A agência do Santander na rua Mariz e Barros, na Tijuca, foi assaltada na ultima quinta-feira, 19, por volta do meio-dia, por onze homens. Seis fizeram a cobertura do lado de fora enquanto cinco permaneceram mais de meia hora na agência. Durante a ação, a agência permaneceu aberta e mais pessoas entraram na unidade, já rendida pelos assaltantes. A coordenadora da agência foi agredida e teve suas roupas rasgadas pelos ladrões.
O assalto foi demorado porque os bandidos não quiseram sair sem levar nada. A coordenadora, que tem a senha para abertura do cofre temporizado, se confundiu ao digitar o código em razão da tensão gerada pelo assalto. Os bandidos decidiram, então, aguardar até que o cofre pudesse ser aberto novamente e mantiveram os funcionários e usuários como reféns durante a ação. “O tempo todo, ameaçavam matar todo mundo se a polícia chegasse”, relata Arnaldo Malaquias, diretor do Seeb-Rio que está acompanhando a situação. Os bandidos diziam isso para que nenhum bancário acionasse o botão do pânico. “O que eles não sabiam é que o botão já tinha sido acionado, mais de uma vez, mas nenhum policial foi até a agência verificar”, acrescenta o dirigente.
O agravante na questão do botão do pânico é que, mesmo sabendo dos riscos, muitos bancários o acionam. “Se o botão do pânico não for acionado por ninguém da agência durante um assalto, os bancários levam advertência. Mas é muito ruim também apertar o botão e nada acontecer”, critica Arnaldo.
Enquanto esperavam a abertura do cofre, os bandidos aproveitaram para roubar os pertences de clientes e bancários. “Levaram dinheiro, alianças, relógios, celulares. O banco, ao invés de reembolsar logo todos os funcionários, está pedindo que cada um apresente três orçamentos”, censura Malaquias.
Stress
O pânico tomou conta da equipe. A unidade já havia sido assaltada há cerca de 8 meses, mas foi uma ação bem mais rápida, que durou aproximadamente dez minutos. “Quando chegamos à agência, havia vários bancários chorando. O psicólogo do banco, do programa PAP, esteve na agência no dia seguinte, mas não tomou nenhuma providência efetiva. Pedimos que outro profissional vá ao local dar assistência aos bancários e, se ainda assim o trabalho não for satisfatório, vamos levar um psiquiatra indicado pelo sindicato”, informou o sindicalista.
O banco ainda não tomou nenhuma providência quanto ao CAT dos bancários. “Estamos pressionando e o banco diz que “está vendo isso”. Numa agência de Botafogo, assaltada recentemente, o Santander levou quase três semanas para emitir o documento. Se eles não o fizerem, o sindicato vai ter que emitir, mas queremos mesmo é que o banco se responsabilize e faça a comunicação de acidente ao INSS”, destacou o dirigente sindical.
Diante do medo que ainda toma conta dos bancários, o sindicato retardou a abertura da unidade na manhã desta segunda-feira. “O pessoal do departamento de Relações Sindicais do Santander costuma responder todas as nossas reclamações dizendo “vida que segue”. Mas é uma vida sem condição. O banco tem que se responsabilizar e cuidar melhor do trabalhador”, defende Malaquias.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES