Itaú usa explosão como pretexto para fechar edifício em São Cristóvão

O prédio do Itaú Cancela, em São Cristóvão. Com lucros recordes, o banco tem todas as condições de reformar a unidade e garantir o emprego dos funcionários O prédio do Itaú Cancela, em São Cristóvão. Com lucros recordes, o banco tem todas as condições de reformar a unidade e garantir o emprego dos funcionários

Em reunião com a direção do Sindicato, na quarta-feira (25), no Rio, o Itaú Unibanco informou que vai fechar definitivamente o prédio da Rua São Luiz de Gonzaga – conhecido como Itaú Cancela – em São Cristóvão. A reunião havia sido solicitada pela entidade, no final de setembro, para tratar da situação dos funcionários do prédio administrativo, atingido por estilhaços e fortemente impactado pela explosão de um prédio vizinho, no dia 19 de setembro. Na ocasião, informações extraoficiais davam conta da reabertura do edifício em 45 dias.

Na reunião, em que compareceram pelo Sindicato, a presidenta Adriana Nalesso; o secretário geral Robson Santos; o diretor de Imprensa, Ronald Carvalhosa, além de Adriano Campos e Dorival Teles, também sindicalistas, o representante do banco Marco Aurélio de Oliveira informou que o serviço de back office de agências migrará para São Paulo e os funcionários realocados em agências, a partir do dia 21 de dezembro, depois de uma semana de treinamento – 14 a 18 de dezembro.

Os cerca de 200 trabalhadores do Itaú Soluções e Previdência serão mantidos no prédio até o mês de maio de 2016. Ainda segundo o banco, a área de tecnologia ficará no local – seus cerca de 40 funcionários são necessários para o fechamento do edifício.

Itaú usa explosão como pretexto para fechar edifício em São Cristóvão

“Questionamos o banco quanto ao fechamento do Itaú Cancela e exigimos garantias de manutenção dos empregos por dois anos e também um tempo suficientemente adequado para a readaptação. Exigimos, ainda, informações sobre a situação dos cipeiros que têm estabilidade no emprego”, disse a presidenta, acrescentando que, a partir do acidente, o banco criou um pretexto para fechar seu endereço mais tradicional em São Cristóvão.

O esvaziamento, que o Itaú tenta concluir agora, vem desde meados dos anos 1980, com o início do processo de automação bancária. Recebeu um incremento na década seguinte, com o aumento das terceirizações. “Essa iniciativa tem a ver com a prática do Unibanco de centralizar as atividades em São Paulo. Na reunião, deixamos claro ao representante do banco que vamos tomar todas as medidas políticas e jurídicas cabíveis para garantir a manutenção dos serviços para assegurar os postos de trabalho”, disse o diretor de Imprensa Ronald Carvalhosa.

“O banco demonstra claramente seu descaso com o Rio. Basta ver que o Itaú Cultural não tem qualquer projeto para a cidade”, criticou o diretor Adriano Campos, secundado pelo dirigente Dorival Teles: “Enquanto o banco concorrente constrói um call center na cidade, o Itaú aposta no esvaziamento, indo em direção contrária”, disse.

Fim das demissões

Nesta quinta-feira (26) a Comissão de Organização dos Empregados (COE) vai se reunir com a direção do Itaú para tratar do crescimento das demissões que o banco desencadeou em todo o país.

 

 

 

Fonte: Seeb-Rio