Com a concentração de todas as contas de grandes investidores Pessoa Física em uma só agência, a incerteza tomou conta dos funcionários. As contas foram transferidas sem aviso prévio e os clientes ficaram sabendo através de seus extratos, antes mesmo dos bancários. Houve também demissões e transferência de funcionários nos últimos meses. O temor dos empregados é de que as outras duas agências do banco no município do Rio de Janeiro sejam fechadas.
Desde as ondas de fechamentos de unidades – e demissões – em 2007 e 2008, restaram apenas três agências do banco no município do Rio de Janeiro, mais cinco no interior. Segundo o banco, a agência Rio de Janeiro passa a concentrar o segmento Diamante, das contas PF de alta renda, ficando as contas PJ e umas poucas PF de baixo saldo nas unidades Carioca e Cinelândia. “Agora, estas agências, não têm mais gerente de Pessoa Física. Como vai ser, o gerente de Pessoa Jurídica vai acumular? Ou estas contas vão ficar sem acompanhamento gerencial? Tudo está indefinido e esta situação gera incertezas e muita ansiedade entre os funcionários”, relata Marlene de Miranda, representante da Fetraf-RJ/ES na COE BMB.
Outra preocupação é que, mesmo que o fechamento das agências não seja o plano inicial do banco, esta acabe sendo uma consequência do remanejamento da carteira. “O sentimento que paira entre os funcionários é de que, sem as contas Diamante, as metas não serão batidas, o que levará à queda nos resultados das unidades. Daí para serem fechadas, é um pequeno passo. Como se não bastasse o estresse normal do dia a dia da profissão, toda esta situação está gerando ainda mais tensão”, relata Edilson Cerqueira, diretor da Fetraf-RJ/ES e funcionário do Mercantil.
Diante das dúvidas apontadas pelos bancários cariocas, o coordenador nacional da COE, Marco Aurélio Alves, enviou correspondência ao RH do BMB cobrando informações sobre as mudanças. Na mensagem, o sindicalista perguntava se as agências Carioca e Cinelândia, que perderam as contas mais importantes, seriam mantidas. O banco limitou-se a informar que se tratava da criação do segmento Diamante e da concentração das contas de alta renda numa só unidade. Mas a correspondência do banco não tinha nenhuma informação sobre o destino das duas agências que sofreram redução da carteira de clientes. “O banco informa que está tudo muito bem, na mais perfeita ordem, mas não dá nenhuma informação objetiva sobre o que está acontecendo. Nós só ficamos sabendo das mudanças porque alguns clientes telefonaram ou foram até as agências perguntar por que suas contas foram transferidas. É preciso que o BMB seja mais transparente, não queremos ser pegos de surpresa novamente”, critica Marlene.
Reunião
A COE Interestadual do BMB se reúne no próximo dia 31, quinta-feira, às 14h, na sede da Fetraf-RJ/ES para discutir a atual situação do banco. Dirigentes e funcionários estão convocados para o encontro.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES