Segundo os primeiros cálculos realizados pelo Dieese-Rede Bancários, o reajuste de 8 % no salários e as melhorias na PLR vão injetar por volta de R$ 8,179 bilhões na economia. Mas as conquistas econômicas vão além e permitem que mais dinheiro circule no comércio varejista e no setor de alimentação, com o reajuste dos tíquetes refeição e alimentação – que colocam em circulação, ao todo, mais R$ 429,140 milhões nos próximos 12 meses. O Vale-Cultura, que os bancários foram pioneiros em incluir na Convenção Coletiva, vai levar ao setor de produção de arte e entretenimento R$ 9,4 milhões ao mês a partir de janeiro de 2014, o que representa R$ 113 milhões a mais em um ano.
Estes cálculos foram feitos com base na média salarial e no número oficial de bancários registrado pela RAIS 2012 – Relação Anual de Informações Sociais, organizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o relatório, o Brasil tinha até o final do ano passado 512.835 bancários.
As conquistas da Campanha Nacional dos Bancários de 2013 representaram um acréscimo de R$ 1,103 bilhão a mais que no ano anterior. Isto representa um ganho de 14,5 % em relação a 2012. Este foi o décimo ano consecutivo em que a categoria conquistou aumento real de salário. As mudanças na PLR incluíram um reajuste do percentual do lucro a ser distribuído como parcela adicional e um reajuste do valor fixo por índice superior ao usado para reajustar os salários. O piso dos bancários também teve um aumento maior, de 8,5 % , como resposta à política do movimento sindical de pressionar pela valorização do salário base da categoria.
Vanguarda e arte
O pioneirismo dos bancários também teve destaque, em 2013, numa cláusula econômica. Se, em anos anteriores, os trabalhadores dos bancos assumiram a vanguarda garantindo na CCT avanços como a inclusão de parceiros homoafetivos no plano de saúde e a ampliação da licença-maternidade, este ano foi o Vale-Cultura que entrou para a Convenção Coletiva.
“A lei é para todos os trabalhadores, mas a adesão das empresas ao programa é opcional. Com a inclusão deste direito na CCT dos bancários, os bancos terão que aderir. Para os bancários, não é só uma conquista econômica, já que é preciso comprovar que o gasto foi feito com aquisição de bens e serviços culturais. É um investimento em lazer e aprimoramento humano, o que torna esta uma conquista também social”, destaca Luiz Claudio Ferreira da Rocha, diretor do Departamento Cultural da Fetraf-RJ/ES.
E não é só quem recebe o Vale-Cultura que se beneficia, mas todo o segmento da cultura e da arte. Com R$ 50 mensais de cada trabalhador, há mais dinheiro circulando para a produção de espetáculos de música, teatro e dança, exposições, cinema e manifestações artísticas em geral. Até a Ministra da Cultura comemorou a inclusão da clausula do Vale-Cultura na CCT dos bancários. Para ela, esta conquista da categoria mostra que o programa está dando certo.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES