O Rei Momo é bancário do Santander. Ou foi, por 19 anos, até ser demitido por justa causa por um erro do banco.
O bancário contraiu uma doença infecciosa nas pernas – erisipela – e foi afastado pelo INSS para tratamento. Durante a licença Milton precisou passar por cirurgias nas mãos para tratamento de Síndrome do Túnel do Carpo. Com a nova situação, o trabalhador notificou o INSS, que o encaminhou para nova perícia e manteve o prazo de afastamento já concedido para a recuperação pós-cirúrgica.
Quando retornou ao trabalho, em novembro, o Rei Momo foi demitido por “mau uso da licença médica”. O Santander alegou que ele não poderia ter ficado afastado para se recuperar das cirurgias tendo obtido licença para tratar da erisipela. O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro prestou assistência a Milton desde a demissão, tentando reverter a justa causa. Foram apresentados documentos e laudos do INSS comprovando que não houve nenhuma irregularidade na realização das cirurgias durante o afastamento.
Mas o Santander não aceita provas ou argumentação. “Não existe a justa causa que o Santander alegou e o argumento não tem o menor sentido. O banco errou, mas não quer voltar atrás e insiste em manter a demissão. Já estamos há muito tempo negociando, mas o banco não quer admitir que não há motivo para a dispensa por justa causa”, critica Fátima Guimarães, diretora do Seeb-Rio. “Não há nada de errado, até a perícia do INSS constatou que a erisipela estava curada e que a licença passaria a ser para a recuperação pós-cirúrgica. Se o INSS diz que está tudo dentro da regularidade, por que o banco cria problemas? Para nós, é muito claro que o Santander quer se livrar do Milton”, conclui a sindicalista.
A depender do Santander, o Rei Momo vai ter que apertar o cinto neste Carnaval.
Fonte: Fetraf-RJ/ES