Negociação com BNDES sobre PR segue empacada

A terceira rodada de negociações sobre a Participação nos Resultados do BNDES aconteceu na última quarta-feira, dia 1º. Mais uma vez, permaneceu o impasse sobre a fórmula para o cálculo da PR e sobre a cláusula punitiva que reduz o valor a ser pago aos funcionários que tiverem faltas não justificadas ou advertências.

O representante da Contraf-CUT, Miguel Pereira, já adiantou que o movimento sindical não concorda com a cláusula punitiva. “Não vamos assinar um acordo que mantenha esta punição”, declarou Miguel. Para o dirigente, se o banco quer melhorar o controle de frequência dos empregados, o melhor é que desenvolva outro método. “O BNDES é o único banco público que tem esta cláusula e a Contraf não pode concordar com isto”, concluiu.

Quanto ao cálculo da PR, a questão é que a nova fórmula não garante o mesmo que foi pago no ano passado. “Antes, vigorava um sistema de pontuação. Agora, são dois indicadores. Se os dois não atingirem o teto, a remuneração não chega ao máximo. O teto de pagamento foi elevado, mas as exigências foram aumentadas também e ficou mais difícil atingir a remuneração maior”, explica Miguel. Em 2013 o teto ficou em 3,6 remunerações. Pela proposta apresentada, este valor poderia chegar até 4,5 salários, mas a dificuldade de chegar a tal montante é tamanha que, na prática, os funcionários correm o risco de ganhar menos em 2014 do que ganharam em 2013.

Também foi aventada a possibilidade de, a exemplo do que ocorre com a PLR dos demais bancários, haver o pagamento de parte da PR devida ainda em 2014. A representação do banco ficou de encaminhar esta proposta aos diretores, mas não garantiu resposta positiva.

Toda a negociação ficou dificultada pelo fato de ser realizada já no final do ano. “Estamos negociando o passado. O funcionalismo não tem como, por exemplo, fazer esforços maiores para compensar um indicador que tenha atingido desempenho fraco e, assim, garantir um resultado melhor que resulte numa PR mais elevada”, esclarece Miguel Pereira. Os representantes dos empregados já adiantaram que os colegas não estão felizes com o cálculo, porque já perceberam que correm o risco de ganhar menos este ano.

Uma nova reunião ficou marcada para o próximo dia 08, às 11h, para dar prosseguimento às negociações sobre PR.

O corpo funcional foi representado na negociação pela diretoria da Associação de Funcionários do BNDES e por uma Comissão de Empregados eleita em assembleia para este fim. Pelo movimento sindical, além de Miguel Pereira, representando a Contraf-CUT, também compareceram o diretor de Bancos Públicos da Fetraf-RJ/ES, Luiz Ricardo Maggi, e a diretora da pasta no Seeb-Rio, Luciana Vieira.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES