A escassez de funcionários nas unidades do Itaú em Angra dos Reis tem levado a situações críticas e a solução encontrada pelos gestores é afastar os clientes. As agências fazem triagem para atendimento, com um funcionário terceirizado que seleciona quem pode e quem não pode ser atendido no balcão e nos guichês de caixa. Pessoas com boletos são orientadas a procurar agências da concorrência, o que tem provocado conflitos com outros bancos e gerado reclamações junto ao Sindicato dos Bancários.
O Itaú, que obteve um lucro líquido de R$ 11,9 bilhões só no 1º semestre de 2015, ao invés de contratar trabalhadores, demite cada vez mais. Com isso, o número de bancários nas agências é insuficiente para a demanda de serviço. Um trabalhador faz o trabalho de três, o que tem causado aumento da incidência de doenças ocupacionais. Caso haja funcionários em férias, licenças ou ausentes para participar de cursos e reuniões, o caos se instala. Quando a situação se agrava em uma das três agências do município, funcionários de outra são desviados para suprir a carência.
O Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis já informou a situação ao banco, através da Diretoria Regional de Relações Sindicais, e também já fez a denúncia junto à imprensa local. Mas estas medidas não têm surtido efeito. Recentemente o sindicato paralisou uma das agências.
Diante do grande movimento de clientes e usuários após o fim da greve dos bancários, o gestor de uma das unidades, com somente três caixas e sem gerente operacional, resolveu espantar os clientes. Os cartazes que informavam sobre a greve foram mantidos na fachada, mesmo depois de encerrado o movimento paredista, para confundir o público. Esta é justamente a agência que tem maior movimento, já que concentra todos os pagamentos de benefícios do INSS. “Vai acabar acontecendo uma tragédia nos primeiros cinco dias úteis do mês. Formam-se filas intermináveis, até um princípio de tumulto do tipo “vamos quebrar tudo” já aconteceu”, alerta Jorge Valverde, diretor do sindicato e funcionário do Itaú.
A situação só se agrava, porque, se uma agência não funciona plenamente, outra fica sobrecarregada. “Já fizemos denúncias e paralisações pontuais e nada adiantou, o banco não contrata funcionários para resolver o problema definitivamente. Estamos estudando a possibilidade de paralisar as três agências ao mesmo tempo”, informa Valverde.