Foto: Jaílton Garcia / Contraf-CUT
Dia Nacional de Luta surte efeito e patrões adotam postura mais respeitosa
A organização e a mobilização dos financiários já começaram a fazer a diferença. Isso ficou claro na terceira rodada de negociações da Campanha Nacional 2016, realizada nesta terça-feira (23), em São Paulo, entre a Contraf-CUT e a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi).
Um dia após o Dia Nacional de Luta, realizado em todo o país na segunda-feira (22), a bancada patronal sentou à mesa com uma postura mais respeitosa. Eles sinalizaram a possibilidade de avançar no abono assiduidade. A reivindicação da categoria é utilizar a mesma redação da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários (CCT).
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, lembrou que este ano é um marco para a categoria. “Em 2016, já realizamos a primeira Conferência Nacional dos Financiários, agora o primeiro Dia Nacional de Luta. Nosso próximo passo é conquistar avanços históricos para os financiários.”
Outra reivindicação que teve retorno foi o auxílio educação. O tema, porém, deve ser negociado em debate individual com as financeiras. Já a clausula 80, que rege sobre complementação do auxílio doença, a Fenacrefi rejeitou a reivindicação de que o valor seja complementar ao salário do trabalhador. A justificativa é que a proposta atingiria uma grande parte dos trabalhadores e as financeiras não tem como arcar com este custo.
Para Katlin Salles, diretora do Ramo Financeiro da Fetec-CUT/PR, a campanha deste ano mostra que a mobilização dos financiários é fundamental para o avanço das conquistas. “Precisamos avançar na pauta do auxílio complementar, o trabalhador que está em tratamento médico que muitas das vezes é por doença do trabalho, não consegue se manter com um valor mensal de R$ 586, 61”, argumentou a sindicalista.
O representante da Fetraf-RJ/ES na negociação, Paulo Garcez, destacou que a mobilização dos trabalhadores no Dia Nacional de Luta foi importante para mostrar aos patrões que a categoria está mobilizada e agilizar a campanha salarial dos financiários. “Em outros anos, somente depois de terminada a campanha salarial dos bancários é que os financiários conseguiam negociar sua convenção. Este ano, pela primeira vez, a Fenacrefi não está prolongando as negociações e demonstra a intenção de concluir o processo e assinar a Convenção Coletiva o quanto antes”, avalia o dirigente.
A quarta rodada de negociação foi marcada para a próxima terça-feira (30), às 10h, na Fenacrefi. “Sabemos que a Fenacrefi tem amplas condições de atender os financiários, esperamos que, nas próximas mesas, que já estão com datas marcadas, avancemos e que consigamos conquistar melhorias para os trabalhadores”, disse Jair Alves dos Santos, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Organização dos Financiários.
Fonte: Fetraf-RJ/ES, com Contraf-CUT