Atendendo à convocação da CUT e da Contraf-CUT, bancárias do estado do Rio de Janeiro vão participar da 5º Marcha das Margaridas, grande manifestação de mulheres do campo e da cidade. A delegação é composta por 15 sindicalistas, representando a Fetraf-RJ/ES e os sindicatos da Baixada Fluminense, Petrópolis e Rio de Janeiro.
A Contraf-CUT será representada por três diretores de sua Executiva. Dois são da base da Fetraf-RJ/ES: Fabiano Júnior, do Seeb-Niterói e diretor da Secretaria de Políticas Sociais da Contraf-CUT e Almir Aguiar, do Seeb-Rio, pela Secretaria de Combate ao Racismo da confederação. A diretora da Secretaria da Mulher, Elaine Cutis (Seeb-SP), completa a delegação.
A marcha acontece nos dias 11 e 12 em Brasília. No dia 12 está previsto um ato com a presença da presidenta Dilma Roussef.
“É melhor morrer na luta que morrer de fome”
A trabalhadora rural Margarida Alves, presidenta do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Paraíba, foi assassinada em 12 de agosto de 1983 em frente à sua casa. Um matador de aluguel lhe deu um tiro de espingarda calibre 12 no rosto, na frente de seu marido e seu filho.
Os cinco acusados pelo crime eram todos ligados ao Grupo Várzea, que reunia 60 fazendeiros, três deputados e 50 prefeitos. Dois foram julgados e absolvidos, um faleceu e outros dois estão foragidos.
Ainda que permaneça impune, o assassinato de Margaria Alves teve grande repercussão nacional e internacional e chegou a ser encaminhado para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA – Organização dos Estados Americanos.
À frente do STR, Margarida lutava para que os trabalhadores do campo tivessem os mesmos direitos dos urbanos, como carteira assinada, jornada de 8 horas, 13º salário e férias. A sindicalista já presidia o sindicato desde 1973 e tinha ajudado a mover mais de 70 ações de trabalhadores rurais contra os fazendeiros e usineiros da região.
A Marcha
Desde 2000 as trabalhadoras rurais organizam a Marcha das Margaridas em data próxima à do assassinato de Margarida Alves. Com os anos, mulheres trabalhadoras de outros ramos foram se unindo à marcha, ampliando o caráter reivindicatório do movimento.
Além das reivindicações por direitos trabalhistas no campo, principalmente para as mulheres, reforma agrária e estímulo à agricultura familiar, a Marcha foi aos poucos incorporando outros temas. Assuntos como o combate à violência contra a mulher, saúde e direitos reprodutivos, democracia e aumento da participação políticas das mulheres, entre outros, fazem parte dos eixos da Marcha.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES