Foto: Jailton Garcia / Contraf-CUT
Nesta terça-feira (30), na quarta rodada de negociação dos financiários, em São Paulo, a Fenacrefi continuou com o tom de respostas negativas às reivindicações da categoria. Diante de mais uma rodada sem avanços, comando orientará greve em assembleias que devem ocorrer até o próximo dia 5 de setembro.
Na ocasião, foram debatidas quatro cláusulas, entre elas, contratação dos trabalhadores do ramo financeiro, cumprimento da licença-paternidade, Participação dos Lucros e Resultados e parcelamento do adiantamento de férias.
Neste último quesito, os representantes das financeiras não só negaram, como fizeram uma proposta desvantajosa: o fracionamento de férias. “Isto é ilegal, o patrão não pode impor ao empregado a divisão das férias em períodos. A Fenacrefi alegou que isto seria o desejo dos trabalhadores, mas tivemos conferência dos financiários e isso não saiu como reivindicação. Tanto é que não faz parte da minuta entregue à federação patronal”, critica Paulo Garcez, representante da Fetraf-RJ/ES na mesa de negociação das financeiras.
“A categoria precisa ser respeitada. Além das cláusulas sociais negadas, o índice proposto pela Fenacrefi foi muito abaixo das reivindicações dos trabalhadores. Sabemos que os bancos lucram e as financeiras lucram o dobro, sem falar na terceirização que está dentro de todas as instituições financeiras, ressaltou Katlin Salles, diretora do Ramo Financeiro da Fetec/PR.
Cláusulas negadas
Diante da falta de funcionários contratados pelas financeiras e com o grande número de prestadores de serviços no ramo, os dirigentes sindicais destacaram a necessidade de mais contratações de trabalhadores no ramo financeiro. A Fenacrefi se negou a fazer o debate neste momento.
Segundo Jair Alves dos Santos, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Organização dos Financiários, este debate deve ser feito de imediato e os representantes dos trabalhadores irão fazê-lo por empresa. “Não podemos admitir que as financeiras continuem terceirizando um serviço que é de reponsabilidade delas”, explicou.
Outros pontos negados pela Fenacrefi foram sobre a discussão de um novo modelo de Participação de Lucros e Resultados, adiantamento de salário e aumento da parcela adicional da PLR.
Entre as questões sociais debatidas, os financiários não obtiveram avanço na licença-paternidade, visto que muitas instituições financeiras ainda não são cadastradas no Programa Empresa Cidadã. Os representantes dos trabalhadores cobraram o cumprimento da lei.
Segundo a dirigente Katlin Salles, diante da intransigência da Fenacrefi, a categoria ainda convive assédio moral existente dentro dos locais de trabalho. “É um absurdo. Chegam ao disparato de colocar trabalhadores dentro das salas de reuniões e dizer ‘fiquem calados’. Em que mundo estamos, onde as pessoas não podem se manifestar? Nossa categoria vai lutar e vai conquistar”, afirmou.
Proposta salarial baixa
A proposta de reajuste salarial é baixa (correspondente a 80% do INPC de 9,83%, referente a junho/2016, mais R$ 1.000 de abono). O índice está muito aquém da reivindicação dos financiários, de reposição da inflação, mais 5% de aumento real.
“Desde a entrega da minuta até esta última rodada de negociação, os financiários não obtiveram avanços nas cláusulas sociais e econômicas. É inadmissível um índice tão baixo, uma vez que o lucro das financiadoras se encontra nas alturas. A categoria vai intensificar as mobilizações e dizer aos financiários de todo o país: Só a luta te garante!”, destacou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Rumo à greve
Depois de quatro rodadas de negociação sem avanços e sem proposta de reajuste salarial decente, o Comando Nacional dos Bancários orienta que os Sindicatos convoquem assembleias em suas bases até o dia 5 de setembro, com orientação rumo à greve.
Fonte: Contraf-CUT