CUT-RJ tem primeiro presidente jovem de sua história

Com 34 anos de idade e muita militância na bagagem, o bancário da Caixa Marcelo Rodrigues, o Marcelinho, foi eleito e empossado na presidência da CUT-RJ durante o 15º CECUT. Realizado nos dias 21, 22 e 23 de agosto em Niterói, o congresso reuniu 450 delegados de todas as regiões do estado, representando as mais diversas categorias. De acordo com o estatuto da central, a posse dos novos dirigentes é imediata, logo após a proclamação do resultado, mas haverá uma posse festiva no final de setembro.

A nova gestão, que terá, pela primeira vez, a paridade de gênero, conta com mais dois bancários na Executiva: Marlene Miranda, funcionária do BMB, e Rodrigo Concli, empregado do Banco do Brasil. As pastas de cada novo diretor da CUT-RJ serão definidas na primeira reunião da nova Executiva, no final desta semana.

A adoção da paridade de gênero foi uma decisão tomada na edição anterior do CECUT e aconteceu de maneira tranquila. “Num determinado momento, na formação da chapa, tínhamos mais mulheres do que homens! E nenhuma está na direção somente por ser mulher, mas pelo seu histórico de atuação no movimento sindical”, garante Marcelinho.

Além da participação paritária de mulheres, a nova diretoria da CUT-RJ terá também um aumento da participação de jovens. Além de Marcelinho, há outros diretores com menos de 35 anos, o que demonstra uma preocupação da central de promover a renovação do movimento sindical e a formação de lideranças. Nesta linha de atuação, duas novas dirigentes são universitárias. “A Anniely e a Camila estão em plena transição do movimento estudantil para o sindical, já que são também trabalhadores e militam nos sindicatos de suas categorias. É importante que jovens trabalhadores façam parte da direção”, esclarece Marcelo.

Planos

Um dos objetivos de Marcelinho à frente da CUT-RJ é estreitar a relação com os movimentos sociais. Já na segunda-feira, um dia após a eleição e posse, o novo presidente da central entrou em contato com dirigentes da UNE e do MST no estado. Com o MST o acordo já está feito: todos os atos de rua da CUT-RJ no futuro contarão com a participação dos Sem-Terra.

Marcelinho também pretende aumentar a base e a participação dos sindicatos cutistas. A central vai buscar filiar novos sindicatos e retomar o contato com filiados que não têm participado das ações e reuniões. “Também pretendemos convidar os sindicatos para reuniões periódicas ampliadas, para que todos possam participar da tomada de decisões”, anuncia o novo presidente.

Rurais

O apoio da Central aos sindicatos rurais, que sempre enfrentam dificuldades em virtude das limitações estruturais e financeiras, será feito efetivamente através dos bancários. A próxima reunião do Sistema Diretivo da Fetraf-RJ/ES terá a participação de sindicatos de trabalhadores rurais cutistas. “O objetivo é que os bancários, com uma organização antiga e estrutura já montada, possam prestar assistência, emprestando carros ou publicando editais, por exemplo. Isto já está costurado com os sindicatos de bancários do interior do estado”, anuncia o sindicalista.

Além de promover a aproximação institucional, a CUT-RJ adotou outra medida para apoiar os trabalhadores do campo. “Fizemos um convênio com o Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA para fornecimento de café para a CUT-RJ. Todos os meses eles vão entregar café orgânico que será usado no dia a dia da central”, informa Marcelinho.