Por trás da propaganda oficial que tenta vender “austeridade, responsabilidade e trabalho”, o governador de São Paulo e presidenciável declarado Geraldo Alckmin já entrou no clima de fim de governo com um aumento de 16,75% no próprio salário, que passa de R$ 12.720 para R$ 14.800 a partir deste mês de janeiro.
Mas, de olho no apoio de correligionários para a disputa interna dos tucanos, o governador pretende deixar ainda mais satisfeitos também os diretores e conselheiros das empresas estatais: os do chamado Grupo 1, com teto salarial limitado ao do governador, receberão os mesmos 16,75% de aumento real nos salários (de R$ 12,720 para R$ 14.800); os do Grupo 2 terão 23,10% a mais para gastar, passando de R$ 9.667 para R$ 11.900; enquanto salários do Grupo 3 aumentam 32,85%, saltando de R$ 5.510 para R$ 7.320.
Os aumentos concedidos ao “subsídio” do governador e aos “honorários” dos diretores estão propostos e justificados em parecer do Codec (Conselho de Defesa dos Capitais do Estado), que leva o n° 150 e data de 14 de dezembro de 2005.
Dentre as justificativas apresentadas estão a “defasagem de valores” não ajustados desde abril de 2003, a “valorização profissional” e a “adoção de adequada política motivacional” diante de “conhecidos desafios” para conciliar “as exigências de eficácia e eficiência no atendimento dos objetivos sociais”.
Conselheiros ganham bônus anual
Não bastassem os aumentos excessivos aos diretores, o Codec considerou também “oportuna a extensão aos membros de Conselho de Administração” do bônus anual, passando a usufruir “do mesmo tipo de incentivo concedido à diretoria” e abocanhando sua parte nos 10% dos dividendos ou juros sobre capital próprio distribuídos ao acionistas, com limite de seis remunerações.
Para a direção do Sinergia CUT, “Alckmin está querendo deixar diretores e conselheiros muito satisfeitos com esse aumentaço para que possam fazer sua campanha dentro da máquina pública. Óbvio que é uma grande farra eleitoreira”. Acionista minoritário das estatais, o Sindicato orientou seus representantes nas AGEs a votarem contra o aumento tucano. Aguarde novas informações.
(Por Liliam Parise – CUT/CE – em 7/fev)
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