Bancários paralisaram agências do Bradesco em quatro municípios da base da Fetraf-RJ/ES na manhã desta quarta-feira, seguindo a orientação da COE Nacional, que pautou a realização de um dia Nacional de Lutas. As atividades foram realizadas em protesto contra a nova onda de demissões no banco, que já dispensou 1.466 bancários em todo o país, somente nos três primeiros meses de 2016 e fechou 152 agências em um ano. Chega a 75 o total das demissões nos sindicatos de Angra dos Reis, Espírito Santo, Itaperuna, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Três Rios até o momento.
Mas o Bradesco não tem do que reclamar e nada justifica as demissões. Com um lucro de R$ 17,19 bilhões em 2015 e já tendo atingido a marca de R$ 4,12 bilhões de lucro no primeiro trimestre deste ano, a situação do banco é tranquila. Importante ressaltar que somente com a receita de serviços e tarifas, o banco cobre 137% de sua folha de pagamento.
Em Campos, a principal agência do município e a única do segmento Prime em toda a região tiveram retardamento da abertura. No Rio de Janeiro foram paralisadas na manhã desta quarta-feira nove agências do Bradesco no centro da cidade, sendo três do segmento Prime. No Sul Fluminense, a principal agência do Bradesco em Volta Redonda abriu mais tarde na manhã desta quarta-feira. O Sindicato de Três Rios realizou manifestação em frente à principal agência do Bradesco, no centro da cidade.
O presidente da Fetraf-RJ/ES, Nilton Damião Esperança, que é funcionário do Bradesco, ressalta que a redução do número de funcionários prejudica o atendimento. “Enfatizamos, durante a manifestação, que um menor número de bancários provoca mais demora no atendimento. Para os bancários, a situação é ainda pior, porque há sobrecarga de trabalho e aumento dos casos de doenças ocupacionais, tanto físicas, quanto psicológicas”, destaca o dirigente.
O diretor da Secretaria de Bancos Privados da Fetraf-RJ/ES, Euclides Netto, anuncia que os sindicatos não vão dar trégua ao banco. “O Banco é um dos principais patrocinadores das Olimpíadas. Se tem dinheiro para patrocínio, não precisa demitir. Definimos um calendário de lutas durante o Encontro de Bancos Privados da nossa base e o banco pode esperar mais paralisações e manifestações. Vamos mostrar à sociedade o que estamos sofrendo no dia a dia, principalmente com o fantasma do desemprego”, adianta o sindicalista.