Manifestações e paralisações em diversos municípios da base da Fetraf-RJ/ES marcaram o Dia Nacional de Luta no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Os bancários marcaram forte presença em todos os atos, demonstrando a força da categoria nas lutas da classe trabalhadora.
Em Macaé houve paralisação parcial de 21 agências no centro do município, com 400 bancários de braços cruzados até as 13h. Os sindicalistas bancários deram ênfase à luta contra o PL 4330, fazendo panfletagem e explicando à população os riscos que a aprovação do projeto representa para toda a classe trabalhadora. O dia de lutas foi forte no município, com uma passeata até a prefeitura realizada por bancários, professores e petroleiros. Pela manhã, petroleiros e integrantes do MST interromperam o trânsito na ponte da rodovia RJ-106, que liga Macaé a Rio das Ostras.
Em toda a Bacia de Campos 18 plataformas da Petrobras tiveram funcionamento interrompido. As atividades programadas foram realizadas, mas as autorizações para novos serviços não foram aprovadas, o que provocou lentidão na produção.
Em Campos, 14 agências bancárias ficaram fechadas pela manhã. Ao meio-dia 12 abriram, mas uma unidade do Itaú e uma do Santander continuaram sem funcionar. À tarde, uma grande manifestação percorreu as ruas do centro, com participação de bancários, trabalhadores em saneamento, professores, servidores, petroleiros, MST e o movimento estudantil Cabruncos Livres.
Em Angra dos Reis o ato organizado pela Frente Ampla Sindical, que reúne várias categorias, começou às 08h na entrada do porto e continuou com uma passeata que seguiu até a Praça do Papão, no centro. Participaram bancários, metalúrgicos, rodoviários, professores das redes pública e privada e servidores públicos.
Em Nova Friburgo os bancários engrossaram uma manifestação dos professores municipais, que estão em greve, às 10h. No fim da tarde houve manifestação no centro com a participação de diversas categorias.
O sindicato dos bancários de Três Rios se articulou diversos sindicatos locais para a construção de um ato público que percorreu as ruas do centro na parte da tarde. Bancários, ferroviários, comerciários e servidores municipais foram algumas das categorias que participaram da manifestação.
No município do Rio de Janeiro as cerca de 60 agências bancárias do eixo Rio Branco-Presidente Vargas, centro financeiro da cidade ficaram fechadas o dia todo. Foram atingidos também pela paralisação os prédios administrativos do Santander, conhecido como Realzão, da Caixa, na Almirante Barroso, e o Sedan, do BB. Em torno de 1.600 bancários não trabalharam nesta quinta-feira.
No Espírito Santo, mesmo com a pressão de alguns gestores para que os bancários furassem o movimento, quase todas agências bancárias da Grande Vitória ficaram fechadas por todo o dia.
Multidão na rua
O maior ato público do estado do Rio foi na capital. Marcada para começar às 15h, a passeata saiu dos fundos da Igreja da Candelária e seguiu pela Avenida Rio Branco. Mais de dez mil pessoas seguiam pacificamente com suas faixas e cartazes. As centrais sindicais e sindicatos de diversas categorias marcaram presença, com suas principais lideranças se revezando ao microfone. Marcharam lado a lado bancários, vigilantes, petroleiros, trabalhadores dos Correios, em telecomunicações, da construção civil, servidores públicos, professores, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, entre outras categorias, mais representantes de movimentos populares como o Levante Popular da Juventude e Redes da Maré, grupos feministas como a Marcha Mundial das Mulheres e a União de Mulheres Brasileiras. Bancários da Baixada Fluminense, Niterói e Petrópolis se juntaram à manifestação na capital.
Em todos os atos no estado, a participação dos bancários foi fundamental. “A categoria está na vanguarda de muitas lutas. A isenção de imposto de renda sobre a PLR, por exemplo, foi uma discussão que começou com os bancários. Agora, na luta contra o PL 4330, da terceirização, assumimos o protagonismo. Mas também fazemos coro a reivindicações que não são nossas, como a da redução da jornada, porque entendemos que são lutas importantes para a classe trabalhadora como um todo”, destacou Almir Aguiar, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
No Espírito Santo, os atos começaram às 05h da manhã. O sindicato dos bancários participou da manifestação na rodoviária, quando foram fechados diversos acessos. A repressão policial foi forte e o diretor Tiago Duda foi empurrado por um PM que tentava derrubá-lo do caminhão onde estava. Em seguida, os manifestantes foram para o palácio do governo estadual, onde uma comissão de negociação do Fórum Campo e Cidade se reuniu com o governador Renato Casagrande e com o presidente do Tribunal de justiça, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, para entregarem a pauta de reivindicações. Depois da audiência com Casagrande, os manifestantes foram até a Assembleia Legislativa onde fizeram uma vigília, acompanhando os militantes que estão ocupando a Ales em protesto contra a cobrança de pedágio na Terceira Ponte.
Bem visíveis
Nilton Damião Esperança, vice-presidente da Federação, ficou satisfeito com o empenho dos sindicalistas fluminenses e capixabas. “Em nome da Fetraf-RJ/ES, quero parabenizar todos os sindicatos de nossa base pela mobilização. Foi mais uma demonstração de que os trabalhadores podem contar com estes dirigentes que não “acordaram agora”, como estão dizendo nas manifestações, mas que já estão acordados há muitos anos, lutando pelos trabalhadores”, cumprimenta Nilton.
Para Fabiano Júnior, as mobilizações Brasil afora mostraram a força das entidades que representam os trabalhadores. “Ficou comprovado que temos no país centrais sindicais comprometidas com os interesses da classe trabalhadora. Estas centrais já vêm levando as principais reivindicações às ruas há muitos anos, mas sua importância vem sendo negada pela mídia e pela classe patronal. Com este Dia Nacional de Lutas as centrais reafirmaram seu lugar como representantes legitimas dos trabalhadores, unificando uma agenda positiva de reivindicações históricas”, avaliou Fabiano.
Desfecho desagradável
O ato no Rio de Janeiro acabou quando jovens de inspiração anarquista, mascarados e vestidos de preto, investiram contra os manifestantes, marchando em sentido contrário. Os trabalhadores e sindicalistas se dispersaram e o centro da cidade se transformou numa praça de guerra. A PM usou muitas bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, jatos d’água e até o blindado do Bope, o Caveirão, para dispersar os jovens agitadores.
Ouça, pelo link abaixo, a entrevista que o presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, concedeu à CBN, avaliando o ato de quinta-feira.
http://cbn.globoradio.globo.com/rio-de-janeiro/2013/07/12/MOVIMENTO-SINDICAL-SAI-FORTALECIDO-DAS-MANIFESTACOES.htm
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES