A Nova Zelândia, além de paraíso do ecoturismo e dos esportes radicais, é o país de melhor performance ambiental do planeta, segundo um ranking que será apresentado nesta semana na reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O estudo, feito por pesquisadores das Universidades de Yale e Columbia, nos Estados Unidos, faz uma avaliação de qualidade ambiental relacionada aos ecossistemas e à saúde humana em 133 países. O Brasil ficou em 4º nas Américas e em 34º na classificação global, atrás de Argentina (30º), Chile (26º) e Colômbia (17º). Em uma escala de 0 a 100, o País obteve nota 77.
“O Brasil é um país de performance muito irregular. Em algumas coisas está muito bem, enquanto em outras ainda tem muito o que fazer”, disse à Agência Estado Daniel Esty, da Universidade de Yale, um dos coordenadores do Índice de Performance Ambiental 2006. “Comparado a outros países da sua categoria, entretanto, está se saindo muito bem.”
Entre os 16 indicadores considerados estão qualidade do ar, recursos hídricos, infra-estrutura sanitária, mortalidade infantil, energias renováveis, conservação da biodiversidade e emissões de gases do efeito estufa. A partir de critérios internacionais, os cientistas criaram um conjunto de metas ambientais e mediram a distância de cada país para atingir esses objetivos.
O relatório, compilado pela primeira vez, é uma variação “em tempo real” do Índice de Sustentabilidade Ambiental, um estudo semelhante conduzido anualmente pelo mesmo grupo. “É uma tentativa de avaliar a performance atual dos países, no lugar de sustentabilidade a longo prazo”, afirma Esty.
A Nova Zelândia teve a melhor nota (88), seguida de Suécia (87,8) e Finlândia (87). Nas piores colocações ficaram Níger (25,7), Chade (30,5) e Mauritânia (32). Os Estados Unidos ficaram em 28º lugar, com nota 78,5. O objetivo, segundo Esty, é que o estudo sirva como um “espelho” para auto-avaliação dos governos. Dentro de tantas categorias e tantas variáveis, entretanto, a imagem que é refletida apresenta algumas graves distorções.
O único indicador no qual o Brasil obteve nota 100, por exemplo, foi o de “taxa de exploração de madeira”. Segundo Marc Levy, da Universidade de Columbia, o índice é uma relação do total de madeira derrubada versus o total de madeira não explorada. Como o Brasil ainda tem muita floresta em pé na Amazônia, a nota acaba sendo boa, apesar dos altos índices de desmatamento e exploração ilegal de madeira.
Levy reconhece a distorção, mas diz que esse foi o melhor critério encontrado com os dados disponíveis para fazer uma comparação entre os países. “De maneira alguma queremos dizer que o Brasil não deve se preocupar com a exploração de madeira.” A pior performance do País foi em “proteção de áreas selvagens”: nota 15,6.
(Fonte: Agência Estado)
Fonte: