Danilo Funke Leme, Diretor de Bancos Federais e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), esteve presente na cerimônia de posse de Kelly Quirino como Conselheira de Administração Representante dos Funcionários (Caref), no Conselho de Administração (CA) do Banco do Brasil (BB).
A Federação, junto com os Sindicatos dos Bancários de sua base, apoiaram a eleição de Kelly Quirino.
No mesmo dia, também houve uma reunião da CEBB com a Direção do Banco do Brasil.
“Tivemos nossa primeira reunião da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil com representantes da Diretoria da instituição, após a posse da nova presidente Tarciana Medeiros, num momento de renovação de esperança, com o início de um novo governo do Presidente Lula. E nesse primeiro contato de negociação sobre os assuntos sensíveis aos interesses dos funcionários do Banco do Brasil, saímos otimistas e já percebemos uma mudança da nova política de gestão e, principalmente, de respeito aos direitos e melhores condições de trabalho aos nossos colegas. Foi unânime a todos os representantes das federações, de todo o Brasil ali presentes, que as cobranças abusivas de metas, a GDP no formato que está e o assédio moral, são uma constante no dia a dia dos bancários, ao longo dos últimos 4 anos. Temos que mudar. Vemos amigos e amigas adoecendo, nos procurando fragilizados fragilizados após sofrerem constantes assédios, pois o ambiente profissional não tem sido salutar pra esses trabalhadores. Foi tirado um calendário fixo com as datas dos pontos que tinha sido acordado na ACT, e GDP e Assédio Moral serão nossos primeiros temas.”, comentou Danilo Funke.
Posse
O evento, marcado pelo simbolismo da reparação histórica e pela emoção, ocorreu na noite da última quinta-feira, 4 de maio, no Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, em Brasília.
Em seu discurso, Kelly agradeceu os mais de 19 mil votos de bancários que a conduziram ao CA do BB, ao movimento sindical, aos seus familiares, seus gestores e aos membros dos coletivos de funcionários BB Black, bancários LGBTQIAP+, Liderança Feminina e PCDs; e reforçou a importância da construção de um banco mais plural, inclusivo e que represente o Brasil.
A Caref também salientou o passado de escravidão do país e as suas consequências que ainda hoje persistem, dentre elas o racismo estrutural e a desigualdade social.
Lembrou que o Banco do Brasil foi responsável por escrever muitas páginas do desenvolvimento econômico e social da nação, mas enfatizou que a instituição financeira contribuiu para a escravidão, ao ter aceito mais de 40 mil escravizados como garantia de operação de crédito, de acordo com registros históricos.
“Quando uma mulher negra se movimenta, toda uma estrutura se movimenta. É isto que estamos fazendo agora. (…) Vou trabalhar para entregar um banco melhor para as futuras gerações. Ao relembrar desse tempo que não se apaga, tenho a clareza de que, se hoje me torno uma conselheira eleita pelos funcionários do BB, não se trata apenas de uma conquista pessoal. Na verdade presenciamos, sem falsa modéstia, um marco para a representatividade racial e de gênero. E um grito contra o racismo e o sexismo que tem sido estrutural e que ainda vivemos no Brasil, em particular no mundo corporativo”, declarou Kelly em seu discurso.
Planos para o mandato
Na sua posse, realizada no dia 27 de abril, Kelly reforçou que mantém suas propostas de campanha, que incluem lutar para que o BB continue forte, ampliando sua participação no mercado sem deixar de lado a ampliação de crédito para desenvolver setores. “O Banco do Brasil tem que ser um aliado no repasse de crédito, incluindo para infraestrutura, agricultura familiar, micro e pequenas empresas. Sou de uma linha com o olhar desenvolvimentista”, pontuou.
A nova Caref destacou ainda que irá colocar em prática a promessa de campanha da criação de um canal direto entre ela e os funcionários do BB, além de ser atuante na promoção da diversidade e no combate ao assédio dentro da empresa.
Quem é Kelly Quirino
Kelly é bancária do BB há 15 anos, atuou por 10 anos na Fundação BB e hoje trabalha na Diretoria de Marketing e Comunicação (Dimac) do banco. Além disso, é pesquisadora associada ao Intercom nas áreas de jornalismo impresso e jornalismo especializado. Em 2020, foi eleita uma das 115 mulheres referência na luta antirracista no Brasil. É doutora em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Comunicação Midiática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).