Nesta quinta feira, 23 de março, às 19 horas, será inaugurado o Monumento ao Negro Capixaba, em homenagem à contribuição do povo afro-descendente ao desenvolvimento socio-econômico e cultural do Estado. Instalada em frente à sede da Assembléia Legislativa, na Enseada do Suá, o monumento passa a ser um importante marco histórico e paisagístico da cidade.
O autor da obra “Guerreiro Zulu” é o artista plástico Irineu Vasconcellos, vencedor do concurso realizado pela Assembléia. A escultura mede sete metros de altura e pesa oito toneladas.
No dia 23 de março, a programação do evento conta com participação das bandas de congo e do movimento Hip Hop capixaba. Haverá também um recital com a poeta Elisa Lucinda. O encerramento do evento ficará por conta da Velha Guarda do Samba capixaba. A programação faz parte das comemorações do Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial.
Na sexta-feira (24), a partir das 9 horas, será realizada uma mesa redonda para discussão da Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede estadual de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
O debate contará com a presença do secretário de Estado da Educação, Lelo Coimbra, do presidente do Instituto Brasileiro de Diversidades, Hélio Santos e a representante do Ilê Aiyê, Maria de Lourdes Siqueira.
Monumento
A obra “Guerreiro Zulu” tem a forma de uma casaca, instrumento de percussão, ícone representativo de uma importante manifestação cultural capixaba – o congo, sendo o negro depositário desse saber popular. Composto pelo busto de um negro com pescoço alongado, a obra faz alusão ao instrumento músical por meio da escultura.
“A formação da sociedade brasileira tem sua base fundada na escravidão e este povo sempre foi discriminado. Os negros faziam parte de uma estrutura social em que os dominadores impunham os valores culturais. Desta forma eram vistos como um povo bárbaro que não tinha capacidade. Nós sabemos que na verdade somos um povo capaz, que pode produzir e criar qualquer tipo de coisa”, destacou o autor da escultura, Irineu Ribeiro.
Na lateral direita, a obra contém uma haste que representa a peça da casaca, que serve para extrair o som por meio da fricção, como também remete a uma lança de um guerreiro africano. Na parte frontal estão representadas em sete cenas, esculpidas em alto relevo, a trajetória do negro na formação socio-econômica, cultural e política do Espírito Santo.
A primeira cena representa a cana de açúcar, enquanto as demais retratam o café, a mandioca, as ruínas de Queimado, o casario do sítio histórico de São Mateus, a banda de congo e as paneleiras de Goiabeiras.
Confira a programação
23/03 (quinta-feira)
19 horas – Solenidade de abertura no Plenário da Assembléia Legislativa.
Apresentação das Bandas de Congo Mirins de Roda D’água e Unidos de Boa Vista de Cariacica.
19h30 – Inauguração do Monumento em frente à Assembléia.
20 horas – Apresentação da Banda de Congo das Paneleiras de Goiabeiras.
21 horas – Grupo de Rap Congo Cia Cumby, Cia Enki de Dança e Movimento Hip Hop Capixaba.
21 horas – Recital Poético com Elisa Lucinda.
21h40 – Velha Guarda do Samba.
22h40 – Encerramento.
24/03 (sexta-feira)
9 horas – Mesa redonda para discussão da Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “Histórica e Cultura Afro-Brasileira”.
Fonte: Instituto Elimu