A pesquisa transformada no livro Inclusão Étnica e Racial no Brasil – A questão das Cotas no Ensino Superior, de José Jorge de Carvalho, antropólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), da Attar Editorial mostra que menos de 1% dos professores das principais universidades públicas brasileiras são negros. Dos 60 cientistas escolhidos pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) como de maior destaque na história do país, 59 são brancos. E apenas 10 dos quase mil diplomatas brasileiros são afrodescendentes.
Considerando que 47% da população brasileira é formada por afrodescendentes, é um absurdo que a Universidade de São Paulo (a única brasileira na lista das melhores cem instituições de ensino superior do mundo) tenha menos de dez professores negros num universo de 4,7 mil profissionais (ou seja, 0,2%). Na UnB, primeira federal a instituir o sistema de cotas no vestibular, são apenas 15 professores negros num total de 1,5 mil.
Na opinião de José Jorge, “Apesar da grande demanda que existe, nunca houve tantos professores universitários como hoje. Mas o número de negros à frente das salas de aula continua o mesmo de décadas atrás”.
Iniciativa pioneira – A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) é a primeira instituição de nível superior do país a adotar o acesso preferencial de professores negros em concurso público. A decisão foi aprovada pelo conselho universitário e já é válida para o próximo concurso. A proposta, única nos meios acadêmicos para concurso público de magistério, foi encaminhada pelo Núcleo de Estudos sobre Educação, Gênero, Raça e Alteridade (Negra) e apresentada pelo conselheiro Paulo Vieira, coordenador do grupo.
(Com informações do Correio Braziliense)
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