além disso, os gastos com terapias são altíssimos. Acumular esses valores é fundamental para garantir que os responsáveis possam oferecer todo o suporte necessário aos seus filhos nos primeiros anos de vida”, afirmou a secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini.

Avaliação positiva

“O tema da igualdade de oportunidades vem sendo tratado como prioridade pela atual gestão do BB e o debate da mesa foi bastante produtivo, inclusive mostrando em números o avanço no tema. Além disso, destacamos a importância da sinalização de avanço na licença parental, importante tema para combater a divisão sexual do trabalho de cuidados”, avaliou Fernanda Lopes.

A coordenadora da CNFBB destacou ainda que “o Banco do Brasil tem mostrado um comprometimento crescente com a diversidade e a igualdade de oportunidades, mas ainda há muito trabalho pela frente. Precisamos garantir que todas as ações e programas sejam realmente efetivos e reflitam uma mudança cultural dentro da instituição.”

A próxima reunião será no dia 26 de julho, em São Paulo, sobre saúde e condições de trabalho.

*com informações da Contraf-CUT