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Quinta mesa de negociação do Banco do Brasil tem foco em saúde e condições de trabalho

Nesta sexta-feira, 26 de julho, a saúde e as condições de trabalho foram os temas centrais da quinta mesa de negociação específica da Campanha Nacional 2024 para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Banco do Brasil, realizada na manhã desta sexta-feira (19), em São Paulo.

A Diretora de Cultura e representante em exercício da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), representou a entidade na reunião, ocorrida em São Paulo.

“Nessa mesa tratamos de questões cruciais que afetam diretamente a vida e o bem estar dos funcionários e funcionárias.”, comentou Bethania.

A primeira reivindicação debatida foi a situação dos funcionários incorporados, como Nossa Caixa, Banco do Estado de Santa Catarina e Banco do Estado do Piauí, que continuam sem a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e sem a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ).

Saúde Mental

No segundo ponto debatido, o banco apresentou o Programa Saúde Mental, ancorado em cinco pilares, com diferentes ações e níveis de prevenção, para tratar o funcionário de forma integral. A ideia é abordar a saúde mental sob diversos aspectos, desde a tríade “atividade física + alimentação saudável + consciência plena” até consultorias especializadas em ergonomia para todos os times, apoio psicológico para os funcionários e o desenvolvimento de ações exclusivas para capacitar as lideranças sobre a importância do tema.

Segundo os representantes da instituição financeira, já foram realizados mais de 40 mil atendimentos de apoio complementar aos funcionários em seus tratamentos psicoterapêuticos, pela plataforma on-line.

“Ressaltamos a importância de que as avaliações ergonômicas sejam implementadas com maior atenção nos escritórios digitais, uma vez que esse modelo de trabalho possui especificidades que precisam ser mais bem analisadas. A combinação de metas com ferramentas virtuais de atendimento nos preocupa com relação a riscos de adoecimento”, apontou Antonio Netto, representante da Fetec-SP da CEBB.

Auxílio-doença

Outra reivindicação apresentada pelos representantes dos trabalhadores é que, em caso de concessão de auxílio-doença previdenciário ou auxílio-doença acidentário, pela Previdência Social, seja assegurada ao funcionário, incluindo os egressos de bancos incorporados, complementação salarial em valor equivalente à diferença entre a importância recebida do INSS e a remuneração total recebida pelo trabalhador, como salários, comissões, gratificações, adicionais, PLR, como se na ativa estivesse, até a cessação do auxílio-doença.

“No momento de afastamento por doença, os funcionários já enfrentam uma série de dificuldades e a preocupação com a manutenção das verbas salariais em muitos casos pode agravar a situação”, explicou Fernanda.

Durante a reunião, o banco anunciou a ampliação de dependentes para herdeiros, inventariantes e dependentes cadastrados na Previdência Social no auxílio funeral.

A próxima reunião será no dia 7 de agosto e debaterá a cobrança de metas.

*com informações da Contraf-CUT

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Mulheres negras unidas pela força e pelo sofrimento

Um dia para destacar as desigualdades, o sofrimento, a dor. Mas, principalmente, um dia para gritar ao mundo a força das mulheres negras, das indígenas, das oriundas de comunidades tradicionais. O 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha. E, no Brasil, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, homenageando uma das principais mulheres, símbolo de resistência e importantíssima liderança na luta contra a escravidão. A data, reconhecida em 2014 por meio da lei 12.987, celebra essas mulheres e busca dar visibilidade às suas lutas.

Relatório elaborado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), divulgado em setembro passado, mostra um Brasil de maioria negra: 119,75 milhões de brasileiros e brasileiras ou 56% da população total. As mulheres negras são 60,6 milhões, 28% da população total.

De acordo com a Associação de Mulheres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. A parcela da população mundial que mais sofre com a pobreza, a desigualdade e a violência. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), dos 25 países com os maiores índices de feminicídio do mundo, 14 ficam na América Latina e no Caribe.

“Daí a importância dessa data”, ressalta o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar. “Em 1992, um grupo decidiu que era preciso se organizar para denunciar a exclusão que atinge essa gigantesca parcela da população em todo o mundo. Assim foi realizado o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana. De lá para cá, no dia 25 de julho, eventos em diversos países discutem os problemas que atingem essas mulheres e formas de atacar essa desigualdade e injustiça social. Uma ação fundamental da qual a Contraf-CUT se orgulha em fazer parte.”

Ataque racista

Se as mulheres negras são vítimas de ataques e exclusão Brasil afora, a situação não é diferente para umas das mais importantes parlamentares brasileiras, símbolo dessa luta no país. Benedita da Silva, deputada federal (PT-RJ) eleita por cinco mandatos, foi chamada pela deputada Carla Zambeli (PL-SP) de Chica da Silva. A parlamentar de extrema-direita, que já perseguiu desafetos de arma em punho nas ruas de São Paulo, proferiu o ataque durante uma queixa por não ter discursado na Reunião de Mulheres Parlamentares do P20 em Maceió (AL), evento de parlamentares dos países que compõem o G20, grupo atualmente presidido pelo Brasil. Benedita da Silva, coordenadora da Bancada Feminina e da Secretaria da Mulher da Câmara, discursou no encontro realizado no Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial (3 de julho).

Tendo no currículo cargos como o de primeira senadora negra do Brasil (1995-1998), ex-governadora do Rio de Janeiro (2002-2003), ministra da Assistência e Promoção Social (2003-2007), Benedita recebeu amplo apoio da população, de parlamentares e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Benedita da Silva é exemplo de fé, muito trabalho e amor pelo povo brasileiro.”

Francisca da Silva de Oliveira, a Chica da Silva, foi uma mulher escravizada do século 18 que obteve alforria e rompeu barreiras sociais ao se tornar uma figura proeminente e poderosa em Arraial do Tijuco, atual Diamantina, em Minas Gerais. Sua história inspirou livros, filmes e novelas, uma delas protagonizada pela atriz Zezé Motta.

A declaração de Zambelli, referindo-se a Benedita da Silva com o nome da mulher escravizada que ganhou alforria, foi feita em tom de deboche. “Quem Zambelli pensa que é?”, questiona Almir Aguiar. “Essa declaração parece demonstrar, além do racismo evidente, um tom de desgosto de uma parlamentar que nunca terá no Brasil e entre os brasileiros, trajetória com a força e a importância da de Benê”, ressalta o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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Queremos Saúde, Caixa!

A taxa de afastamentos para tratamento de saúde em decorrência de acidentes de trabalho, ou doenças profissionais das empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal (6,2) é mais de três vezes maior do que a taxa geral do mercado de trabalho (2,0), segundo dados do INSS.

“Isso quer dizer que a cada mil empregados, 6,2 se afastaram por causa de acidente de trabalho, ou por doença profissional. Este número é muito alto e indica que há alguma coisa na Caixa que afeta demasiadamente o cotidiano de trabalho, a ponto de adoecer as empregadas e empregados do banco muito mais do que a média geral dos trabalhadores”, explicou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Rafael de Castro. “E temos que resolver esse problema, pois não podemos permitir que o trabalho leve os trabalhadores ao adoecimento”, completou.

“Queremos que o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) deixe de ser apenas um exame no qual a saúde da empregada e do empregado é avaliada e, como definido na norma regulamentadora número 7 (NR7), seja uma ferramenta para preservar a saúde, com avaliação do ambiente de trabalho e dos riscos que este têm para a saúde dos trabalhadores”, disse a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil. “Se a média de adoecimento profissional na Caixa é mais elevada do que a média geral, este é um sinal de que há algum problema que causa o adoecimento dos colegas”, completou.

Este é apenas um dos temas que serão tratados na reunião entre a CEE e a Caixa para negociar a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) das empregadas e empregados do banco, que acontecerá nesta sexta-feira (25). Mas a cereja do bolo deve ser o plano de saúde do pessoal do banco, o Saúde Caixa, devido aos inúmeros problemas que o envolvem, desde o atendimento precário devido à falta de médicos na rede credenciada em localidades mais afastadas dos grandes centros do país, à manutenção do custeio do plano.

Acompanhe as informações sobre as negociações com a Caixa nos sites e redes sociais da Contraf-CUT e das federações e sindicatos associados.

Composição da CEE

Coordenador: Rafael Castro;
Contraf: Eliana Brasil;
Feeb/BA-SE: Emanoel Souza e Marcelo de Oliveira;
Fetec-CN: Antonio Abdan e Tatiane Oliveira;
Fetrafi-MG: Lívio Santos e Assis e Selim Oliveira;
Fetrafi-NE: Chay Cândida e Odaly Medeiros;
Fetec-PR: Felipe Pacheco e João Paulo Pierozan;
Federa-RJ: Rogério Campanate e Serginho Amorim;
Fetraf-RJ/ES: Lizandre Borges e Marcio Wanderley;
Fetrafi-RS: Sabrina Muniz e Lucas Cunha;
Fetrafi-SC: Edson Heemann e Eduardo Cesar:
Fetec-SP: Vivian Sá e Hugo Saraiva;
Feeb/SP-MS: Tesifon Neto e Carlos Augusto Silva (Pipoca).

Fonte: Contraf-CUT

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Bancos se recusam a aceitar que metas adoecem a categoria

Nesta quinta-feira, 25 de julho, a saúde e condições de trabalho, com o foco no adoecimento da categoria, por conta da política de gestão por metas dos bancos, foi o tema da nova rodada da mesa de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), no âmbito da campanha nacional da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Os trabalhadores registraram a correlação entre a saúde e a pressão exercida sobre a categoria, para que cumpram os resultados das empresas. Apesar de representar 0,8% do emprego formal no Brasil, em 2022, a categoria bancária respondeu por 3,7% dos afastamentos acidentários e 1,5% dos afastamentos previdenciários naquele ano, considerando todas as categorias do país.

Nilton Esperança, Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), representou a entidade na reunião, que ocorreu em São Paulo.

“Na mesa de hoje, discutimos sobre a saúde e sobre as condições de trabalho dos bancários. Em nossa pesquisa, respondida por cerca de 50 mil bancários e bancárias, foi preocupante a colocação de que estão sofrendo com cansaço, fadiga, estresse, ansiedade, pânico, entre outras.”, comentou Nilton.

“Discutimos, também, que na mesa específica, os bancos não apresentaram avanços na melhora do modelo de cobrança, ou seja, continuam com metas abusivas, com assédio moral e provocando o adoecimento da categoria. Todas as vezes que levamos esse assunto para a discussão, os banqueiros dizem que os gerentes, as chefias, estão agindo por conta própria e que vão reorientar. Mas, na prática, eles são também cobrados da mesma maneira, abusivamente e com metas inatingíveis”.

E finalizou. “O representante dos bancos tentou argumentar, dizendo que todos temos metas, inclusive, citando os atletas da olimpíadas, porém, estamos discutindo fórmulas e maneiras, e não dizendo que não existem metas em nossas vidas.”

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) também esteve representada pelo Secretário de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Carlos Pereira (Carlão).

Juvandia também falou:

“Os dados mostram que o afastamento bancário é três vezes maior que a média geral. Nossa Consulta Nacional, com cerca de 47 mil, mostra ainda que os bancários e bancárias estão fazendo relação direta entre metas exageradas e problemas de saúde. Estamos falando de preocupação com o trabalho, cansaço e fadiga constantes, dificuldade de dormir, medo de perder a cabeça. Queremos ações concretas dos bancos contra isso”, pontuou a coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, que também é presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Levantamento do Dieese, com base em dados do INSS e da RAIS, mostra ainda que a categoria bancária foi responsável por 25% de todos afastamentos acidentários, relacionados à saúde mental, em 2022.

Depoimento das redes 

Antes de começar a mesa, a Contraf-CUT abriu uma caixa de perguntas, no Instagram, pedindo depoimentos de bancários e bancárias de como suas vidas são afetadas pela gestão dos bancos, baseada em metas exageradas. Em menos de 14 horas, quase 100 pessoas desabafaram. Algumas das respostas a seguir:

“Afeta ao ponto de tomar medicação para ir trabalhar e para conseguir dormir”
“Estou afastado com síndrome de burnout. Não posso ouvir a voz do meu gerente”
“O meu trabalho é cronometrado. Além de ser cobrado por metas, sou por tempo. É angustiante!”
“Tô achando lindo este semestre, maioria das agências não está nem perto de entregar, tiro no pé”.
“Ansiedade. Vc acha que está dando conta, atualiza o sistema e tem mais do que sua jornada comporta”
“Afeta minha casa, meu relacionamento e minha vida social”
“Celular, teams, reuniões online o tempo todo, telefone, clientes na agência… e muita cobrança”
“Do jeito certo, ético e legal, ninguém bate todas as metas”
“Cobrança via whatsapp até no final de semana”
“Passei 30 dias afastado devido às cobranças exageradas no mercado saturado” 


Reivindicações 

As reivindicações dos trabalhadores sobre o tema se concentraram em quatro eixos,  e que envolvem os artigos que vão de 75 até o 104 da minuta de reivindicações, que a categoria entregou aos bancos no começo da campanha nacional:

– Definição de metas e a política de gestão na aplicação das metas
, para que não sejam conduzidas de forma abusiva e que a elaboração dos programas conte com a participação dos trabalhadores.

Neste ponto, Juvandia lembrou que, na campanha passada, em mesa sobre o tema, consultoria contratada pelos próprios bancos identificou problemas com o prazo de metas.

“Esse problema continua. Cobramos nesta mesa que os prazos sejam razoáveis e respeitados. Notificamos casos em que, apesar de serem estabelecidas metas, por exemplo, semestrais, as mesmas viram mensais ou até quinzenais, sobrecarregando os trabalhadores e essa sobrecarga tem relação direta com a saúde mental”, pontuou. “O Santander é um exemplo disso, e quer que o trabalhador atinja a meta do mês até o 15º dia”, completou.

– Combate ao assédio moral. Os trabalhadores registraram que os acontecimentos desse tipo de violência estão atrelados ao primeiro ponto, por conta da pressão de gestores para que as equipes alcancem as metas. O comando registrou também a importância de os bancos cumprirem a cláusula 61, conquista dos trabalhadores na CCT e que prevê o combate ao assédio moral.

“Queremos a melhoria do texto da cláusula 61, para que que haja a participação dos sindicatos na apuração dos casos e a criação de canais específicos que recebam as denúncias de assédio, protegendo e acolhendo a vítima de maneira humanizada, com a apuração adequada de cada caso e com sigilo absoluto dos denunciantes”, destacou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles.

Fluxo humanizado para o atendimento de trabalhadores e trabalhadoras que, em decorrência de doenças, precisam acionar o INSS para afastamento.

“A nossa reivindicação é que os trabalhadores não tenham perdas salariais, quando precisarem se afastar pelo INSS. Também que os bancos não dificultem os procedimentos técnicos necessários para esse afastamento e, por fim, que quando esses trabalhadores retornarem ao trabalho, não sejam discriminados e não sejam perseguidos. Pois é um momento de fragilidade e, não havendo acolhimento adequado, o adoecimento poderá ser aprofundado”, resumiu Mauro Salles.

Um exemplo apresentado foi o caso do Itaú, como um banco que está comprando a estabilidade do trabalhador adoecido. Ao invés de acolher e ajudá-lo no processo de recuperação, está oferecendo dinheiro para que o trabalhador deixe a empresa. “É uma maneira de se livrar desse trabalhador”, completou Salles.

– Direito à desconexão. Os trabalhadores também reivindicaram o cumprimento de cláusula que assegura o direito não terem que participar de reuniões e de não receberem qualquer tipo de mensagem de trabalho após o horário laboral. “O direito à desconexão também está atrelado à questão de saúde mental”, complementou Juvandia.

Impactos da gestão sobre saúde mental

A também coordenadora do Comando Nacional e presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP), Neiva Ribeiro, destacou que avanços na mesa de saúde são urgentes. “O impacto entre saúde e ambiente de trabalho não é uma reivindicação nova e os bancos estão deixando a desejar nesta mesa permanente”, reforçou.

Além de dados do INSS e que revelam que a categoria bancária tem índice superior de afastamentos por saúde mental, em comparação com outras categorias, os trabalhadores trouxeram o resultado da Consulta Nacional do Bancários, feita neste ano com cerca de 47 mil respondentes.

Na questão “quais impactos a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas causa à sua saúde?”, de múltipla escolha, o resultado foi:

– 67% – preocupação constante com o trabalho
– 60% – cansaço e fadiga constante
– 53% – desmotivação, vontade de não ir trabalhar
– 47% – crise de ansiedade/pânico
– 39% – dificuldade de dormir, mesmo aos finais de semana
– 26% – medo de “estourar”, perder a cabeça
– 24% – crises constantes de dor de cabeça
– 23% – vontade de chorar sem motivo aparente
– 23% – dores de estômago/gastrite nervosa

“Eles não estão falando da vida lá fora, vida social, de casa, perguntamos sobre o ambiente de trabalho. E esse foi o resultado da consulta, os bancários estão fazendo relação direta entre metas e problemas de saúde”, reforçou Juvandia.

O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, apresentou ainda dados da “Pesquisa Nacional da Contraf-CUT: modelos de gestão e patologias do trabalho bancário”, feita em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, da Universidade de Brasília (UnB), com cerca de 5.800 bancárias e bancários.

Entre os resultados estão:

– 76,5% relataram terem tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho, no último ano.
– 40,2% dos respondentes estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa.
– 54,5% indicaram o trabalho como principal motivo para buscar tratamento médico.

A Fenaban negou que os dados são suficientes para comprovar que os casos de adoecimento mental estão ligados à atividade do trabalho bancário, considerando, entre os argumentos, informações da Organização Mundial de Saúde e que uma rápida pesquisa no Google contradisse.

Matéria da própria OMS diz que “o trabalho amplifica questões sociais que afetam negativamente a saúde mental”, completando ainda que “bullying e a violência psicológica (também conhecidos como assédio moral) estão entre as principais queixas de assédio no local de trabalho, impactando negativamente na saúde mental”.

Mauro Salles complementou ainda que, quando os representantes dos bancos registraram que não há relação entre trabalho e saúde mental, em local nenhum, se esqueceram que a síndrome de burnout está incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID), da OMS, e também está descrita pelo Ministério da Saúde (MS) “como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade”.

“Inúmeras pesquisas mostram essa correlação entre trabalho e saúde mental. Além disso, decisões judiciais, movidas pelo Ministério Público do Trabalho ou pelos próprios bancários, têm condenado os bancos por assédio moral e pressão por resultados. Também auditoras fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, em inspeções nos locais de trabalho, constatam essa relação”, concluiu Salles.

“A própria Fenaban trouxe informações que houve um total de 1.608 denúncias de assédio, recebidas pelos canais dos bancos. E constatou que houve um aumento”, completou Juvandia.

Outras devolutivas da Fenaban nesta mesa 

Após uma pausa, solicitada pelos próprios bancos, esses retornaram com a afirmação de que irão trazer, em próximas reuniões, propostas de avanços sobre os temas cobrados.

*com informações da Contraf-CUT

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Contraf-CUT, demais centrais e movimentos populares convocam atos contra juros altos

A Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) irá contribuir com os protestos contra a alta taxa de juros praticada pelo Banco Central (BC), junto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, em todo o país, no dia 30 de julho. Na data, ocorrerá o primeiro dos dois dias de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão colegiado do BC responsável pela definição da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).

“O Banco Central está impondo uma taxa de juros que dificulta o crescimento econômico no país. A Selic alta, além de aumentar a dívida do governo com os títulos públicos, torna o crédito mais caro aos setores produtivos, que deixam de investir e, portanto, gerar empregos. A Selic elevada também induz ao aumento dos juros bancários, impactando no aumento da dívida das famílias. É um ciclo inaceitável!”, explica a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

Uma arma política?

No último encontro para definir a Selic, nos dias 18 e 19 de junho, o Copom decidiu manter o índice em 10,50%. Com isso, rompeu com o ciclo de cortes que vinha ocorrendo desde agosto de 2023, quando a taxa básica ficou em 13,75% durante um ano. Ciclo de cortes estes que só foi implementado após intensa pressão de movimentos sociais e críticas do setor produtivo e do presidente Lula.

Por causa da Selic elevada, o Brasil é um dos países com uma das maiores taxas de juro real (que é o resultado da Selic menos a inflação) do mundo. A título de comparação, os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne 38 países de economias mais avançadas) trabalham com juros básicos que não chegam a alcançar dois dígitos. Na União Europeia, por exemplo, o índice está em 3,75% ao ano.

O Brasil não poderia reduzir a Selic para esse nível por ter moeda menos valorizada, mas os percentuais determinados pelo Copom nos últimos anos são apontados como muito acima do aceitável por economistas, um deles é o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz que, em março do ano passado declarou à CNN Brasil que “as taxas de juros reais brasileiras são muito, muito altas”.

O economista Ladislau Dowbor, professor da PUC São Paulo, alerta que a Selic praticada no país serve ao rentismo, ou seja, à exploração de aplicações financeiras, desviando recursos que poderiam ser investidos em setores que produzem empregos. “Não se trata de altos e baixos do mercado. É um sistema estruturado de extração de renda”, afirma.

O secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale, ressalta que o movimento sindical bancário participa da campanha #JurosBaixosJá desde o início do ano passado. “A categoria tem histórico em ações para chamar a atenção da sociedade sobre a relação da Selic com o desempenho econômico do país. Desde o ano passado, voltamos a reforçar a pauta, juntando forças com outros movimentos sociais contra a política do Banco Central que insiste numa taxa de juros elevadíssima, que em nada contribui para o desenvolvimento e o crescimento econômico”, pontuou.

Pesquisa Quaest divulgada no dia 10 deste mês apontou que a maioria dos brasileiros (66%) concordava com as críticas de Lula à política de juros do Banco Central, enquanto 23% discordavam e outros 11% não sabiam ou não responderam.

“Essa pesquisa mostra que a população compreende o assunto e entende que os juros altos afetam a vida de todos. Mostra ainda que o Banco Central está atuando contrário aos interesses do país, uma vez que a maioria discorda das decisões da entidade”, pontuou Juvandia. “O que revela também que o BC e não é independente na prática, porque vem submetendo todas as suas decisões ao mercado, em detrimento do cumprimento das suas obrigações, previstas em lei que são o crescimento econômico do país e o pleno emprego”, completou.

Fonte: Contraf-CUT
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Cláusulas econômicas foi o tema da rodada de negociação dos financiários, nesta terça (23)

Nesta terça-feira, 23 de julho, o Coletivo Nacional dos Financiários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realizou mais uma rodada de negociações da Campanha Nacional 2024 com a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). Este foi o primeiro encontro que debateu as cláusulas econômicas.

Nilton Esperança, Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), substituiu o Diretor de Bancos Privados, Max Bezerra, e representou a entidade na reunião, que ocorreu em São Paulo.

Na próxima reunião, o Diretor para Ramo Financeiro e Tecnologia do Trabalho da Fetraf RJ/ES e Diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES), Fabrício Coelho, será o representante na mesa.

“Na reunião de hoje, sobre cláusulas econômicas, pedimos INPC + 5% de aumento real. Além disso, valor seja diferenciado no VA/VR e acordo de 2 anos.”, comentou Nilton.

“Entendemos, também, que as financeiras tem toda condição de atender nossas reivindicações, inclusive no VA e VR, já que elas têm incentivos fiscais. Esperamos uma resposta positiva e que o fechamento de nossa campanha seja o mais rápido possível.”, completou.

PROPOSTA

A proposta dos representantes sindicais é um acordo de dois anos, com um reajuste salarial que cubra a inflação medida pelo INPC, de junho de 2023 a maio de 2024 e de junho de 2024 a maio de 2025, acrescido de 5% de aumento real. Os mesmos índices devem ser aplicados na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, Magaly Fagundes, reforçou a importância de um aumento real para os trabalhadores: “Estamos lutando por um reajuste que vá além da reposição da inflação. Precisamos de um aumento real que reconheça e valorize o esforço diário de cada trabalhador. O custo de vida tem aumentado significativamente, e nossos auxílios devem acompanhar essa realidade.”

VA/VR

Para os auxílios refeição e alimentação, a reivindicação é de 7% de aumento real nos dois anos. Durante a negociação, os dirigentes sindicais destacaram a importância de um reajuste significativo para os auxílios refeição e alimentação, considerando a alta inflação que impacta diretamente os trabalhadores que se alimentam fora de casa.

O coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT, Jair Alves, enfatizou a necessidade de valorização dos trabalhadores financiários: “A inflação tem sido um desafio constante, especialmente para aqueles que dependem de alimentação fora do lar. É fundamental que nossos auxílios reflitam essa realidade, garantindo condições dignas para todos.”

Os representantes das financeiras se comprometeram a trazer uma proposta global, que envolva todas as reivindicações, na próxima reunião, agendada para terça-feira (30/7), também presencialmente, em São Paulo.

*com informações da Contraf-CUT

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Bancários organizam Dia Nacional de Luta Menos Metas Mais Saúde

O movimento sindical bancário organiza, em todo o país, ações para o “Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde”, para 24 de julho. O objetivo é pressionar os bancos contra a prática de modelo de gestão que vem afetando a saúde metal dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

O dia nacional de luta acontecerá um dia antes da quarta rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), no âmbito da campanha nacional da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A pauta do encontro será saúde e condições de trabalho, com foco na política de metas praticadas pelas empresas.

Pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, realizada pela Secretaria de Saúde da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), e divulgada no final de 2024, revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico.

O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico.

Entre 2013 e 2020, foram registrados 20.192 afastamentos de bancários pelo INSS, com alta de 26,2% entre 2015 e 2020, percentual 1,7 vez acima do crescimento total de afastamentos registrados no país (de 15,4% no período), considerando todas as categorias. Em relação ao total dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais, os afastamentos de bancários correspondiam a 12% do total, em 2012, e a 25%, em 2022.

“Esses dados são inaceitáveis e comprovam que há prática de uma gestão adoecedora por parte dos bancos que precisa mudar. Portanto, o objetivo das manifestações é dar visibilidade ao alto número de adoecimento causados por metas excessivas, pressão por resultados e assédio moral para erradicar essas práticas”, explica secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.

Fonte: Contraf-CUT

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Compromisso com a igualdade e a diversidade são cobranças dos empregados da Caixa com o banco

Nesta sexta-feira, 19 de julho, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal reiterou a cobrança, em reunião de negociações realizada em São Paulo, para que o banco tenha mais compromisso com a promoção de medidas de respeito à diversidade e de inclusão das pessoas com deficiência (PcD) e neurodivergentes.

Lizandre Borges, Diretora de Saúde do Trabalhador da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) e integrante a CEE da Caixa, participou da reunião.

“A mesa de hoje foi produtiva, porque a Caixa informou alguns dados que a gente não conhecia. Mas nós precisamos avançar e o banco tem que nos dar as respostas das outras questões que estão sem indicações. Temos esperança que isso aconteça antes de agosto ou, então, no início desse próximo mês. Nós entendemos que a mesa de negociação está fluindo e a Caixa tem recebido todas as nossas reivindicações. Esperamos que ao final das negociações, a devolutiva seja positiva e que a gente tenha um resultado bom até o fim da campanha. Isso irá se refletir no acordo.”, declarou Lizandre.

Representantes do Comitê de Diversidade da Caixa também participaram da reunião e entregaram ao banco um documento com considerações sobre o Programa de Diversidade e Inclusão da Caixa.

O texto recorda que, após cobrança das entidades sindicais, a Caixa retomou o Programa de Diversidade e Inclusão, em julho do ano passado, mas que não se percebeu avanços nas políticas específicas. “Há um ano, quando fomos empossados no Comitê de Diversidade, ficamos muito felizes com a possibilidade de retomar debates e políticas de inclusão e igualdade na Caixa. Passado esse tempo, o balanço de mudanças efetivas está aquém do que esperávamos. Precisamos ter avanços concretos”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira, que faz parte do Comitê de Diversidade da Caixa pela Região Norte.

Outro ponto ressaltado pelo texto é que “tanto os membros das comissões (de diversidade), quanto os demais empregados e empregadas da empresa, demonstram insatisfação em relação à postura da Caixa no que diz respeito ao programa de diversidade.”

“Há um distanciamento muito grande entre aquilo que a Caixa nos apresenta e sobre a forma que diz conduzir estas políticas, do que diz nossos colegas que hoje estão aqui representando o Comitê de Diversidade. Precisamos discutir a organização das comissões regionais de diversidade para que haja soluções efetivas para os problemas que afetam esse público”, cobrou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da CEE/Caixa, Rafael de Castro, ao propor uma reunião de organização das ações antes do evento específico para este público, que a Caixa vai realizar no dia 26 de julho.

O banco se comprometeu a manter contato com as gerências regionais de pessoas (Gipes) e as representações regionais (Repes), que estão previstas para voltar a funcionar no dia 5 de agosto, para acertar esta organização e, na semana que vem, antes do evento específico que será realizado pela Caixa no dia 26, se reunir com os representantes do Comitê.

O representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetrafi) de Santa Catarina, Edson Heemann, citou a frase “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”, de Aristóteles, para destacar que a Caixa deve reforçar não apenas a igualdade, mas buscar a equidade entre seus empregados. “Pais e mães de PcD têm uma jornada diária muito diferente da nossa. Para fazer o acompanhamento dos filhos, têm um trabalho muito grande. Por isso, a Caixa precisa ter um olhar diferente sobre essas pessoas”, disse.

A representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Vivian Sá, destacou o pedido de redução de jornada para quatro horas diárias para pais de PcD. “Existem diversas questões que precisam ser observadas e clausuladas para que haja a garantia do direito às pessoas PcD”, disse. “Na Caixa existem muitas coisas, como cadeiras inadequadas, piso elevado quebrado, mobiliário do caixa que atrapalham o dia a dia de pessoas sem deficiência, as que têm deficiência isso é muito pior”, observou.

Os representantes da Caixa afirmaram que o banco não é contrário a inclusão de cláusulas em relação à diversidade no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e, diante dos muitos pontos a serem tratados, se dispôs a continuar as negociações sobre as políticas voltadas às PcD em uma mesa específica, no mês de agosto. Mas disseram que as reivindicações que envolvem custos para o banco precisam ser negociadas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Igualdade salarial

Diante da afirmação da Caixa de que no banco não há diferença salarial entre homens e mulheres e que a remuneração é definida de acordo com os cargos ocupados, a representação dos empregados observou que, neste caso, o problema está na falta de ascensão na carreira. “Não há salário diferente para o mesmo cargo, mas os dados mostram que as mulheres têm menos acesso aos cargos de direção. Os cargos com salários maiores são restritos aos homens e aí se dá a diferença”, observou Rafael de Castro. “E quando apontamos esta questão, tem gente que vem com argumentos ultrapassados e preconceituosos de que para ascender na carreira é preciso ter qualificação. E, mais uma vez, os dados mostram que as mulheres, mesmo tendo melhor qualificação, são preteridas nas seleções para cargos de direção e têm remuneração menor do que as dos empregados homens”, completou.

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Invisibilidade e preconceito

A CEE criticou a efetividade de programas apresentados pela Caixa, como o formato e a condução das “Rodas de Diálogo”, uma vez que não há um tempo efetivo para os empregados se dedicarem aos temas, e muitas vezes não há treinamento, nem identificação do gestor responsável pelas “rodas” com o tema.

“Precisamos trabalhar a efetividade. Nas rodas de conversa vemos que muita coisa é feita apenas para cumprir o protocolo. É preciso selecionar pessoas que se interessem em fazer o debate sobre o tema, para que ela se envolva e consiga envolver seus colegas”, sugeriu o representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec) do Centro-Norte, Antonio Abdan.

Discriminação racial

A representante da Fetrafi/NE, Chay Cândida, disse que, com relação às medidas para o enfrentamento ao racismo, o que a Caixa apresentou está em sintonia com que é reivindicado pelos empregados.

“Precisamos de um canal específico para receber denúncias, tanto de quem sofreu a violência, quanto de quem a presenciou. Com pessoas capacitadas para receber as denúncias e um regramento do que deve ser feitio, para evitar o que acontece com casos de violência contra mulheres”, completou, acrescentando que todos sabem da existência do racismo cultural e que é preciso enfrentá-lo.

A Caixa afirmou que o banco vai criar um canal específico para atender exclusivamente as denúncias de discriminação.

“Precisamos colocar isso no nosso Acordo Coletivo de Trabalho, para que não haja risco de deixar de existir”, cobrou a representante da Fetrafi-NE.

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Gestão pelo medo

A diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, citou casos de denúncias levadas à Caixa por empregadas vítimas de violência doméstica que foram expostas. “Se existe um canal de atendimento às mulheres vítimas de violência na Caixa, este canal é muito mal divulgado. Uma superintendência recebeu uma denúncia e, ao invés de dar o encaminhamento devido, levou o caso para a ouvidoria do banco”.

A diretora da Contraf-CUT lembrou também das denúncias que foram “engavetadas” na gestão passada e, depois que foram divulgadas pela imprensa levou à queda de Pedro Guimarães, então presidente da Caixa.

“Faz dois anos que toda a imprensa divulgou as denúncias de assédio moral e sexual de um ex-presidente da Caixa. E isso permanece sem resposta. O Pedro Guimarães vai continuar impune e fazendo piadinha sobre o caso nas redes sociais? Ele atingiu a todos nós e a imagem do banco e continua atingindo. Como as mulheres vão confiar que podem denunciar se o agressor permanece impune?”, questionou Eliana.

A CEE ressaltou, ainda que, em muitos casos de denúncias, a empregada é transferida para outra unidade para evitar que a vítima tenha que manter contato com o agressor, mas que, por diversas vezes, acaba perdendo a função e a gratificação a ela destinada, gerando queda da remuneração. A reivindicação é para que a Caixa garanta a manutenção da função para evitar a queda na remuneração.

Tecnologia e sistemas

A representante da Fetraf-RJ/ES, Lizandre Borges, falou sobre o incentivo da Caixa à elevação da escolaridade das empregadas e empregados. “A Caixa pode ampliar esse programa. Principalmente com a formação e adaptação dos empregados às mudanças tecnológicas”, disse.

A Caixa disse que defende a ampliação, principalmente para a elevação do número de mulheres na área de tecnologia da informação (TI).

Ainda na área de tecnologia, os empregados reivindicam que a Caixa invista “na aquisição e manutenção de equipamentos, softwares e demais tecnologias, adotando medidas efetivas contra a indisponibilidade de sistemas”.

“A indisponibilidade de sistemas não pode prejudicar a vida funcional dos empregados. Os inúmeros problemas de sistema afetam a vida funcional dos empregados e isso precisa ser resolvido”, disse o coordenador da CEE, Rafael de Castro.

Ele defende, porém, que estes investimentos sejam feitos com responsabilidade e pensando em solucionar problemas dos trabalhadores, não única e exclusivamente pensando no aumento da produtividade. “Recentemente, a Caixa passou a utilizar tecnologia artificial para ajudar seus empregados a responderem questões dos clientes. E isso me fez lembrar de uma fala do Átila Iamarindo em nosso último Conecef. Ele falou sobre o caso de uma empresa aérea que usa IA para atender seus clientes, mas que não quis se responsabilizar pelo desconto oferecido pela tecnologia a um cliente que comprou uma passagem. Alegaram que a tecnologia ofereceu um desconto que não existia. A Justiça deu ganho de causa ao cliente, claro!”, lembrou Rafael. “O que quero dizer, é que a Caixa não pode responsabilizar o empregado se houver algum desvirtuamento na resposta que ele der seguindo a orientação dada pela IA que a Caixa implementou. Os sistemas oferecidos pela Caixa não podem causar prejuízo à vida funcional do empregado, seja pela queda no sistema, seja pelo desvirtuamento da IA”, completou.

Outros pontos

Sobre as ausências permitidas, além das que já constam no ACT, foram inseridas na minuta de reivindicações entregue à Caixa, a permissão de ausências para acompanhar parentes em internações sem limite de dias, ausências específicas com relação a sintomas menstruais graves, ausências para acompanhar dependentes PcD em tratamentos e terapias.

Também foram feitas alterações nas reivindicações sobre escala de férias. “Existem muitos conflitos na definição da escala de férias e defendemos que haja priorização para todos que tenham filhos em idade escolar e para pais e mães de PcD”, disse a representante da Fetec-CUT/SP, Vivian Sá.

No artigo sobre o parcelamento do adiantamento de férias, a reivindicação é para que haja opção de o empregado escolher se quer, ou não, receber o adiantamento. “Para os empregados que quiserem receber adiantado o pagamento referente ao mês de férias, nada muda. A devolução do valor adiantado poderá continuar sendo em até 10 parcelas. Com a mudança proposta, o empregado poderá escolher se quer receber o valor adiantado, ou se quer receber na data normal em que receberia seu salário”, explicou o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (Feeb) de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Tesifon Quevedo Neto. “Sem prejuízo de ele receber o adicional de 1/3 estabelecido em Lei de forma adiantada”, completou.

O representante da Feeb-BA/SE, Emanoel Souza, defendeu o artigo que trata da necessidade de a Caixa continuar a pagar o vale-cultura aos seus empregados. “O vale cultura continua a existir, mas, sem o incentivo de dedução no imposto a ser pago pela empresa, ele deixou de ser pago. Mas, além de ser um estímulo para que o trabalhador consuma cultura, existe o aspecto de fortalecimento da cadeia de produção cultural do país, que gera muitos empregos. A Caixa, como empresa pública, poderia manter o pagamento do vale-cultura para contribuir com o incentivo à cultura e o desenvolvimento econômico do país”, explicou.

Outro artigo defendido por Emanoel é o que trata dos custos da escola inclusiva para filhos PcD ou neurodivergentes. Os trabalhadores defendem que este custo deixe de ser arcado pelo Saúde Caixa e passe a ser de responsabilidade da gestão da empresa.

“Isso não é questão de saúde! Os recursos não devem sair do Saúde Caixa. A empresa deve ser a responsável pela garantia deste direito”, disse.

Outro ponto destacado pelos empregados foi o artigo referente às transferências de local de lotação. “A Caixa precisa ter uma política transparente relacionada às transferências de empregados. Todos precisam conhecer as opções disponíveis e poder se candidatar a elas, pois é natural que as pessoas queiram trabalhar em um local mais próximo de casa ou, que se adeque melhor à sua rotina; em alguns casos isso é também uma necessidade e por este motivo a nossa minuta prevê algumas preferências nestas alocações”, disse o representante da Fetrafi-RS, Lucas Cunha.

Funcef

O Coordenador da CEE lembrou que a Contraf-CUT, a Fenae e a própria CEE, vem cobrando há algumas semanas a instauração de uma mesa de negociações sobre diversas questões que envolvem a Funcef. “A Funcef vem nos chamando para debater, mas é a Caixa e a CEE que devem debater a solução para os problemas da Funcef, por mais que outros atores sejam ouvidos”, disse. “O diálogo em nossa mesa de negociações está fluindo bem. Podemos dar uma demonstração de maturidade e mostrar que somos capazes de resolver isso”, disse.

Os representantes da Caixa disseram que estão discutindo esta possibilidade, mas que ainda não há uma resposta. “Precisamos que isso seja resolvido logo, pois há muitos empregados e beneficiários que são afetados pela demora nesta solução”, ressaltou o coordenador da CEE.

Calendário

Julho
26 de julho – Saúde e Absenteísmo

Agosto
7 de agosto
14 de agosto
21 de agosto
28 de agosto

*com informações da Contraf-CUT

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Combate ao conflito no ambiente de trabalho pauta reunião das financeiras

Na tarde desta sexta-feira (19), o Coletivo Nacional dos Financiários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realizou mais uma rodada de negociações com a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). A pauta do encontro incluiu temas cruciais como Saúde, Segurança dos trabalhadores, metas e violência organizacional, incluindo a violência contra a mulher, assédio moral e sexual. Outro tema debatido foram as medidas para o combate e prevenção de doenças e suas sequelas, especialmente o coronavírus, causador da covid 19.

Max Bezerra, Diretor de Bancos Privados da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), representou a entidade na reunião.

“As financeiras têm plenas condições de atender as reivindicações da categoria e melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores.”, declarou Max.

As metas de desempenho têm sido um ponto central nas discussões, pois pesquisas realizadas na categoria apontam que elas são o maior fator de desencadeamento de condutas violentas e de assédio moral no ambiente de trabalho. Em resposta a essas preocupações, o movimento sindical tem reivindicado a discussão contínua sobre as metas e a implementação de reuniões mensais para acompanhar o tema.

Jair Alves, coordenador do coletivo, destacou a importância da transparência no aparato de segurança das financeiras em relação aos dados dos locais de trabalho. “Nós queremos entender os métodos utilizados para garantir a saúde do trabalhador no dia a dia dele, em visitas aos clientes e até no próprio local de trabalho,” afirmou Alves, enfatizando a necessidade de um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Outro ponto crucial debatido foi a violência contra as mulheres. Magaly Fagundes, secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, ressaltou a necessidade de criar um canal de apoio dedicado a tratar de questões relacionadas à violência contra a mulher. “Esse canal terá a função de acolher a financiária vítima de violência doméstica e familiar, proporcionando o suporte necessário para que ela possa enfrentar e superar essas situações,” explicou Fagundes.

A rodada de negociações reforçou o compromisso das entidades em buscar soluções que promovam um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para todos os trabalhadores do setor financeiro. As discussões continuarão em reuniões futuras, com a expectativa de avanços significativos em cada uma das pautas apresentadas.

Fonte: Contraf-CUT

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Os funcionários da Nubank Financeiras merecem mais

O Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT está em negociação com a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Amanhã, sexta-feira (19), ocorrerá a terceira rodada de negociação da Campanha Nacional 2024, que abordará temas cruciais de Saúde e Segurança.

No entanto, uma situação inesperada surgiu: o Nubank, que possui representação na Comissão de Negociação da Acrefi, decidiu unilateralmente antecipar um reajuste salarial de 4,37% para seus empregados, sem qualquer comunicação prévia na mesa de negociação. Esta ação será discutida na reunião agendada para amanhã.

A data-base dos financiários é 1º de junho, e devido ao impasse na mesa de negociação da Acrefi, assim como a pressão exercida pelas entidades sindicais e pelos trabalhadores, a diretoria do Nubank decidiu aplicar a inflação do período de junho de 2023 a maio de 2024, acrescida de um aumento real de 1%. O Coletivo dos Financiários entregou a pauta à Acrefi em 6 de junho, com um reajuste salarial de inflação mais 5% de aumento real, além de melhorias nos valores dos benefícios e outras cláusulas sociais.

O coordenador do Coletivo, Jair Alves, explicou que a antecipação do reajuste salarial pela Nubank foi feita sem a participação nas negociações coletivas conduzidas pela Acrefi, o que levanta preocupações sobre a falta de alinhamento com as diretrizes negociadas coletivamente. “O Coletivo Nacional dos Financiários busca conquistar reajustes maiores e melhores condições de trabalho para os empregados do Nubank e das demais financeiras do país. A postura do Nubank, embora surpreendente, pode ser entendida como uma resposta à intensa pressão sindical nos locais de trabalho, que tem reconhecido a importância das negociações coletivas para grandes conquistas dos trabalhadores. Nosso objetivo é garantir um reajuste ainda maior, com melhores benefícios e avanços em cláusulas sociais, estabelecendo um acordo de dois anos.”

A reivindicação é baseada na premissa de que o Nubank está na mesa de negociação da Acrefi e deve atender as reivindicações do Coletivo de Financiários, conforme pauta entregue, especialmente por ser uma das instituições financeiras mais destacadas recentemente no país. “A busca por melhores condições salariais e benefícios valoriza o trabalho e dedicação dos empregados, fundamentais para o sucesso contínuo da empresa”, completou Magaly Fagundes, secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT.

A ausência de diálogo para a decisão de reajuste demonstra que o Nubank não está alinhado às diretrizes da Acrefi. O Coletivo Nacional dos Financiários argumenta que é crucial que todas as instituições financeiras sigam um padrão uniforme de negociação para garantir justiça e equidade no tratamento dos trabalhadores do setor. “As negociações continuarão com foco em assegurar um reajuste salarial justo e a formalização de um acordo de longo prazo que traga segurança e estabilidade para todos os empregados das instituições financeiras, inclusive Nubank”, garantiu Jair Alves.

“A luta por melhores condições salariais e benefícios é uma questão central para o Coletivo Nacional dos Financiários, que continuará a pressionar por acordos justos e alinhados com as necessidades dos funcionários. A mobilização e a união dos trabalhadores serão fundamentais para alcançar esses objetivos e garantir um futuro melhor para todos”, finalizou Magaly.

Fonte: Contraf-CUT