Finep: funcionários protestam contra proposta rebaixada e mudança da sede

Os funcionários da Finep não estão satisfeitos com a proposta apresentada pela direção do banco para o Acordo Coletivo deste ano. A financiadora propôs um índice menor que o da Fenaban e não avançou nada nas propostas específicas. Reunidos em assembleia no ultimo dia 14, os empregados decidiram rejeitar a proposta patronal.


 


Na última sexta-feira, dia 17, os funcionários da Finep e o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro fizeram um ato em frente ao prédio onde funciona a empresa em protesto contra a proposta rebaixada e também contra a mudança de sede. Cerca de 200 funcionários – aproximadamente um terço do quadro – participaram.


 


Prós e contras


 


A mudança da sede é uma questão delicada. A Finep funciona há mais de duas décadas num prédio comercial na Praia do Flamengo, onde ocupa sete andares próprios e cinco alugados. Ao longo dos anos, a empresa cresceu e nenhuma obra de vulto foi feita nas instalações para adequá-las às novas demandas ou sanar problemas. A solução dada pela direção da casa foi remanejar toda a operação da empresa para o edifício Ventura, um moderno prédio comercial localizado no centro da cidade, onde funcionam também instalações de empresas como a Petrobras e o BNDES.


 


Boa parte dos funcionários – mais de 80 % – é contra a mudança, segundo pesquisa feita pela Afin. Os motivos são vários, alguns individuais, mas a maior insatisfação se dá por razões financeiras e administrativas. A associação alega que o custo de aluguel e da manutenção da nova sede é muito superior ao da atual. Os diretores da Afin apresentaram os documentos fornecidos pela empresa, que demonstram um comparativo dos custos da instalação da nova sede no edifício Ventura e do remodelamento do espaço atual. “O laudo apresentado informa que o prédio está em péssimas condições, e isso não é verdade. Até os outros condôminos ficaram furiosos, porque um relatório como este pode desvalorizar muito os imóveis”, relata Ronald Carvalhosa, diretor do Seeb-Rio.


 


A associação insiste que a discrepância entre os valores é grande demais para ser ignorada. O Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União foram acionados e estão investigando, mas a direção da Finep está dando prosseguimento ao processo de transferência da sede para o prédio do Centro.


 


Além do custo, os funcionários estão irritados com a falta de transparência do processo. “Primeiro, não explicaram como foi feita a opção pela mudança. Em segundo, não sabemos por que foi escolhido especificamente aquele prédio, que é muito moderno e eficiente, mas também muito caro”, critica Marco Bruno, funcionário da Finep e conselheiro da Afin. Nem mesmo o Conselho de Administração foi previamente consultado. “A direção da empresa simplesmente comunicou ao Conselho a decisão já tomada”, informa Bruno.


 


A direção da Finep argumenta que o prédio atual está em más condições e que, para adequar o espaço às necessidades atuais seria necessário reformar um andar por vez, cada um deles ficando cerca de seis meses desativado para as obras. Segundo este cronograma, o processo todo levaria mais de dez anos. Isto causaria enorme transtorno, principalmente neste momento, em que a Finep está em expansão. Além de ter aumentado o número de funcionários, aumentou muito também o volume de recursos que a Finep administra. “Não há mais conforto para trabalharmos, nunca houve reformas desde que a empresa veio para este prédio. O mobiliário é antigo e inadequado, há lugares onde a disposição dos móveis e equipamentos é tão ruim que prejudica a circulação. Os elevadores, apesar de serem do tipo inteligente, sempre dão defeito e não suprem a demanda. As condições aqui não são boas”, argumenta Sérgio Telles, funcionário da empresa, que é favorável à mudança.


 


Mais reunião


 


Enquanto a questão da mudança continua sendo alvo de críticas e defesas apaixonadas, a negociação salarial continua. Uma nova rodada de negociação está marcada para esta quarta-feira, 22.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES