Sindicalistas se mobilizam e comissão adia votação do PL da terceirização

A ofensiva de sindicalistas de todo o Brasil ajudou a pressionar os integrantes da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados resultou num adiamento da votação do parecer do relator Arthur Maia (PMDB-BA) sobre o PL da terceirização. O texto só será votado em 09 de julho, já que um muitos parlamentares pediram vistas do documento. A bancada dos empresários ainda tentou pressionar pela leitura do parecer e pelo agendamento da votação para a semana que vem, mas o presidente da mesa, deputado Décio Lima (PT-SC), acatou os pedidos de vistas e decidiu pelo adiamento.


Para os representantes das entidades presentes, este adiamento foi uma vitória. “O projeto de terceirização que está tramitando é um retrocesso imenso. Não podemos permitir que a CLT seja jogada no lixo, nem que todos os direitos conquistados pelos trabalhadores com suor e luta sejam destruídos por estes que deveriam representar os interesses do povo”, destaca Nilton Damião Esperança, vice-presidente da Federação, que foi a Brasília participar da mobilização. A terceirização tem um custo social muito grande, porque transfere a renda dos trabalhadores para os empresários”, completa o sindicalista.


Mas o adiamento é só um ganho de tempo e os trabalhadores não podem relaxar a pressão. Ficou acordado entre os sindicalistas que será feito um trabalho de sensibilização dos parlamentares de cada base sobre o tema. “É preciso que cada sindicato e federação procure seus deputados, independente do partido. A prioridade é contactar os membros da CCJC, por causa da votação já marcada, mas os demais também devem ser procurados. Nas outras comissões em que o PL de Sandro Mabel passou, o texto era outro, não tinha o conteúdo do parecer de Arthur Maia. Além do mais, como este projeto tem que passar pelo plenário, mais cedo ou mais tarde todos os deputados federais terão que discutir o assunto. É preciso que, quando chegar este momento, eles já tenham conhecimento do projeto e dos riscos que ele representa para os trabalhadores”, ressalta Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.


Na base da Federação, este processo já começou. Nilton Damiao Esperança aproveitou a ocasião para apresentar o deputado Celso Jacob, que é de Três Rios, a Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “O deputado se pôs à disposição para conversar. Agora devemos fazer um esforço concentrado para conversar com os parlamentares fluminenses e capixabas de todos os partidos”, recomenda o sindicalista.


A Federação foi representada pelo vice-presidente, Nilton, e pelos diretores Leonice Pereira e Paulo Garcez. Compareceram também representantes dos sindicatos do Niterói, Rio de Janeiro e Petrópolis.


Reunião


Por coincidência, uma reunião que estava marcada há meses aconteceu no mesmo dia da mobilização no Câmara. Uma comissão de representantes das centrais sindicais teve um encontro com representantes do governo federal para a instalação de uma comissão de negociação que vai discutir a terceirização. A CUT foi representada por seu presidente, o bancário Vagner Freitas.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES