Foto: Fábio Vicentini / Sindbancários-ES
Nesta terça-feira, 29, bancários e bancárias do Banco do Brasil estão em luta contra o projeto de reestruturação do BB, que pretende reduzir 18 mil funcionários e fechar mais de 700 agências no país. O dia de protestos paralisa sete unidades estratégicas na Grande Vitória até meio-dia (12h), entre elas quatro passarão pelo rolo compressor da reestruturação. Neste momento, agências Rio Branco, Expedito Garcia, Jardim Limoeiro, Glória, Jucutuquara e Pio XII estão paralisadas.
No Estado, quatro agências estão no programa de desmonte, as unidades Moscoso e Rio Branco, em Vitória, que serão fechadas, e as agências Expedito Garcia, em Cariacica, e Jardim Limoeiro, em Serra, que serão transformadas em postos de atendimentos.
Com o enxugamento do banco, a direção do BB pretende economizar “R$ 750 milhões em despesas” por ano, medida que entra em choque com os sucessivos lucros da instituição e com a atual demanda de trabalho.
“O número de empregados já é insuficiente para atender os clientes; um corte de 18 mil funcionários vai aumentar a sobrecarga e impactar o atendimento à população. Com lucro de R$ 14,4 bilhões em 2015, o BB deveria ampliar a sua rede de atendimento contratando mais empregados, e não o contrário”, diz o bancário do BB e diretor do Sindicato, Thiago Duda.
Para Duda, a reestruturação atende aos interesses de mercado e enfraquece o Banco do Brasil como banco público, caracterizando mais uma ofensiva para privatizar o BB. A reestruturação é parte da estratégia do banco em ampliar o modelo de atendimento virtual, por meio de agências 100% digitais.
No sistema financeiro, o investimento em tecnologia da informação tem sido uma das principais ferramentas para redução de custos com pessoal, por meio direto do corte de empregados. A medida vem acompanhada do aumento da exploração e das metas, já que um número muito inferior de trabalhadores precisa assumir todas as demandas antes distribuídas nas agências físicas. Em maio, duas agências físicas na Grande Vitória (Vale e Praia do Suá) tiveram suas carteiras migradas para o atendimento digital.
O plano de reestruturação foi anunciado pelo banco no último dia 20, sem debate prévio com o corpo funcional ou com as entidades de representação da categoria bancária.
Sob o comando do governo golpista de Michel Temer (PMDB), o BB anunciou fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento. A medida faz parte de um pacote de reestruturação, ou de desmonte do BB, e inclui ainda a um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), que pretende atingir 18 mil empregados, e o encerramento de 31 superintendências regionais.
De acordo com a nota divulgada, “apenas com a reorganização de suas unidades, o BB estima redução anual de R$ 750 milhões em despesas”. O desmonte vai impulsionar o atendimento digital, informa o banco no plano de desmonte, muito criticado pelos bancários que assumiram funções nas agências digitais criadas de forma experimental pelo banco. Em outubro, o banco já havia iniciado o fechamento de outras 51 agências físicas.
No Espírito Santo quatro agências estão no programa de desmonte, as unidades Moscoso e Rio Branco, em Vitória, que serão fechadas, e as agências Expedito Garcia, em Cariacica, e Jardim Limoeiro, em Serra, que serão transformadas em postos de atendimentos. Os gestores das agências já foram avisados sobre o fechamento nesta segunda, apesar do banco não ter divulgado a data da intervenção na agência.
Sem debate prévio com o corpo funcional e as entidades de representação da categoria bancária, o BB comunicou primeiro ao mercado e à imprensa a decisão sobre a intervenção. Como a categoria, o Sindibancários/ES recebeu a notícia com indignação, mas sem surpresa.
Fonte: Sindbancários/ES