Dirigentes de diversas centrais sindicais fizeram na manhã desta terça-feira, 27, um protesto em frente à sede do Banco Central no Rio de Janeiro. O objetivo era pressionar o Copom a não elevar a taxa Selic durante a reunião que acontece em Brasília.
A Selic, taxa básica de juros da economia, está atualmente em 8,5 % ao ano, depois de seguidas altas desde o início deste ano. O Comitê de Política Monetária – Copom, responsável pela Selic, define na próxima quarta-feira o novo valor da taxa. A reunião dura dois dias e começou nesta terça-feira.
Os bancos são favoráveis ao aumento da taxa para 9 % ao ano e alegam que, com a taxa baixa a inflação sobe. Nos jornais da última semana, os analistas ressaltaram que, caso a Selic suba meio ponto, como estão prevendo, a caderneta de poupança terá rentabilidade mais atraente. O argumento acerta em cheio a camada da população que não aplica em investimentos mais complexos e de maior risco. Mas a Selic alta prejudica todo o resto da economia e ainda torna as operações bancárias mais caras para o consumidor. “O setor bancário é especulativo, não produz nem sequer um parafuso, e só a ele interessa a alta de juros”, ressalta Marcello Azevedo, bancário e dirigente da CUT-RJ.
Dias antes de todas as reuniões do Copom, especialistas do sistema financeiro dão entrevistas aos meios de comunicação em que informam qual a expectativa do mercado quanto ao valor que será definido. Não raro, as expectativas se concretizam. Mas não é mera coincidência. “Estas matérias não passam de pressão do mercado financeiro para que o Copom tome a atitude que é favorável aos bancos. Não é expectativa, é lobby”, avalia Paulo de Tarso, diretor da Fetraf-RJ/ES.
Como em outras ocasiões, os representantes dos trabalhadores fizeram a manifestação para pressionar o Copom a baixar a taxa. “Queremos menos juros e mais empregos”, resumiu Marcello Azevedo.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES