O SOCIAL NO CINEMA – “Encouraçado Potemkin”: a revolução do cinema engajado

A população da cidade russa de Odessa solidariza-se com os marinheiros revoltados do encouraçado Potemkin. O cais e as escadas que ligam a cidade ao porto estão tomados de gente. De repente, soldados surgem no alto da escada. Atiram contra a população, que desce a escada em desespero. Mulheres, crianças e idosos tombam alvejados pelos disparos. Nem sequer uma mãe com o filho gravemente ferido, suplicando por piedade, é poupada. Outra mãe é atingida e empurra o carrinho em que conduzia seu bebê degraus abaixo. Morte, intransigência, horror! A cena mais marcante do clássico do cinema russo “Encouraçado Potemkin” é uma das mais famosas, dramáticas e intensas da história do cinema e é fundamental para se entender tanto a importância técnica do filme quanto a ideológica.

Realizado em 1925, Potemkin correu o mundo nos anos seguintes. Por onde passava, alterava definitivamente a maneira de se fazer cinema. Do ponto de vista técnico, Eisenstein criou a estrutura básica de edição cinematográfica, montando as cenas do filme segundo uma lógica que continua sendo utilizada até hoje. Do ponto de vista ideológico, o filme mostrou a importância que o cinema poderia ter como instrumento de propaganda de ideais. Eisenstein criou o cinema engajado e influenciou inúmeros diretores que iriam utilizar suas câmeras para denunciar as injustiças do mundo, atrelados a ideais revolucionários, ou simplesmente com o objetivo de usar o cinema na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Potemkin não disfarça seu engajamento na revolução russa de 1917. O filme começa com uma frase de Lênin defendendo a revolução como a única guerra justa. A história retrata acontecimentos reais ocorridos durante a revolta de 1905 na Rússia. Em meio a uma situação conturbada no país, com revoltas de operários e repressão do Estado, que causa milhares de mortes, a tripulação do encouraçado Potemkin começa a ficar insatisfeita. No início, acompanhamos as péssimas condições a que os marinheiros são submetidos, dormindo sem conforto e vítimas da tirania dos oficiais. Quando se recusam a tomar uma sopa feita com carne infestada com vermes, são ameaçados de morte pelo almirante. Um pequeno grupo insiste no protesto e é condenado ao fuzilamento. Mas, na hora dos disparos, os atiradores se recusam a obedecer as ordens dos oficiais. Começa a rebelião. Os marinheiros atiram os oficiais ao mar e assumem o comando da embarcação. Livres da exploração e da tirania, os marinheiros seguem para Odessa, onde recebem o caloroso apoio da população. É então que ocorre o massacre na escadaria. Em resposta, o Potemkin bombardeia e destrói o quartel dos generais. Poupado pela esquadra que vem conter a rebelião, o encouraçado segue livre seu caminho.

Eisenstein criava um dos mais poderosos panfletos de propaganda da revolução comunista. A técnica apurada, o domínio narrativo, a intensidade da música e a dramaticidade das imagens não tinham como objetivo o puro entretenimento. Eram um instrumento ideológico para justificar e fortalecer o movimento revolucionário que ocorrera 8 anos antes. Lênin, líder e comandante dos primeiros anos pós-revolução havia morrido em 1924. Stalin assumira o poder derrotando Trotsky, que seria expulso do país em 1927. Potemkin foi rodado em um período ainda anterior ao endurecimento do regime soviético, em que os ideais de um governo justo e comprometido com a liberdade e o bem-estar da população, principalmente dos trabalhadores e das classes menos favorecidas, ainda existia. O filme justifica o assassinato dos oficiais, representando o extermínio dos opressores da classe trabalhadora. Mas nele ainda está presente o sonho comunista de um mundo comandado pelo povo, em que justiça, igualdade e liberdade têm espaço. Não é por acaso que Eisenstein começaria a ter dificuldades para rodar seus filmes após o endurecimento do regime stalinista.

“Encouraçado Potemkin” foi o grande momento da carreira do cineasta, marcada por filmes importantes como “A greve”, “Outubro” e “Que viva México”. Tornou-se um filme mítico, um símbolo da opressão contra os menos favorecidos, um manifesto pela liberdade. Criou uma linha que iria influenciar diretores e movimentos ao longo da história do cinema. Se o norte-americano D. W. Griffith, diretor de “Intolerância”, é o criador do cinema-diversão, com filmes que escondiam mensagens por trás de imagens grandiosas e histórias que seduziam o espectador, Eisenstein inventou o cinema engajado, que não tem pudor de assumir suas posições, defender seus ideais e usar a arte de registrar imagens em movimento como instrumento de transformação e denúncia das injustiças sociais.

Griffith e Eisenstein, representantes de EUA e URSS, as potências que iriam polarizar o mundo em boa parte do século XX, são os pioneiros de duas linhas mestres do cinema que seria feito no mundo a partir de então. Os dois cineastas são fundamentais para se entender a diferença que iria marcar a oposição entre o hegemônico cinema norte-americano e a obra dos grandes realizadores europeus nas décadas seguintes.


(por FLÁVIO AMARAL – Reporter Social)

 

 

Fonte:

BARCO DO GREENPEACE COLIDE COM BALEEIRO JAPONÊS

SYDNEY, 9 jan (AFP) – Um barco do Greenpeace e um baleeiro japonês colidiram no domingo perto da região do Antártico em uma perseguição iniciada há mais de duas semanas pela organização ecológica, que anunciou o incidente nesta segunda-feira.

O barco “Arctic Sunrise” do Greenpeace sofreu avarias, mas o coordenador da campanha no Antártico, Shane Rattenbury, declarou à AFP que o barco poderá continuar a perseguição aos navios japoneses.

A organização ecológica e as autoridades baleeiras japonesas se acusam reciprocamente de terem provocado a colisão.

O “Arctic Sunrise” e outro barco do Greenpeace, o “Esperança”, perseguem desde 21 de dezembro os baleeiros japoneses com o objetivo de impedir a caça das baleias.

A Comissão Baleeira Internacional (CBI) impôs em 1986 uma moratória sobre a caça comercial das baleias, mas o Japão, alegando razões científicas, prossegue a caça e a aumentou neste ano.

 

 

Fonte:

ENTREVISTA COM EDUARDO GALEANO

Entrevistar Eduardo Galeano era um sonho antigo, já que seus livros foram determinantes para a criação do Fazendo Media. Galeano, pra mim, é um ícone. Quando dizem que as ideologias morreram, lá está o Eduardo firme em suas convicções. Quando dizem que tentar mudar o mundo é coisa de adolescente, lá está o Eduardo, aos 65 anos, mostrando que é possível – e necessário – lutar por um mundo melhor. “A parte mais negativa desses últimos anos é uma certa tendência em aceitar como inevitável a pior das heranças coloniais, que é a cultura da impotência”, diz Eduardo, lembrando o tamanho do desafio que temos pela frente. (Marcelo Salles)


 


Marcelo Salles – Em seu livro “De pernas para o ar” você dedica um capítulo inteiro aos meios de comunicação de massa. Queria ouvir a sua avaliação dos meios de comunicação de massa dentro do sistema de poder vigente e como contribuem para transmitir essa cultura de impotência.


Eduardo Galeano – Sim, a transmitir uma cultura da impotência que tem em uma de suas bases dessa cultura de perpetuação, dessa idéia de que você tem direito a existir enquanto você aceite que sua existência será uma obediência. Se você pretende existir com um projeto, a situação fica mais difícil. Então, os meios de comunicação a serviço dessa visão conformista da história, do mundo, da vida, estão agora mais concentrados do que nunca. Os espaços da imprensa independente, da expressão independente, têm se reduzido muito. Com uma exceção, que eu acho muito importante, que é a internet. A internet realmente abriu espaços de enorme difusão a vozes que agora encontram possibilidades de difusão incríveis. E isso é uma boa notícia que a realidade deu contra todos os prognósticos, pois a internet nasceu como uma operação militar do Pentágono para planificar as suas operações. Ou seja, foi uma coisa nascida da morte, do extermínio do outro, pois a guerra é isso. E depois virou um espaço que contém um pouco de tudo, que não é uma coisa só, mas que inclui muitas expressões, da afirmação da boa energia da vida, da energia multiplicadora do melhor da vida, a liberdade, a vontade de justiça.


 


Marcelo Salles – Você acabou de falar da internet, inicialmente usada pelo Pentágono e depois subvertida. Recentemente em Paris as periferias se levantaram e usaram a gasolina para acender os coquetéis molotov, ou seja, usando o mesmo combustível do sistema. Queria saber se você acredita que o sistema tem esse caráter autofágico e se isso poderia ser mais explorado.


Eduardo Galeano – Não sei. Acho que as contradições do sistema capitalista são reais e não produto de uma mente assim doente, febril, de nenhum terrorista conspirador, inimigo da humanidade. Essas contradições têm como conseqüência uma marginalização social crescente. E essa marginalização vai continuar produzindo acontecimentos, que às vezes são controláveis, outras nem tanto, e que podem gerar alternativa. Vamos ver o que acontece, pois ninguém sabe. Esses movimentos, como esses do banlieu, de Paris, que segundo um amigo meu, não sei se é verdade, ban vem de banir, que significa castigar, proibir, expulsar, jogar fora. E lieu significa lugar. Lugar de expulsão, lugar de castigo. A idéia é muito interessante, porque é exatamente isso que está acontecendo. Mas por enquanto são explosões de puro desespero e não tem nenhuma perspectiva de futuro. Tanto é de desespero que muitos dos carros queimados são carros dos próprios queimadores. São filhos queimando o carro do pai que é um operário pobre, que conseguiu comprar um carro pobre, que está sendo queimado pelos seus. É uma agressão contra um sistema segregacionista, humilhante, mas também tem muito de algo auto-destrutivo, suicida, como acontece nos movimentos que são de puro desespero. A esperança que a gente tem é que isso possa, depois, desembocar em outras coisas, como muitas vezes acontece na América Latina, que começa com uma raiva que explode cegamente e depois encontra caminhos para converter em algo bastante melhor. Quer dizer, abrindo perspectivas. Se não fica só como uma testemunha de que essa é uma situação insuportável e que até agora o sistema vinha dissimulando a insuportabilidade da situação. E essa reação tão expressiva, tão curiosa, foi uma reação contra o desprezo cotidiano, multiplicada hoje porque as pessoas que têm alguma coisa a ver com o mundo árabe são os novos demônios, terroristas. E o mundo do bem necessita ter demônios para se justificar. Esse mundo gasta hoje 2 mil e 300 milhões de dólares por dia com a guerra! US$ 2.3 mil milhões por dia na fabricação da morte, na indústria da morte! É até difícil imaginar como é possível. Bom, pra que isso seja possível, que é um escândalo, você precisa ter demônios, é a luta contra o mal. Enquanto isso você tem tanta criancinha morrendo de fome, morrendo de doenças curáveis. É um escândalo! Esse mundo é escandalosamente injusto! Mas aí você precisa de demônios.


 


Marcelo Salles – Por exemplo?


Eduardo Galeano – Hugo Chávez é um demônio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de venezuelanos, que não sabiam ler e escrever, mas vivem num país que tem a riqueza natural mais importante do mundo que é o petróleo. Eu morei nesse país alguns anos e conheci muito bem o que era. Chamam de “A Venezuela Saudi” por causa do petróleo. Tinham 2 milhões de crianças que não podiam ir às escolas porque não tinham documentos. Aí chega um governo, esse governo diabólico, demoníaco, que faz coisas elementares, como dizer “As crianças devem ser aceitas nas escolas com ou sem documentos”. Aí se cai o mundo: isso é a prova de que Chávez é um malvado-malvadíssimo. Já que tem essa riqueza, e graças à guerra do Iraque o petróleo tem cotações muito altas, ele quer aproveitar isso com fins solidários. Ele quer ajudar os outros países sul-americanos, principalmente Cuba. Cuba manda médicos, ele paga com petróleo. Mas esses médicos também foram outra fonte de escândalos. Estão dizendo que os médicos venezuelanos estavam furiosos pela presença desses intrusos trabalhando nesses bairros pobres. Na época em que eu morava lá como correspondente da Prensa Latina, nunca vi um médico. Agora sim há médicos. A presença dos médicos cubanos é outra evidência de que Chávez está na Terra de visita, porque ele pertence ao inferno. Então, quando se lê as notícias, tem que traduzir tudo. A demonização tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte.


 


Marcelo Salles – Como está a questão da água no mundo?


Eduardo Galeano – No dia em que a Frente Ampla ganhou as eleições no Uruguai, final de outubro de 2004, foi realizado o Plebiscito das Águas. Foi o primeiro e último na história universal. Primeira e única vez – não foi contagioso, infelizmente – que o povo foi consultado para ver o que fazer com a água, pois agora temos que recuperar aquela concepção islâmica de que a água é sagrada. Todo mundo fala, e é verdade, que a água será o petróleo de amanhã. Então, os países que têm água são obrigados a defender a água que têm e também a democratizá-la no uso que se faz dela. Então se fez esse plebiscito para saber se a água seria um direito de todos ou se seria um privilégio de empresas privadas. Cerca de 65% votaram pela água como propriedade pública, coletiva. O Uruguai foi o único país que fez um plebiscito. E a Bolívia havia conseguido o milagre da desprivatização da água, com uma série de insurreições coletivas. Lá a privatização chegou a níveis surrealistas. Não se pode acreditar. Em Cochabanba havia sido privatizada a chuva. As águas da chuva não podiam ser armazenadas. Os camponeses não podiam recolher as águas da chuva sem pagar às empresas concessionárias. É a empresa preferida de Bush no Iraque, que depois foi recompensada no Iraque, como é o nome mesmo?


 


Marcelo Salles – Bechtel.


Eduardo Galeano – Bechtel. E depois, em La Paz, houve um processo parecido: a empresa Suez-Lyonnaise, que é francesa, não conseguia explicar porque a parte mais alta da cidade, que é a parte mais pobre, tinha que pagar a maior fatura, que era cinco ou seis vezes maior do que quando a água era nacional. Subitamente o preço da água dispara e chamaram os especialistas franceses junto com o governo boliviano para estudar o assunto, para saber qual a explicação para este fenômeno sobrenatural: o pessoal não paga. Resposta francesa: “os bolivianos não têm hábito de higiene”. Logo os franceses que descobriram a ducha faz quinze minutos. Não se pode acreditar nisso seriamente. Aí o Uruguai dá uma reposta diferente, tentamos dar. Recolher assinaturas da população para chamar o plebiscito e a opção pela noção pública da água triunfa. Mas não teve a menor repercussão mundial. Você fez uma pergunta ligada à mídia, eu queria falar disso depois esqueci. É um caso típico, pois é uma questão fundamental, que acontece num país que não é fundamental, que é um país marginal, pequeno, de quem ninguém fala jamais, não tem a menor repercussão, não existe. Eu fui lewinkisado. Tomava café da manhã com Mônica Lewinsky, almoçava com Mônica Lewinsky, jantava com Mônica Lewinsky. Aquela lingüista da Casa Branca virou a estrela da mídia mundial. E o Plebiscito da Água, que é uma coisa fundamental na vida de todo mundo, ninguém sabe que isso aconteceu. Isso é um bom retrato da mídia. Não teve nenhuma possibilidade de contágio porque não houve nenhuma repercussão. Não se trata de alguma mente malvada que escolhe o que vai divulgar, mas o fato é que a informação privilegiada é a que vem dos países dominantes, e as que dizem respeito aos países dominantes também. E o que acontece nas áreas marginais, no Uruguai por exemplo, é que não existem, somos invisíveis.


 


Marcelo Salles- Recentemente a Assembléia Geral da ONU votou contra o embargo econômico a Cuba, mas o embargo continua.


Eduardo Galeano – Sim, porque a Assembléia Geral faz recomendações, não tem sentido prático. São apenas soluções simbólicas, porque não são resoluções, são recomendações ao poder exercido por um grupinho de países, que são, como se dizia antes, o grande escândalo do mundo. Agora as Nações Unidas estão abençoando a guerra do Iraque, pois estão promovendo os processos eleitorais, e a nova Constituição, sob o patrocínio das Nações Unidas, quando todo mundo sabe que um país ocupado por potências estrangeiras não pode ter eleições livres. Para mim está claríssimo que o mundo hoje não é democrático, está sendo dirigido por alguns organismos internacionais e são estes que decidem. Há um supergoverno que governa os governos. Por exemplo: o Banco Mundial decidiu que em 16 países a água deve ser propriedade privada de empresas. Esses 16 países foram obrigados a aceitar a privatização da água. O FMI decide o ritmo das chuvas, a intensidade do amor dos amantes. Quantos países dirigem o FMI? Cinco, e dentro destes, sobretudo um. O Banco Mundial é mais democrático: são oito países. Por isso o nome “Mundial”. Quem decide as coisas dentro das Nações Unidas? Na Assembléia Geral estão todos, mas estes só formulam recomendações, quem toma decisões é o Conselho de Segurança onde cinco países têm direito a veto. Esses cinco países que prezam pela paz no mundo são os cinco principais produtores de armas. Ou seja: os que lucram com a tragédia humana são os anjos guardiões da paz mundial. Enquanto o mundo não for capaz de mudar essa estrutura de poder não será democrático. E tampouco haverá paz, pois se as guerras necessitam de armas, as armas também necessitam de guerras.


(Fonte: fazendomedia.com)


 


 

Fonte:

PLÁSTICOS PAMPA FORNECE SACOLAS BIODEGRADÁVEIS PARA CAMPANHA – Empresa produz plástico que se degrada em um ano e meio

A Plásticos Pampa, de Eldorado do Sul (RS), é a responsável pelo fornecimento das sacolas biodegradáveis que integram a campanha de verão do Banrisul pela preservação da natureza, cujo slogan é “O seu verão mais tranqüilo”. Para esta ação, foram comercializadas 150 mil sacolas que já estão sendo distribuídas em todo o litoral gaúcho. Estas embalagens foram desenvolvidas sob o selo Pampa Biobag, que identifica a tecnologia pela qual, através de aditivos utilizados no processo de fabricação do plástico, a empresa produz sacolas degradáveis e biodegradáveis.

A Plásticos Pampa é pioneira no Rio Grande do Sul na implementação deste método em sacolas, desde agosto de 2004. As embalagens fornecidas para o Banrisul, assim como as demais produzidas por meio do Pampa Biobag, trazem como grande benefício à natureza a diminuição do tempo de degradação do plástico para aproximadamente um ano e meio, contribuindo com a preservação do ambiente e o desenvolvimento sustentável do planeta.


(Por Erika Mourão – [email protected])

 

 

Fonte:

A FAVELA E O FUNK EM EXPOSIÇÃO NO ASFALTO CARIOCA

Um olhar sem preconceito, realista e até sensual sobre a favela, suas comunidades e o funk é o tema da mais completa exposição de trabalhos realizados pela Agência Olhares do Morro, que desde 2002 reúne jovens fotógrafos da Rocinha, Vidigal e Santa Marta, na Zona Sul Carioca. A exposição será aberta ao público no dia 17 de janeiro, às 11 horas, no Centro Cultural Telemar, no Rio de Janeiro, onde permanece até 05 de fevereiro.

Uma instalação multimídia com 150 imagens de 16 fotógrafos ocupa o sexto andar do Centro Cultural Telemar e retrata a vida das favelas com o “olhar de dentro”, sem a moldura das lutas de facções e de violências policiais. Apresentada em julho 2005 nos Encontros Internacionais da Fotografia de Arles como parte do ano do Brasil na França, a cenografia da instalação é o resultado do intercâmbio entre os fotógrafos da Olhares do Morro com designers da Escola Nacional Superior de Criação Industrial de Paris (ENSCI). Segundo Vincent Rosenblatt, fotógrafo francês que implementou e coordena a agência Olhares do Morro, a instalação multimídia é uma alternativa às exposições de fotografia emolduradas. “Queria um formato virtual que permitisse aos visitantes fácil navegação e percurso entre os temas, os diferentes autores, os sons e a diversidade de territórios fotografados. Através dessas imagens, mostramos a síntese entre a alta e a baixa tecnologia que reina nas favelas. Em meio a construções de tijolo e de madeira, por exemplo, se erguem antenas parabólicas e uma extensa rede de cabos de internet de alta velocidade”, diz ele. O mesmo espaço também será ocupado pelos trabalhos de Daniel Martins (19 anos) que acompanha o seu grupo de amigos numa crônica dos amores adolescentes; Ricardo de Jesus (20 anos), com a boêmia na noite da Rocinha; e Ricardo de Sousa (24 anos), com a intimidade dos travestis, da mesma comunidade. Todas as imagens possuem formato 24×30 a 50×60. A mostra dos três fotógrafos inaugura a “Galeria Olhares”, que surge com a proposta de representar no mercado os jovens artistas oriundos do Núcleo de Expressão Visual – paralelamente ao trabalho da agência, que esta dirigida à distribuição de imagens para a imprensa. Já o quinto andar do CCT, terá o ensaio inédito “Sente a pressão!”, de Vincent Rosenblatt, que mergulha no universo funkeiro e capta imagens dos mais variados bailes na cidade, como Clube do Boquerão, Ferroviário de Austin, Castelo das Pedras a bailes de comunidades no Andaraí e na Mineira, e acompanhando MCs ou equipes de som, como Curtisomrio e Furacão 2000, entre outras.

Após a abertura da mostra, às 17h, haverá uma palestra de Lesly Hamilton, sobre “O Instante da Percepção. Da Foto-Grafia / Desenho de Luz”. A artista introduziu a prática da fotografia na Escola Nacional das Belas Artes de Paris em meados da década de 80 quando a mesma ainda não era considerada como arte. A programação prossegue dia 24 de janeiro, às 15h, com o debate sobre Funk X Mercado, Funk x Liberdade de Expressão, e no dia 31 de janeiro, às 15h, com o workshop sobre Funk Consciente, vertente que oferece uma visão analítica da divisão entre asfalto e morro e o pequeno espaço no mercado. A programação de palestras será encerrada com o ensaio de funk, às 18h, aberto ao público.

Sobre Olhares do Morro: www.olharesdomorro.org Olhares do Morro é uma da poucas agências de fotografias que retrata a vida das favelas e sua dinâmica com o asfalto que a cerca. Seu trabalho foi iniciado na comunidade de Santa Marta, em 2002, com a instalação de um Núcleo de criação fotográfica – um “ateliê selvagem”. Jovens oriundos de várias comunidades são os responsáveis pela produção de imagens, que vai do documentário à fotografia criativa. Para eles, a ong oferece capacitação profissional em fotografia e imagem digital e procura aproximá-los do mercado, além de patrocinar sua produção fotográfica. A meta da ong é descobrir e incentivar continuamente jovens talentos visando dar representatividade à agência por meio de sua rede de correspondentes. Atualmente, o Núcleo de Expressão Visual está sendo implementado na Lapa. O reconhecimento internacional veio rapidamente com exposições realizadas na sede da Unesco, em Paris (em 2004) e, em 2005, Arles, Pantin & Compiègne, e participação na feira de Art Basel /Miami Beach, a maior feira de arte contemporânea das Américas.


(Fonte: Assessoria de Imprensa Olhares do Morro)


Contato: Coletivo Comunicação [email protected]

 

 

 

Sobre o Centro Cultural Telemar


O Centro Cultural Telemar é um espaço voltado para as artes, a tecnologia, o conhecimento e a cidadania. Totalmente sintonizado com a contemporaneidade, foi concebido para levar os visitantes a viverem verdadeiras experiências sensoriais, não só através da arquitetura, mas dos espaços de visitação – galerias, biblio_tec, teatro e cyber restaurante. O Centro Cultural Telemar é um espaço de convergência de culturas, tecnologias, linguagens e pessoas.


(Assessoria de Imprensa Centro Cultural Telemar: Máquina da Notícia (21) 3131 3086 / 3131.3075)

 

 

 

Serviço

Olhares do Morro – Instalação Multimídia Interativa (6o andar)

Galeria Olhares – Ricardo de Jesus/ Daniel Martins/ Ricardo de Souza (6o andar)

Sente a Pressão! – Vincent Rosenblatt / Um ensaio fotográfico nos Bailes

Funk carioca (5o andar)

 

De 17 de Janeiro a 05 de fevereiro 2006, das 11h às 20h

Abertura para convidados: 16 de janeiro, 19h30

 

No auditório

Palestra de Lesly Hamilton (artista), “O Instante da Percepção

Da Foto-Grafia / Desenho de Luz”

Terça-feira, 17/01, às 17h

Debate Funk x Mercado, Funk x Liberdade de Expressão

Terça-feira, 24/01, às 15h

Workshop Funk Consciente; às 18h – Ensaio aberto

Terça-feira 31/01, às 15h

 

Centro Cultural Telemar   www.centroculturaltelemar.com.br

Rua Dois de Dezembro 63, Flamengo – Rio de Janeiro -Telefone: 21 – 3131 3060

 

 

Fonte:

FSM SERÁ TRANSMITIDO PELA INTERNET E TV SUL

(Vitória) Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o jornalista Beto Almeida, responsável pela Nova Televisão do Sul (TeleSul) no Brasil, informou que o Fórum Social Mundial (FSM) deste ano contará com uma ampla cobertura, com todas as grandes conferências transmitidas ao vivo pela TV da integração latino-americana.


O Fórum Social das Américas, capítulo regional que tem por objetivo facilitar a participação, estreitar e fortalecer cada vez mais os laços entre os movimentos sociais do Continente por uma integração soberana, será realizado entre os próximos dias 24 e 29, em Caracas, na República Bolivariana da Venezuela, e contará com uma expressiva delegação da Central Única dos Trabalhadores.


Iniciativa da Venezuela, Argentina, Cuba e Uruguai contra o domínio das grandes transnacionais da desinformação, a TeleSul tem o apoio do Brasil, onde inaugurou recentemente uma sede nova na capital federal. “Estamos expandindo nossas atividades no país”, comemora Beto Almeida, frisando que a estrutura em Brasília passa a contar agora com uma estrutura mais moderna e estúdio para entrevistas.


“É muito importante que o conjunto dos movimentos sociais, em especial o movimento sindical, com suas confederações, federações e milhares de Sindicatos, trabalhe para ampliar a recepção do sinal da TeleSul, que é um canal militante por uma informação veraz e independente dos interesses do capital”, afirmou o secretário nacional de Comunicação da CUT, Antonio Carlos Spis. O dirigente cutista, que também é membro da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), será recebido em Caracas pelo vice-presidente da TeleSul, Aram Arahonian, onde dará prosseguimento ao convênio para o intercâmbio de conteúdos entre CUT-TeleSul. A Central irá disponibilizar em DVD programas da TV CUT e do Repercute, que serão dublados ou legendados e inseridos na programação da Nova Televisão do Sul.


Além de parcerias com a Radiobrás e vários canais comunitários, a TeleSul vem sendo transmitida em canal aberto no Brasil pela TV Educativa do Paraná e pode ser acessada também pela internet pelo www.tvcomunitariadf.com.br


“Estamos construindo mais que uma emissora, uma ampla rede. É o momento de instalarmos milhares de receptores em sindicatos, assentamentos rurais, associações comunitárias e centros culturais para continuarmos conquistando novos espaços e avançando”, conclui Beto Almeida. Mais informações ligue (61) 3343.2713.


(Fonte: CUT/ES)

 

 

Fonte:

Categorias
Notícias da Federação

GOVERNO NÃO ABRE MÃO DO CONTROLE DA MINUSTAH

Na noite anterior à sua morte, o general Urano Bacellar teve uma reunião difícil com representantes da Câmara do Comércio e Indústria do Haiti, segundo informações de uma repórter do jornal Haiti Progres. Os representantes da elite haitiana exigiram uma abordagem mais pesada contra os bairros periféricos da capital Porto Príncipe, como Cité Soleil – onde se encontram em massa os opositores do atual regime e integrantes do Lavalas, partido do presidente deposto, Jean Bertrand Aristide.

Ao mesmo tempo, o chefe diplomático da ONU no Haiti, Juan Valdes, pressionava Bacellar para que a Minustah ocupasse estes bairros, com a justificativa de que ali se abrigavam grupos que vêm realizando uma onda crescente de seqüestros. Ativistas de direitos humanos afirmam que o motivo real é a perseguição aos opositores do atual regime. Ainda de acordo com a repórter, Bacellar negava o endurecimento das missões e a ocupação dos bairros.

Após a morte – por motivos ainda não confirmados – do general Urano Bacellar, então comandante da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), o governo brasileiro afirmou que não abrirá mão do controle das tropas. A estratégia do Brasil é, através da ação no Haiti, garantir uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. A Minustah, que tem como função garantir a estabilidade do governo imposto pela França, EUA e Canadá após a derrubada de Jean Aristide em 2004, até agora consumiu R$340 milhões somente do Brasil e deixou um saldo de mais de 200 mortos/as. Com a morte de Bacellar, o general chileno Eduardo Aldunate assumiu o comando provisoriamente, até que a ONU nomeie o próximo comandante oficial – provavelmente um brasileiro. Aldunate foi um importante membro do Exército durante a ditadura de Pinochet (1973-1990). Além disso, o general recebeu treinamento na Escola das Américas, criada pelos EUA em 1946 e responsável pela formação de militares que deram suporte para ditaduras em todo o continente.

Fonte:

Categorias
Notícias da Federação

LEIS INTERESSANTES DE 2005

Dos Deputados:

Lei 11.203/05 – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) – Institui o dia 3 de dezembro como o Dia Nacional de Combate à Pirataria e à Biopirataria.

 

Lei 11.104/05 – Luiza Erundina (PSB-SP) – Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.

 

Lei 11.172/05 – Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) – Institui o Dia Nacional de Combate à Pobreza.

 

Lei 11.162/05 – Eduardo Barbosa (PSDB-MG) – Institui o Dia Nacional da Assistência Social.

 

Lei 11.142/05 – Takayama (PMDB-PR) e co-autores – Institui o Dia Nacional da Imigração Japonesa.

 

Lei 11.121/05 – Roberto Gouveia (PT-SP) – Institui o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

 

 


Dos Senadores:

Lei 11.133/05 – Paulo Paim (PT-RS) – Institui o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência.

 

Lei 11.126/05 – Romero Jucá (PMDB-RR) – Dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia.

 


Lei 11.108/05 – Ideli Salvatti (PT-SC) – Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte:

Categorias
Notícias da Federação

TERCEIRO MAIOR BANCO DO MUNDO SE PREPARA PARA A GRIPE AVIÁRIA

Com uma velocidade muito maior que a dos governos de todo o mundo, os banqueiros parecem já ter resolvido o problema da gripe aviária. O problema deles, naturalmente. E está pronta a fórmula para lidar com a “falta de funcionários” que uma epidemia provocaria.
 
O terceiro maior banco do mundo, o HSBC Holdings, já traçou planos para lidar com a ausência de até metade de seu quadro de funcionários se houver uma epidemia de gripe aviária, publicou o Financial Times.
O jornal citou o diretor de gerenciamento de crise do grupo, Bob Piggot, que disse que diversos outros bancos tinham estimativas similares de ausência de empregados durante uma epidemia que durasse mais de três meses.
“(A gripe aviária) é provavelmente o maior desafio para o grupo todo”, afirmou Piggott. “Nenhum de nós conhece os efeitos do vírus, mas preferimos estar preparados para o pior.”
O vírus H5N1 da gripe aviária matou, ao menos, 84 pessoas na China e no sudeste da Ásia desde 2003, porém a descoberta de novos casos de contaminação na Turquia marcou uma reviravolta em direção oeste, rumo à Europa.
No mês passado, especialistas da área de saúde da União Européia estimaram que uma epidemia de gripe aviária pode resultar em licença por enfermidade de 25% da força de trabalho da Europa.
Segundo Piggott, muitos empregados ficariam em casa por estarem contaminados com a gripe aviária, alguns teriam infecções secundárias e outros estariam ausentes para cuidar de membros da família.
Ele acrescentou que o HSBC, que emprega mais de 250 mil pessoas em 77 países, já fez planos de aumentar o trabalho a partir de casa e de outras medidas para minimizar o impacto de uma epidemia.

 

 

 

Fonte:

Categorias
Notícias da Federação

2005 TEM MENOR INFLAÇÃO EM SETE ANOS

O custo de vida no município de São Paulo registrou, em 2005, a menor elevação dos últimos sete anos, segundo cálculos do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Entre janeiro e dezembro de 2005, o Índice do Custo de Vida (ICV-DIEESE) subiu 4,54%, taxa superior apenas à verificada em 1998 (0,49%), e a segunda menor de toda a história do indicador, iniciada em 1959. A taxa do ano passado foi, ainda, 3,16 pontos percentuais inferior à de 2004 (7,70%).

Nos últimos 12 meses, a variação acumulada anual, que começou 2005 em ascensão, voltou a recuar nos dois últimos meses do ano, permitindo chegar à segunda menor taxa do ICV. Em janeiro, a taxa situava-se em 7,12%, e subiu nos meses seguintes até atingir o ponto mais alto em abril (8,50%). A partir de então, as variações anuais apresentaram um comportamento declinante até agosto (4,89%), voltando a crescer em setembro (5,34%) e outubro (5,37%). Nos dois últimos meses de 2005, novembro (4,90%) e dezembro (4,54%) as taxas anuais reduziram-se novamente, e o ano terminou com a menor variação para o período.

Quando são considerados os estratos de renda para os quais o ICV-DIEESE é calculado, verifica-se uma correlação positiva, com taxas mais baixas para as famílias de menor poder aquisitivo. O estrato 1, que corresponde à estrutura de gastos de 1/3 das famílias mais pobres (renda média = R$ 377,49*), registrou a menor elevação, com taxa de 3,80%. Para o estrato 2, que contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média = R$ 934,17*), a taxa foi de 4,09%, enquanto para o estrato 3, que se refere às famílias de maior poder aquisitivo (renda média = R$ 2.792,90*), a taxa ficou em 4,94%.

O comportamento em dezembro – No mês de dezembro, o custo de vida medido pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – para o município de São Paulo, registrou taxa de 0,19%, 0,19 ponto percentual inferior à apurada em novembro (0,38%). Transportes (0,14 pp), Alimentação (0,06 pp) e Habitação (0,03 pp) foram os grupos que determinaram o registro de taxa positiva no mês. Por outro lado, Despesas Pessoais (-0,01pp) e Equipamento Doméstico (-0,03pp) contribuíram para reduzi-la.

O DIEESE observou, em dezembro, uma correlação positiva entre o comportamento dos preços e a renda familiar, com aumentos menores para quem tem rendimento mais baixo. Assim, para o estrato 1, que corresponde à estrutura de gastos de 1/3 das famílias mais pobres, a taxa ficou em 0,11%. Para o estrato 2, que contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento, a taxa foi de 0,18%, enquanto para o estrato 3, que reúne famílias de maior poder aquisitivo, a alta chegou a 0,22%.


(Fonte: Dieese)

 

* Os níveis de rendimento referem-se aos valores definidos para junho de 1996, quando da implantação da atual ponderação

 

 


 

Fonte: