Numa assembleia tensa, como de costume, os bancários da Caixa do município do Rio de Janeiro decidiram aceitar a proposta de Acordo Aditivo apresentada pela Caixa e encerrar a greve. Votaram pela aceitação cerca de 60 % dos empregados presentes.
O representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/Caixa, Luiz Ricardo Maggi, fez a leitura da maioria dos itens da proposta e esclareceu as dúvidas dos bancários presentes quanto a questões como compensação de dias de greve e novas contratações e hora-extra. “Algumas pessoas ficaram confusas, mas destacamos, por exemplo, que o acordo prevê compensação de apenas 30 % das horas paradas, sendo que no ano passado foram compensados 40 % . Também ressaltamos a novidade que aumentou de 15 para 20 o número de funcionários das agências onde o pagamento da hora extra será integral”, explica Maggi.
O sindicalista, que esteve presente a todas as rodadas, destacou ainda que a avaliação da proposta foi feita com assessoria do Dieese, que analisou vários dos itens ligados a remuneração e empregos. Maggi também informou, durante a assembleia, que o número de bancários que bateram o ponto durante a greve foi elevado, o que prejudica a mobilização. “Embora tivéssemos muitas unidades fechadas, a greve não refletiu a paralisação, porque tinha muitos empregados trabalhando. A adesão não passou de 30 % , o que é muito baixo”, avaliou Maggi. Para o sindicalista, considerando esta correlação de forças, a proposta foi muito boa, o que indica que podemos ter, para o próximo ano, avanços maiores do que os deste ano. “Vai depender da força da mobilização e da adesão dos empregados à greve”, conclui.
Maggi destaca que o bancário da Caixa vai ter o maior salário do país no sistema financeiro depois que passar a ser creditado o delta adicional, em janeiro. Garantimos 9 % em cima de toda a curva. Considerando que teremos o delta de 2,34 % , o índice já passa para 11,55 % , sendo que a reivindicação foi 12,5 % ”, destaca.
Quanto à isonomia, Maggi informou que a Caixa não quis sequer tocar no assunto durante as negociações do ACT e destaca a importância do engajamento dos bancários. “Ou fazemos uma mobilização de fato dentro da Caixa ou não vamos conseguir mais do que já conquistamos até agora. Quando se tem 70 % dos bancários, durante a greve, com ponto marcado e trabalhando, temos que reavaliar. Coincidência ou não, o percentual é o mesmo de novos bancários, que entraram depois de 1998, e que são os maiores interessados na isonomia.
Moção
Durante a assembleia foi aprovada também uma moção de repúdio ao GDV, uma forma de comprometer os bancários com o cumprimento de metas que está enfrentando resistência dos empregados. Além de ter sido implantado unilateralmente, o novo método abre caminho para o assédio moral e o adoecimento, e tem sido alvo de muitas críticas por parte do movimento sindical. Durante as negociações para o ACT, os bancários arrancaram da Caixa o compromisso de debater o programa logo após o encerramento da Campanha Salarial. Os debates serão feitos na mesa permanente.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES