Bancário do Itaú sequestrado na base de Nova Friburgo

O bancário Marcos Pinto, com mais de trinta anos de trabalho no Itaú, desde os tempos do Banerj, precisou de muito sangue frio para enfrentar um sequestro. Gerente Operacional da unidade do banco em Papucaia, distrito de Cachoeiras de Macacu, início da região serrana fluminense, Márcio foi transformado em alvo por um simples motivo: tinha em seu poder as chaves da agência.



Ao sair do banco ao final do expediente no último dia 11, Marcos foi seguido por três carros por cerca de 8km. Um dos veículos o ultrapassou e deu uma fechada, obrigando-o a parar. Foi, então, rendido.



A sorte de Marcos foi que os bandidos, apesar de demonstrarem conhecer bem sua rotina e sua família, o levaram de volta para a agência. Dentro da unidade, o bancário teve um colete de dinamite amarrado ao corpo. Os assaltantes o pressionaram a abrir o cofre, mas o sistema só permitiria a abertura dentro de 12 horas. Foi então que outro golpe de sorte aconteceu: guardas de um carro de polícia que fazia ronda estranharam a luz acesa na agência e foram verificar.
 


Neste momento, um dos assaltantes, que estava bem vestido, se fez passar por bancário, acusando Marcos de ser o criminoso. Mas a manobra não funcionou, os policiais da patrulha chamaram reforços, renderam os assaltantes e libertaram o bancário.



A unidade do Itaú em Papucaia dispõe de alguns bons dispositivos de segurança. Mas a principal medida não foi tomada: o impedimento de que bancários levem as chaves para casa. Os sistemas do banco garantem – como garantiram – a preservação do patrimônio, mas deixam os bancários sem nenhuma proteção.



Estado



Ainda muito abalado, Marcos tem sido acompanhado pelos diretores do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo e recebeu um atendimento razoável do banco. A gerente de segurança responsável pela região (que também é oriunda do Banerj) também já visitou o bancário em casa mais de uma vez e informou o banco sobre a necessidade de convocação de uma psicóloga. Mas o banco está se recusando a emitir o CAT. Se o banco não emitir o documento, vamos entrar com pedido de abertura de processo administrativo”, adianta Ricardo Lontra, diretor do Seeb-Nova Friburgo.



Outra situação inusitada foi a confusão com a psicóloga, que errou o caminho. A profissional foi enviada de São Paulo para atender Marcos na sexta-feira, mas mal informada e não conhecendo o estado, foi parar em Sapucaia, na divisa com Minas Gerais. A psicóloga teve que voltar na segunda-feira para atender o bancário. A raiz do problema é que, apesar do Rio de Janeiro ser a segunda capital mais importante do país e do o banco ter centenas de unidades no estado, muitas herdadas do Banerj, o Itaú não mantém aqui profissionais de psicologia para atender seus funcionários.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES