O superintendente da área Núcleo Rio Centro II, demitiu a gerente de empresa Cláudia Rodrigues Teixeira, logo após ser considerada apta no exame de retorno ao trabalho, na tarde da última segunda-feira (16/1). Numa atitude suspeita, como se já soubesse previamente que Cláudia seria considerada apta, o executivo, acompanhado do gerente de risco do núcleo, esperava o fim da consulta, atrás da porta do ambulatório médico, que fica no 5º andar do prédio administrativo do Santander (antigo Realzão).
Por coincidência, o diretor do Seeb-Rio Marcos Vicente, estava no local, acompanhando Adriano Garcia, também dirigente da entidade, que havia passado mal. Ficou surpreso ao ver os dois representantes do banco esperando a bancária à espreita, no corredor que dava acesso ao ambulatório. Questionou a presença deles, e viu que tinham um documento nas mãos. “Fiquei surpreso de vê-los ali, e cobrei uma explicação. Queria saber se estavam ali para demitir a bancária que acabava de sair do consultório. Disse que, se fosse este o caso, seria uma situação constrangedora para ela e muito estranho, pois tornava explícito que sabiam que ela seria considerada apta, para, então, demiti-la. Ou seja: o banco mandou que esperassem uma pessoa que retornava de licença médica para tratamento cardíaco para demiti-la no ato, uma crueldade sem tamanho, uma desumanidade”, afirmou.
Invasão do ambulatório
Marcos ligou para a funcionária do setor de Recursos Humanos do Santander no Rio de Janeiro, Margareth Demarche, a fim de relatar o absurdo que estava acontecendo. A representante do banco foi até o quinto andar, falar com Marcos e Adriano. Aproveitando-se que eles conversavam, o superintendente entrou no ambulatório e demitiu a bancária. Cláudia passou a chorar convulsivamente e passou muito mal. Uma enfermeira mediu a pressão da bancária, que disparou. A irmã foi buscá-la e a levou para um hospital onde foi atendida na emergência.
“Tudo isto é um absurdo. Ainda mais se levarmos em conta que o Santander obriga os funcionários a assinar um Código de Conduta e Ética e, contraditoriamente, passa por cima do próprio Código, impondo à bancária uma situação constrangedora e desumana, pondo em risco a sua vida”, afirmou Marcos.
O diretor do Sindicato Adriano Garcia disse que o tratamento recebido por Cláudia foi similar ao dispensado a bandidos, “com seguranças do lado de fora do ambulatório”, disse. O episódio foi presenciado por outros funcionários do banco que aguardavam atendimento e pelos profissionais de saúde que trabalham no ambulatório.