Os números ainda não estão confirmados, mas a nova onda de reestruturação do BB deve atingir em cheio algumas agências da base da Fetraf-RJ/ES. Em Petrópolis já há expectativa de que três agências perderão, cada uma, um funcionário. Na área de abrangência da superintendência Duque de Caxias – da qual o município serrano faz parte – a redução total será de 14 escriturários.
A redução é parte de uma série de medidas que o banco está tomando para se adequar ao que foi determinado pela portaria 17, do DEST – Departamento de Coordenação e Governança das Estatais. Publicado em 22 de dezembro, o documento estabelece que o número de funcionários verificado na ocasião seja mantido. O Banco do Brasil, portanto, terá que manter inalterado o número de 115.495 funcionários, somente fazendo contratações caso haja abertura de vaga por desligamento.
Onde é mais fácil
Supostamente não haveria problemas, já que não há previsão de diminuição do número de postos de trabalho no banco. Mas a “adequação” atinge também a rede de atendimento, já que um número grande de unidades trabalha com menos funcionários que o necessário. No caso das agências de Petrópolis, uma delas passará a ter somente 11 bancários, o que, além de gerar sobrecarga de trabalho para os que ficam, gera um problema sério sempre que um funcionário entra em férias ou é afastado por qualquer motivo.
A solução de transferir os funcionários para outros locais de trabalho também não é satisfatória. “Aqui no interior é complicado, às vezes o empregado precisa mudar de cidade e isso gera impacto não só sobre ele, mas à sua família. Como se não bastassem os problemas que virão da redução de dotação das agências, ainda vamos lidar com questões delicadas que atingem a vida pessoal do trabalhador”, lamenta Marcos Alvarenga, presidente do Sindicato dos Bancários de Petrópolis.
Alvarenga demonstra preocupação com as medidas adotadas pelo banco e não vê lógica na mudança. “Se não vai haver redução do número de funcionários, por que não fazer esta adequação no sistema e não nas agências? É muito mais fácil alterar um número numa tabela do que remanejar um funcionário”, questiona o sindicalista.
Inaceitável
A esperança de que a sobrecarga de trabalho seja resolvida pela contratação de concursados também não vai se realizar. Com a rigidez imposta pela portaria do DEST, não será fácil convocar aprovados. A validade do último concurso para o estado do Rio de Janeiro só acaba em maio e o banco já planeja realizar mais um certame. Com as extinções e enxugamentos de áreas-meio que o BB vem promovendo e as consequentes transferências de empregados para a rede de atendimento, a tendência é de que o ritmo de nomeações tenha uma queda significativa.
O coordenador da CEE/BB, Wagner Nascimento, não vê com bons olhos a adoção destas medidas. “Todas as agências têm falta de funcionários e a portaria do DEST vem para resolver problemas que são do governo, não nossos. A medida só considerou a quantidade de funcionários, não a necessidade das unidades. Não faz sentido travar as contratações sem considerar a demanda”, critica o sindicalista.
A CEE/BB deve se reunir ainda este mês com a direção do banco e a reestruturação será um dos principais assuntos da pauta.