PM agride sindicalistas em frente ao Congresso em dia de votação do PL 4330

Sessão da Câmara acontece com galerias fechadas. Centrais sindicais
e movimentos sociais levam cinco mil pessoas a Brasília

 


Pelo menos cinco manifestantes precisaram receber atendimento médico após repressão violenta da PM-DF à manifestação contra a aprovação do PL 4330. Os trabalhadores começaram a se concentrar em frente ao Congresso pela manhã e o confronto com as polícias aconteceu por volta das 13h. Um manifestante foi preso. Nem mesmo o deputado Vicentinho (PT-SP), que já cumpre seu quarto mandato consecutivo, escapou do gás de pimenta e precisou ser examinado por um profissional de saúde.

As centrais sindicais, o MST, a UNE e outras entidades levaram cinco mil manifestantes a Brasília para protestar contra o projeto, que libera a terceirização em todas as atividades e segmentos. Se a lei passar, a precarização do trabalho vai chegar a níveis inéditos no Brasil e os trabalhadores vão perder os direitos duramente conquistados ao longo de mais de setenta anos.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já informou que começa a vota o PL 4330 hoje de qualquer jeito e já prevê a realização de sessão extraordinária, que deve começar às 19h. A matéria deve ser apreciada também amanhã. Cunha já se manifestou favorável à aprovação do texto atual, que é o relatório de Arthur Maia (PMDB-BA) e está aproveitando todas as brechas do regimento interno da Câmara para pautar a votação em horários extraordinários, apostando na desmobilização dos trabalhadores.

Ao longo da semana passada, as centrais sindicais tentaram costurar um texto que garantisse direitos. Arthur Maia acatou algumas das reivindicações, mas insistiu em manter a previsão de terceirização em todos os setores. Para os sindicalistas, este é um dos pontos mais importantes, porque a restrição à terceirização de alguns processos foi o que garantiu que as categorias profissionais não fossem desmontadas.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES