Conselho rejeita abertura de capital e Caixa continua 100% pública

A intenção do governo de correr por fora e privatizar a Caixa em fatias, através da abertura de capital, não foi aprovada pelo Conselho de Administração da Caixa. Em reunião na última quinta-feira, 07, os membros do CA retiraram da proposta de redação do novo estatuto o trecho que se referia à transformação da empresa estatal em S.A.

De acordo com a legislação, a privatização da Caixa teria que passar pelo Congresso, mas o governo golpista procurou um caminho mais rápido. Só não contou com a forte mobilização dos empregados país afora e a adesão da sociedade à luta pela Caixa 100% pública, que pressionaram o CA. A proposta de incluir a mudança no novo estatuto já havia sido retirada de pauta na reunião anterior, que aconteceu em outubro. O movimento sindical e as entidades associativas dos empregados têm realizado atos nas agências para mostrar à população a importância de manter a Caixa pública, para que continue cumprindo seu papel social como gestora dos programas do governo e do FGTS, pagadora do Seguro-Desemprego, financiadora da habitação popular, entre outras operações.

A representante dos empregados no CA, Rita Serrano, destacou como fatores decisivos para a vitória, além da mobilização de empregados, entidades sindicais e associativas, parlamentares e movimentos sociais organizados, a posição da direção da Caixa, que também foi contrária a transformação do banco em sociedade anônima. “Tivemos uma grande conquista, e ela só vem comprovar como é necessário acreditar na luta e ampliar nossa união em defesa da Caixa pública e seus trabalhadores”, destacou Serrano.

Mas a ameaça de privatização ainda não está afastada. “A rejeição da mudança no estatuto pelo CA foi uma derrota importante, que enfraquece o governo. Mas sabemos que Temer quer privatizar todas as empresas públicas e que a Caixa é uma das preferidas para começar o processo”, alerta Luiz Ricardo Maggi, diretor para Bancos Federais da Fetraf-RJ/ES e representante da base na CEE/Caixa. “Temos que ficar atentos a qualquer movimento, porque os golpistas não vão desistir e são capazes de qualquer manobra. Não podemos nos acomodar, é preciso manter a mobilização e continuar dialogando com a população. Precisamos que toda a sociedade brasileira apoie a luta para manter a Caixa 100% pública”, concluiu o dirigente.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES