Só bancos abriram na cidade alagada
A cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, foi mais uma vez arrasada pelas chuvas de verão na madrugada do último domingo. Na segunda-feira, a prefeitura suspendeu as aulas, o comércio não abriu e a orientação oficial da Defesa Civil era de que as pessoas que vivem em lugares seguros não saíssem de casa. Mas os bancários tiveram que encontrar um caminho entre a água e a lama para chegarem aos seus locais de trabalho.
O Sindicato dos Bancários de Petrópolis chegou a entrar em contato com os superintendentes regionais de alguns bancos para pedir a suspensão do expediente bancário, mas sem sucesso. “Apesar do noticiário nacional ter divulgado as informações sobre a calamidade em Petrópolis desde o início da manhã, eles ficaram naquela de “vamos ver”. Não deveria ser preciso nem pedir para suspender o expediente, todo mundo estava vendo a situação. Petrópolis parecia uma cidade fantasma, onde só os bancos abriram, para não atender ninguém”, relata Luiz Claudio da Rocha, presidente da entidade.
Algumas agências não puderam funcionar por problemas estruturais como falta de energia elétrica e interrupção do acesso aos sistemas. Uma agência do BB, uma da Caixa e uma do Itaú não funcionaram porque foram completamente invadidas pela água, que deixaram marcas nas paredes de até 1,5 de altura. Unidades em situação semelhante também não puderam operar, mas o sindicato precisou fazer pressão para que algumas ficassem fechadas por não terem o número de vigilantes exigido por lei. “Não só bancários, mas também o pessoal de apoio teve dificuldade de chegar ao local de trabalho. Mas, se não pressionássemos, as agências teriam sido abertas mesmo sem condições de segurança”, informa Luiz Claudio.
Dois dias depois, na terça-feira, alguns estabelecimentos comerciais abriram, mas a maioria não atendeu o público. Os lojistas passaram o dia limpando as lojas, fazendo inventário das perdas, calculando os prejuízos. “Agora, vamos ver como vão ficar as metas. A cidade teve muitos estragos, o comércio e o turismo sofreram um baque, a economia vai ficar prejudicada. Como os bancários vão vender produtos nesta situação?”, questiona o sindicalista.
Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES