Bancários da Caixa fazem Dia Nacional de Luta por contratações

Diante da adesão de três mil funcionários ao Plano de Aposentadoria Antecipada, que resultou no corte de mais dois mil postos de trabalho na Caixa, os funcionários de todo o país fazem nesta quinta-feira um Dia Nacional de Luta por Contratações. Com os cortes, a escassez de pessoal, que já era problemática nas unidades, atingiu níveis críticos.

Na gravação de uma fala amplamente divulgada nas redes sociais, a presidenta da Caixa, Miriam Belchior, afirma que as vagas em aberto serão preenchidas por remanejamento. Segundo a executiva, o critério vai de pedido de transferência de empregado até avaliação da produtividade das unidades. “Se o critério da produtividade for aplicado, as agências que têm menos empregados poderão sair ainda mais prejudicadas. Se já há unidades com dotação de apenas sete bancários, como vai ficar algumas forem classificadas como de baixa produtividade? Isto não só não resolve o problema como o agrava. É a lógica do cobertor curto: descobre os pés para cobrir a cabeça”, critica Luiz Ricardo Maggi, diretor de Bancos Federais da Fetraf-RJ/ES e funcionário da Caixa.

Ações

Além da orientação para a realização de atividades nas agências, a CEE/Caixa e a Contraf-CUT estão orientando os bancários a fazerem campanha nas redes sociais. Fotos de empregados com o cartaz da campanha devem ser postadas e enviadas à Fenae e à Contraf-CUT, para serem divulgadas pelos sites das entidades. Um abaixo-assinado também está sendo passado, com objetivo de recolher milhões de assinaturas reivindicando mais contratações. Não só os bancários, mas também os clientes e usuários da Caixa podem ser abordados e estimulados a assinar.

Luiz Ricardo Maggi destaca que é importante a participação de todos os sindicatos. “Precisamos mostrar à direção do banco que não vamos aceitar esta situação. Se já estava ruim nas unidades, ficou ainda pior. E a população precisa ver que, com menos bancários, o atendimento é pior. É fundamental que todos os sindicatos façam atividades e aproveitem para conversar com os clientes e usuários para explicar a situação e colher assinaturas”, ressalta o sindicalista.

O problema

Em outubro de 2014 a Caixa assinou um Acordo Aditivo de Trabalho em que se comprometia a contratar dois mil novos empregados. Em março de 2015, lançou um Plano de Aposentadoria Antecipada que resultou na saída de cerca de três mil funcionários. A última Pesquisa do Emprego Bancário, publicada no dia 21 de julho, mostrou que o banco encerrou 2.058 postos de trabalho com a conclusão do PAA. “O DEST já havia autorizado a Caixa a chegar à marca de 103 mil empregados quando foi assinado o Acordo Aditivo. Agora, a empresa, que fechou 2014 com 101 mil funcionários, caiu para menos de 98 mil. Não há nem a justificativa de que o governo estaria mandando reduzir”, acrescenta Maggi.

A situação é muito grave principalmente nas agências novas. A Caixa abriu perto de 500 agências entre 2013 e 2014, a maioria com dotação de, em média, sete empregados. Com tão poucos bancários, o atendimento ficou prejudicado e a sobrecarga de trabalho, imensa. Os funcionários destas unidades não podem sequer compensar as horas extras realizadas, porque não há quem os substitua. Esta situação levou a muitos problemas, porque a Caixa limitou a verba para pagamento e instruiu os gestores a conceder folga aos funcionários. As férias e os afastamentos por problemas de saúde se tornaram um problema sem solução, porque as agências ficavam desfalcadas.

Para os clientes, unidades pequenas com poucos empregados são sinônimo de filas enormes e longa espera por atendimento. “A função da Caixa como gestora dos programas sociais do governo federal fica comprometida. Não se pode prestar um bom atendimento ao público com tão poucos empregados”, conclui Maggi.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES