Os dois grandes bancos federais de varejo perderam terreno em um dos maiores e mais lucrativos negócios do mercado em 2005 – o crédito a pessoas físicas – e reorientaram suas estratégias para 2006. O maior banco do país, o Banco do Brasil, constituirá uma financeira para disputar o público de não clientes, segmento no qual as grandes instituições do setor privado mais crescem. A Caixa Econômica Federal finaliza uma solução para enveredar pelo mesmo caminho, mas operada diretamente pela própria instituição.
“O BB pretende construir uma nova arena: o relacionamento com não correntistas, para vender crédito, cartões e seguros”, diz o vice-presidente da varejo e distribuição, Antônio Francisco de Lima Neto. Num mercado com forte expansão em 2005, o crédito de instituições públicas cresceu só 0,7 ponto percentual do Produto Interno Bruto, de 10,4% para 11,1%. Bem pouco diante dos 1,8 ponto dos bancos privados nacionais – de 10,7% para 12,5% do PIB.
Os financiamentos diretos ao consumidor são apenas um terço da carteira de pessoas físicas no BB, enquanto no mercado o quadro é inverso, com dois terços da carteira com esse tipo de crédito.
O BB usará as mesmas armas que permitiram rápido avanço dos bancos privados – a associação com varejistas. “Estamos partindo para parcerias nessa área”, conta Lima Neto. Já a CEF quer agregar operações de crédito dentro do próprio banco. “Está sendo desenvolvido um modelo para crescermos no financiamento de veículos”, adianta o diretor de crédito da Caixa, Carlos Henrique Almeida Custódio. A CEF estuda também sua estréia no CDCI, ou financiamento de consumo feito por meio dos varejistas.
(Fonte: Valor Online)
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