Teresópolis: Sindicato participou do Dia Nacional de Lutas, nesta terça

Os bancários de Teresópolis realizaram atividade em todas as agências bancárias de sua base e distribuiram panfletos e jornais, tanto para os bancários quantos para clientes e usuários de banco, a fim de esclarecer sobre as negociações em andamento com os Bancos. A atividade também é uma forma de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que sejam atendidas as reivindicações da categoria. A atividade contou com a apresentação da banda de música do Gremio Paquequer de Teresópolis.

 

Nesta quarta-feira, 16/09, começa a rodada de negociação que tratará sobre as clásulas econômicas da campanha.

 

Negociações

 

Depois de três rodadas de negociação, o Comando Nacional dos Bancários denuncia o descaso e a falta de propostas concretas por parte da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), para as reivindicações da categoria, no que se refere às demandas sociais, como emprego, saúde e condições de trabalho, além de segurança bancária e igualdade de oportunidades.

 

Emprego – Nas negociações sobre o tema os representantes dos bancos não assumiram compromisso com a manutenção dos empregos da categoria. Os bancos insistem em dizer que demitem pouco, mas se utilizam dos correspondentes bancários, que retiram o emprego da categoria e o transfere para outros lugares mais precarizados e com menores salários. A rotatividade e terceirização servem para eles aumentarem cada vez mais seus lucros.

 

Somente de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do Caged, o setor bancário cortou 2.795 empregos. Esse número aumenta para 22 mil quando analisado o período de janeiro de 2012 a junho de 2015.

 

Saúde, condições de trabalho e segurança bancária – O Comando Nacional mostrou pesquisas do Dieese, com base nos dados do INSS, as quais evidenciam a relação da rotina estressante de trabalho com os adoecimentos. Os casos de transtornos mentais e comportamentais estão crescendo muito mais rapidamente na categoria bancária e já superam os adoecimentos relativos a LER/Dort.

 

Entre janeiro e março do ano passado, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.

 

Além da pressão por resultados, metas abusivas e assédio moral, os bancários também convivem com a insegurança nos locais de trabalho. Levantamento realizado pela Contraf-CUT ( Confederação Nacional dos trabalhadores do Ramo Financeiro) e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio técnico do Dieese, aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 vítimas fatais por mês. Os ataques a agências e caixas eletrônicos também viraram manchetes diárias nos jornais pelo País. Foram 3.150 ocorrências no ano passado, com uma média assustadora de 8,63 por dia.

 

O Comando Nacional dos bancários cobra melhores condições de segurança para bancários, clientes e usuários de bancos.

 

Igualdade de oportunidades – Os Bancos também negaram reivindicações sobre igualdade de oportunidades. O II Censo da Diversidade, conquistado pela categoria e divulgado em 2014, pela própria Fenaban, revelou que as mulheres ganham 22,1% a menos que os homens. A remuneração dos trabalhadores negros também permanece desigual, 12,7% mais baixa na comparação com brancos, apesar de 74,5% terem curso superior. Do universo de 511 mil bancários, apenas 3,4%, ou 17 mil trabalhadores, se autodefiniram como pretos na pesquisa.