Comissão aprova relatório e reforma trabalhista deve ir a plenário amanhã

O relatório da proposta de reforma trabalhista elaborado pelo relator Rogério Marinho (PSDB-RN) foi aprovado por 27 votos em sessão nesta terça-feira, 25, da Comissão Especial que analisa o assunto. Foram dez votos contrários.

A proposta original enviada por Temer já era ruim e Marinho apresentou um texto com retrocessos ainda maiores. “O substitutivo do relator é muito pior que o projeto original. Ele demole os princípios do Direito do Trabalho, principalmente para os trabalhadores hipossuficientes, os mais pobres. Não há nada parecido em nenhum país. Ao invés do princípio protetivo do trabalhador, temos o princípio protetivo do empregador, do capitalista”, criticou o deputado Wadih Damous (PT-RJ).

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ainda propôs retirar o texto da pauta da reunião para que fosse analisado com mais calma, mas a maioria dos deputados da comissão rejeitou a proposta. Os destaques, que não foram incluídos no texto antes do final da reunião, serão analisados em plenário.

A votação em plenário deverá acontecer nesta quarta-feira.

As principais modificações na legislação trabalhista previstas no relatório de Rogério Marinho são as seguintes:

1 – Redução do salário para quem exerce as mesmas funções na mesma empresa com a demissão coletiva e a recontratação via terceirização

2- Prevalência do acordo coletivo ou individual sobre a legislação trabalhista. Isto possibilita que a empresa contrate o empregado com menos direitos do que prevê a convenção coletiva da categoria ou da lei.

3- Terceirização até das atividades fim de qualquer setor

4- Parcelamento das férias em até três períodos à escolha da empresa

5- Fim do conceito de grupo econômico que isenta a holding de responsabilidade pelas ilegalidades de uma das suas associadas

6- Regulamenta o teletrabalho por tarefa e não por jornada

7- Deixa de contabilizar como hora trabalhada o período de deslocamento dos trabalhadores para as empresas, mesmo que o local do trabalho não seja atendido por transporte público e fique a cargo da empresa

8 – Afasta da Justiça do trabalho a atribuição de anular acordos coletivos e até individuais de trabalho

9 – Permite jornada de trabalho de até 12 horas seguidas, por 36 de descanso, para várias categorias hoje regidas por outras normas

10 – Acaba com o princípio de equiparação salarial para as mesmas funções na mesma empresa

 

Veja como votaram os deputados integrantes da comissão:

Alfredo Kaefer (PSL-RS) Sim
Arnaldo Jordy (PPS-PA) Sim
Arolde de Oliveira (PSC-RJ) Sim
Assis Melo (PCdoB-RS) Não
Benedita da Silva (PT-RJ) Não
Bilac Pinto (PR-MG) Sim
Carlos Melles (DEM-MG) Sim
Celso Maldaner (PMDB-SC) Sim
Chico Alencar (PSOL-RJ) Não
Daniel Vilela (PMDB-GO) Sim
Danilo Cabral (PSB-PE) Não
Eli Corrêa Filho (DEM-SP) Sim
Elizeu Dionizio (PSDB-MS) Sim
Evandro Gussi (PV-SP) Sim
Fabio Garcia (PSB-MT) Sim
Givaldo Carimbão (PHS-AL) Não
Goulart (PSD-SP) Sim
Helder Salomão (PT-ES) Não
Herculano Passos (PSD-SP) Sim
Jerônimo Goergen (PP-RS) Sim
Laercio Oliveira (SD-SE) Sim
Lázaro Botelho (PP-TO) Sim
Luiz Nishimori (PR-PR) Sim
Magda Mofatto (PR-GO) Sim
Mauro Pereira (PMDB-RS) Sim
Nelson Marquezelli (PTB-SP) Sim
Patrus Ananias (PT-MG) Não
Renata Abreu (PTN-SP) Sim
Rogério Marinho (PSDB-RN) Sim
Ronaldo Carletto (PP-BA) Sim
Sergio Vidigal (PDT-ES) Não
Silas Câmara (PRB-AM) Sim
Toninho Wandscheer (PROS-PR) Sim
Valdir Colatto (PMDB-SC) Sim
Vitor Lippi (PSDB-SP) Sim
Wadih Damous (PT-RJ) Não
Walney Rocha (PEN-RJ) Não

 

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com informações do Congresso Em Foco