Max Bezerra*
A greve da categoria bancária entra na segunda semana e, após suspenderem as negociações, os banqueiros intransigentemente insistem na manutenção de uma proposta rebaixada. A ganância dos banqueiros é ilimitada! Se respeitassem os clientes, usuários e seus empregados, já deveria ter sido apresentada uma proposta de, no mínimo, reposição da inflação. Os bancos oferecem 7%, enquanto a categoria reivindica a reposição da inflação de 9,62% mais 5% de aumento real.
Os lucros exorbitantes dos bancos sempre foram uma afronta à população. Os donos dos bancos nunca tiveram e nem praticaram uma política efetiva de responsabilidade social, com ações como, por exemplo, o financiamento no setor produtivo ou de infraestrutura. Não financiam o desenvolvimento nacional. Ao contrário, só exploram e sugam da sociedade.
Esta gente nunca teve compromisso com a sociedade, somente com os lucros para seus acionistas. Por isso, temos a prova e a convicção de quem deseja e provoca a greve são os patrões! Os banqueiros!
Por outro lado, as bancárias e os bancários querem :
- o fim da demissões;
- mais contratações;
- o fim da imposição e a cobrança exageradas de metas inatingíveis, que adoecem trabalhadores e, consequentemente, causam inúmeros afastamentos do trabalho;
- mais segurança, com proteção efetiva contra assaltos e sequestros;
- redução imediata das tarifas e dos juros que sufocam, paralisam e inviabilizam o crescimento da economia e a geração de empregos;
- o fortalecimento dos bancos públicos como agentes indutores das políticas sociais públicas.
A categoria também reivindica o fim do PLC 30/2015 (Projeto de Lei da Câmara). O projeto é uma reforma trabalhista que visa retirar e reduzir direitos contidos na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), através da terceirização em todas as relações de trabalho. Para a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), a regulamentação da terceirização, do jeito que está, pode ser vista como um passo para trás. “Esse projeto poderá resultar no maior retrocesso da história da legislação trabalhista brasileira desde a origem do trabalhismo e dos direitos sociais conquistados na década de 30″*.
Enfim, as bancárias e os bancários querem a preservação e ampliação dos direitos trabalhistas, trabalho decente e remuneração digna para si e para a classe trabalhadora.
A luta e a greve continuam!
* Max Bezerra é bancário e presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo e Região