Funcionários do BB se reúnem em encontro regional

O Encontro Estadual dos Funcionários do Banco do Brasil aconteceu no último sábado, 27, na sede da Federação. Foram abordados os principais temas que afetam o funcionalismo do banco.
 
Como acontece em muitos encontros, sempre surgem questionamentos sobre a Previ e a Cassi, e a organização do evento convidou representantes de ambas para particpar. Márcio de Souza, da Previ, esclareceu dúvidas sobre assuntos como as retiradas de recursos por parte do BB, que são referentes apenas aos rendimentos do montante aportado pelo banco ou de outras fontes previstas no estatuto do fundo. Fernanda Carísio, conselheira da Cassi, apresentou informações a respeito de questões como a cobrança irregular que os laboratórios faziam por medicamentos e insumos como material para testes de glicose e alimentação parenteral para acamados.
 
Um dos temas mais relevantes durante o evento foi o novo Plano de Funções Gratificadas, implantado unilateralmente pelo banco no final de janeiro. O PFG retira direitos, achata salários e ainda foi implantado sem nenhuma negociação com o movimento sindical. “O banco continua se recusando a negociar e o movimento sindical está aumentando a pressão – tanto é que teremos uma greve nacional de 24 horas no próximo dia 30. Não tem cabimento o banco impor um plano que prejudica os bancários e gera passivo trabalhista. Sem dúvida este será um dos principais temas discutidos no Congresso do BB”, avalia Sérgio Farias, representante da Federação da Comissão de Empresa do BB.  O coordenador da CEE/BB, William Mendes, traçou um panorama das conquistas que o funcionalismo do BB obteve na última década e explicitou que tudo que foi conquistado está ameaçado por este novo plano. William avalia que esta é a linha de uma direção que não tem nenhum compromisso com a empresa. “Essa diretoria trabalha somente por seus interesses. Eles ficam lá dois anos, depois saem com bônus milionários e vão para o mercado trabalhar em outras empresas. Os programas que implantam no banco só vão mostrar as conseqüências quatro, cinco anos depois, mas eles não vão mais estar lá para resolver os problemas. Eles se empenham para que o banco apresente os resultados que o governo exige, mas não se preocupam com o que vai acontecer depois”, avalia o coordenador da CEE/BB.  Luciana Vieira, diretora da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, destaca que esta linha agressiva e irresponsável é a expressão clara da forma como o trabalhador é tratado pela classe patronal. “A nossa briga, enquanto trabalhadores, é contra o capital, que nos coloca abaixo da condição de máquinas. Para ele, não somos humanos, não temos necessidades, nem merecemos respeito. O que importa é o lucro que produzimos. Por isso é importante que os trabalhadores mantenham a unidade para que estejamos fortes para enfrentar os desmandos desta gestão temerária do BB e construir uma campanha nacional forte”, analisa Luciana.
 
Outro assunto que mobilizou os bancários foi o projeto de reestruturação que o banco vem implantando. No Rio de Janeiro, o plano atinge principalmente o CSL e o CSO, que funcionam no prédio do Andaraí. Os serviços estão sendo transferidos para outro local ou designados a trabalhadores terceirizados e o impacto sobre os cerca de 300 funcionários será violento. E, como o prédio já não pertence ao BB há mais de dez anos, a mudança deverá ser rápida e definitiva, afetando também o bairro do Andaraí, onde fica a dependência. “A reestruturação está acontecendo em vários estados, bancários estão sendo deslocados de um lugar para outro no país todo. A cada 15 dias estão vindo mudanças que afetam seriamente os funcionários, e este processo já vem acontecendo há algum tempo. Mas nada disso se justifica, não há necessidade de se transferir o serviço para outro local, já que, hoje, com a tecnologia que existe à disposição, a maioria das tarefas pode ser realizada em qualquer lugar. Este movimento constante de reestruturação dos serviços é mais uma estratégia nefasta desta diretoria que não tem nenhum compromisso com o Banco do Brasil”, pondera William.
 
Deliberações
 
Como vem acontecendo há vários anos, a plenária do encontro definiu que todas as teses apresentadas serão encaminhadas ao 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, que acontece em São Paulo nos dias 17, 18 e 19 de maio. Durante o encontro regional foram eleitos os delegados do Rio de Janeiro para o evento nacional – os do ES já haviam sido eleitos no encontro capixaba. A Federação envia 34 delegados, sendo 29 do Rio de Janeiro e 5 do Espírito Santo, mais dois observadores – um de cada estado.
 
Ao todo, 89 bancários se credenciaram para participar do Encontro Estadual com poder de voz e voto. “Tenho visitado os estados e ficado satisfeito com o que tenho visto. Um encontro como ampla participação dos bancários, numa manhã de sábado bonita como esta, mostra que o funcionalismo está com disposição de luta”, avalia William Mendes. “Vamos agora partir para o Congresso Nacional do BB, onde será construída nossa minuta de reivindicações, e construir uma Campanha Nacional forte”, convoca o sindicalista.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES