A decisão do TST sobre os 15 minutos de intervalo antes da jornada extraordinária das mulheres criou uma série de problemas no BB. O banco instituiu uma medida administrativa no início do ano descontando da remuneração 15 minutos toda vez que as bancárias faziam hora extra. As situações variam de acordo com a região, em função de processos judiciais e acordos locais, mas, de maneira geral, a medida adotada pelo banco gerou transtornos.
O problema maior é que têm chegado aos sindicatos e federações denúncias de que as bancárias estariam realizando os 15 minutos que seriam de descanso após a jornada extraordinária. “É preciso que o banco libere o acesso ao sistema para que possamos verificar se as denúncias procedem. Se procederem, teremos que analisar cuidadosamente, caso a caso. A irregularidade na concessão do intervalo, além de provocar transtornos para as funcionárias do BB, ainda gera passivo trabalhista”, reivindica Sérgio Farias, diretor da Fetraf-RJ/ES e Auditor Sindical junto ao BB.
O banco não se recusa a liberar o acesso do Auditor Sindical ao sistema, como previsto nas atribuições do cargo, mas vem adiando esta verificação. “Sob a justificativa de mudanças no sistema em função da troca de diretoria, o banco vem protelando há vários meses a abertura dos dados. Estive no início deste ano com o diretor da Diref, Carlos Neri, discutindo este assunto, mas, desde então, não houve nenhuma movimentação. Agora, com a posse do novo diretor, Carlos Célio, já solicitei a marcação de uma nova reunião”, informa o auditor. “É urgente que o BB viabilize esta verificação, para que possamos tomar as medidas necessárias. Além de evitar problemas futuros, a regularização vai garantir que as bancárias não fiquem prejudicadas”, pondera Sérgio Farias.
O auditor, que também é um dos representantes da base da Federação na CEE/BB, informa que a comissão vem solicitando ao banco que realize reunião específica para tratar do problema dos 15 minutos, mas este encontro ainda não foi marcado.