Regulamentação da mídia e democratização da comunicação mobilizam ativistas

Na última terça-feira aconteceram duas reuniões que mostraram o quanto as eleições presidenciais, em especial o segundo turno, abriram os olhos para a urgência de atacar o monopólio das comunicações. À tarde reuniu-se o ComuniCUT – Coletivo de Comunicação da CUT-RJ, composto por diretores e assessores de imprensa dos sindicatos cutistas. À noite, na sede do Sindicato dos Jornalistas, aconteceu plenária da Fale-Rio – Frente Ampla pela Liberdade de Expressão no Rio de Janeiro. As duas reuniões tiveram número recorde de participantes, surpreendendo os organizadores.

Na reunião do ComuniCUT, o primeiro ponto de pauta foi uma discussão política sobre as eleições. Os presentes demonstraram preocupação com o clima golpista que se espalha pelo país e indignação com a grosseira manipulação que a mídia fez de informações com intuito de interferir nos resultados do pleito. A perplexidade dos dirigentes e assessores com a conjuntura política levou a uma participação muito acima da média e a sala ficou pequena para tantos sindicalistas e profissionais. Os ativistas também fizeram propostas para enfrentar esta situação, fortalecendo os veículos da chamada imprensa alternativa e intensificando a luta pela regulamentação da mídia. A editora regional do jornal Brasil de Fato, Vivian Veríssimo, foi convidada para a reunião e apresentou importantes informações sobre o veículo e ofereceu espaço na pauta para material produzido pelos sindicatos.

Algumas ações foram definidas para os próximos meses e serão organizadas por grupos de trabalho que devem apresentar resultados na próxima reunião. Os grupos vão cuidar de produção de materiais, eventos e atos públicos, rede de comunicação e produção audiovisual. O próximo encontro já ficou agendado e será no dia 02 de dezembro. O local será o mesmo da reunião desta terça-feira, o Senge – Sindicato dos Engenheiros.

Noite longa

A reunião da Fale-Rio também teve participação expressiva e faltou cadeira para todo mundo. Um dos coordenadores da entidade, Orlando Guillon, destacou que a média de comparecimento é de dez pessoas, e que a reunião desta terça-feira teve mais de 60 presentes. A reunião se estendeu por quase três horas e a tônica do debate foi semelhante à da reunião do ComunicCUT: regulamentar a mídia e democratizar a comunicação para evitar a manipulação política da população. Também foi ressaltada a necessidade de tomar medidas que reforcem a legitimidade da presidenta reeleita e acabar com o clima golpista.

A reunião teve a presença de Kleybson Ferreira e Antônio Neto, representantes do Comitê Estadual pelo Plebiscito de Iniciativa Popular para uma Constituinte Exclusiva da Reforma Política. Os movimentos pela reforma política e pela democratização da comunicação vão unificar as lutas, a partir do entendimento que uma reforma não se faz sem a outra. Foi consenso entre os presentes a necessidade de definir uma agenda única de mobilizações para levar a discussão à população e ocupar intensamente as ruas, fazendo pressão sobre o governo federal e os parlamentares para darem início ao processo.

Um dos informes de agenda foi a da grande plenária dos movimentos sociais que será realizada no próximo dia 27. Todas as propostas surgidas da reunião que não se relacionam diretamente ao tema da democratização da comunicação serão remetidas a esta plenária.

A Fale-Rio se reúne toda primeira terça-feira de cada mês, no auditório do Sindicato dos Jornalistas, a partir das 19h.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES