Reunião entre movimento sindical e Itaú debate problemas que afetam trabalhadores

Nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, representantes sindicais dos empregados do Itaú, se reuniram com o banco para falar sobre diversos problemas que afetam os trabalhadores.

Foram duas reuniões seguidas: a primeira do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, composto por representantes dos funcionários e do banco; e a segunda de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Itaú.

O representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na COE Itaú, José Renato Riscado, esteve presente nas reuniões.

“Após a apresentação do novo Empreenda, dados do Turnover, SQV e do projeto piloto da área de saúde, relatamos os problemas enfrentados pelas bancárias e bancários, em relação a junta médica, ao GERA, ao fechamento de agências e desligamentos. A pauta é permanente e os problemas ainda não foram sanados. Retomaremos a discussão no GT Saúde e em uma nova reunião específica para o GERA”, declarou José Renato.

O Itaú fechou 227 agências em 2024. O número supera a média de fechamento de agência de anos anteriores (em média 200 por ano nos últimos anos). Com relação aos postos de trabalho, segundo o banco, no ano passado foram contratadas 10.193 pessoas e demitidas 7.721.

Após questionamento da COE, o banco informou que o fechamento de agências interferiu no cotidiano de trabalho de 2.052 funcionários, sendo que 75,7% deste contingente foram realocados para outras unidades ou áreas de trabalho do banco. O programa de realocação e requalificação de funcionários é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários.

Valorização dos trabalhadores

Na reunião de negociação com o banco, a COE apresentou uma proposta para que o Programa Complementar de Resultados (PCR) seja pago considerando as perdas que os bancários tiveram em relação ao reajuste da categoria e da pandemia de covid.

A COE também reivindica o debate sobre o Gera, que é o programa de remuneração variável do banco, em decorrência dos diversos problemas no programa que foram apresentados na reunião.

Problemas com o GERA:
•    SQV;
•    Metas aumentaram depois que passaram para trimestral;
•    Metas não levam em conta a realidade da agência;
•    Canal Fale com o Gera não funciona;
•    Espelhamento;
•    Demora na atualização da produção;
•    Cartilha do Gera não tem clareza;
•    Ponderador;
•    Mudança das metas a todo momento;
•    Não há readequação das metas do funcionário que sai de férias ou licença.

GT de Saúde

Na reunião do GT de Saúde, a representação dos trabalhadores apresentou diversos problemas que estão ocorrendo com as juntas médicas mantidas pelo banco para avaliar a saúde dos empregados, especialmente aqueles que se afastam para tratamento. Um levantamento feito em várias federações sindicais apontou que há falta de pagamento dos médicos, problemas de comunicação e a suspensão de complementação salarial dos funcionários.

O banco informou que as juntas médicas estão previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e serão mantidas, mas se comprometeu com a resolução dos problemas.

Será criado um Grupo de Trabalho para padronizar o fluxo e sanar os problemas. As reuniões deste GT específico ocorrerão a cada 15 dias.

Linha de Cuidado

O Itaú apresentou um programa novo chamado de Linha de Cuidado para os trabalhadores adoecidos e também realizará uma pesquisa entre seus funcionários para mensurar os riscos psicossociais, visando a melhoria da qualidade de vida e dos cuidados com a saúde do trabalhador. Em breve a pesquisa será divulgada aos trabalhadores.

*com informações da Contraf-CUT