Depois de muitos problemas com a empresa de vigilância CJF, a Caixa Econômica Federal decidiu rescindir o contrato. A terceirizadora vinha atrasando os pagamentos dos salários dos vigilantes há alguns meses e em algumas bases houve paralisações em protesto contra os atrasos. Os sindicatos dos bancários da base da Fetraf-RJ/ES acompanharam o problema de perto, muitas vezes sendo obrigados a colaborar com os vigilantes para que as agências não fossem abertas ao público sem o efetivo exigido por lei.
A empresa substituta será a Juiz de Fora, a segunda colocada na última licitação, que ainda está dentro do período de validade. Por este motivo, não será necessário abrir novo processo licitatório e a substituição será imediata. “A Juiz de Fora entra em março. E só não entrou ainda porque aguarda a aprovação da Polícia Federal para a compra das armas dos vigilantes que vão atuar nas nossas agências”, informa Guilherme Nóbrega, Gerente de Segurança no estado do Rio de Janeiro.
A notícia é boa para a Caixa e também para os vigilantes, já que a maioria deve ser aproveitada pela nova empresa. A CJF atendia três regiões na capital – Rio Norte, Rio Oeste, Rio Centro – e duas no interior – Centro Leste (Niterói e Região dos Lagos) e Norte Fluminense. Destas, somente a Rio Centro não será assumida pela Juiz de Fora, mas pela empresa VS Brasil. “A Caixa vai intermediar o processo de mudança com os vigilantes e as empresas, para garantir que a CJF dê baixa nas carteiras. Há atrasos nos depósitos do FGTS, mas a empresa já negociou o pagamento e deve regularizar tudo”, adianta Nóbrega.
Antecedentes
Segundo Guilherme Nóbrega, os atrasos começaram quando os vigilantes conquistaram o adicional de 30 % por periculosidade. “A CJF demorou a enviar os documentos para a repactuação e, quando enviou, havia erros na planilha. Com isso, o repasse dos valores reajustados demorou e a empresa teve problemas de caixa”, explica o gerente. Nóbrega também acrescenta que havia outras irregularidades, que contribuíram para a rescisão do contrato. “Estava previsto o fornecimento de dois jogos de uniforme para cada vigilante, mas houve muitos casos em que isto não aconteceu. Também havia falta de rádio comunicador, que era exigido no contrato. Aconteceram também problemas de rendição de vigilantes na hora do almoço. Já havíamos aplicado punições. Primeiro a advertência, depois multa, e, agora a rescisão”, informa.
Para evitar as paralisações, em mais de uma ocasião a Caixa adiantou pagamentos para que a CJF depositasse os salários. “Nosso contrato é pago no 12º dia útil, mas os salários têm que entrar até o 5º. Desde novembro vínhamos pagando parte do valor do contrato antes, para que os funcionários recebessem no dia certo. A CJF apresentava a folha de pagamento e a Caixa adiantava o valor para cobri-la, e o restante do pagamento era feito na data prevista no contrato”, explica Nóbrega.
Mas, houve ocasiões em que, mesmo com este esforço da Caixa, alguns vigilantes continuavam recebendo em atraso. “Algumas vezes isto aconteceu porque nem todos recebem pela Caixa. Parte dos vigilantes recebe por outros bancos e, se houvesse um problema na transferência dos valores, os pagamentos atrasavam”, esclarece o gerente de segurança.
Prognóstico
O diretor do Seeb-Rio Paulo Matiletti tem acompanhado de perto a situação dos vigilantes da Caixa e notou o otimismo dos trabalhadores em relação à mudança. “A Juiz de Fora, apesar do nome, tem sede aqui no Rio e é muito conceituada no mercado e tem fama de ser séria e boa para os funcionários. Os vigilantes ficaram aliviados quando souberam que era esta a empresa que substituiria a CJF”, informa o sindicalista.
O único senão é que a região que não ficou com a Juiz de Fora – Rio Centro – será operada por uma empresa que não tem no segmento de vigilância seu foco de atuação. “Esta região ficará com a VS Brasil. Mas a região não é tão extensa, apesar de haver muitas agências. Fica mais fácil de acompanharmos. Se houver algum problema, saberemos logo”, adianta Matileti.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES