Avaliador de Penhor é atividade insalubre, conclui estudo

Foto: Nando Neves

Em reunião realizada na sede da Fetraf-RJ/ES no último dia 04, representantes da CEE/Caixa e da ANACEF – Associação dos Avaliadores de Penhor da Caixa receberam o médico do Instituto Síntese, Paulo Roberto Kauffmann, que apresentou os resultados de estudo feito sobre a atividade dos avaliadores. A conclusão do estudo foi que o trabalho é insalubre, ao contrário do que alegou a Caixa em julho de 2016.

O Instituto Síntese verificou, através de questionário respondido pelos avaliadores, documentos e fotografias dos locais de trabalho, o que o movimento sindical já apontava há anos: que a atividade tem, de fato, características que a tornam insalubre. A exposição a produtos químicos e o tempo de trabalho dos avaliadores são os principais fatores de risco, mas há outras questões. Além de avaliar joias e peças valiosas, na prática do dia a dia estes funcionários acabam desempenhando outras tarefas, como operar caixa e atender clientes. Com isto, o uso do EPI – Equipamento de Proteção Individual fica limitado ou impedido. Foi verificado, também, que os EPIs disponibilizados não são eficazes para proteger contra substâncias ácidas. Outro problema é que nem sempre estes equipamentos estão disponíveis em número suficiente, forçando alguns empregados a trabalhar sem eles.

Em agosto de 2016, sem nenhuma discussão prévia com os trabalhadores, a Caixa cortou o pagamento do adicional de insalubridade pago aos avaliadores. A justificativa apresentada foi um laudo apresentado pela Caixa, apontando que a atividade não era insalubre. O movimento sindical questionou este estudo, feito sem que os avaliadores sequer tivessem sido informados. O adicional só voltou a ser pago após acordo entre os representantes dos empregados e o banco, que deveria ser mantido até que fossem apresentados estudos conclusivos sobre a atividade.

Com a conclusão deste segundo estudo, feito de maneira transparente e acompanhado por ambas as partes, os trabalhadores esperam que a Caixa inclua, definitivamente, o adicional de insalubridade no vencimento dos avaliadores de penhor. “O trabalho de avaliador de penhor, além de altamente especializado, envolve a manipulação de produtos químicos tóxicos. Não conseguimos entender que estudos foram estes, apresentados pela Caixa, que ignoraram esta condição e apontaram a atividade como não insalubre”, critica Luiz Maggi, diretor de Bancos Federais da Fetraf-RJ/ES. “Vamos tomar as medidas para que a Caixa mantenha o pagamento do adicional”, conclui o dirigente.

 

Fonte: Fetraf-RJ/ES, com informações da Fenae