Bancários do BB discutem combate ao assédio em primeira rodada de negociação específica

Nesta sexta-feira, 15 de julho, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) participou da primeira rodada de negociação específica com o banco.

O tema foi igualdade de oportunidades, com foco no assédio moral e sexual.

Goretti Barone, diretora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES), representou a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na reunião.

“Entendemos que esse tema está na ordem do dia. As negociações com a Fenaban já foram iniciadas e precisamos avançar conjuntamente para superar essas violências no nosso ambiente de trabalho”, declarou Goretti Barone.

As propostas da CEBB para o combate ao assédio acompanham as exigências apresentadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) à Fenaban, durante a reunião do Comando Nacional, realizada no dia 6 de julho: treinamento e formação do quadro para a promoção de debates sobre o tema; acolhimento das denúncias e apuração bipartite (banco e sindicato); proteção e assistência às vítimas e punição dos culpados.

A pauta foi apresentada pela Secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes.

Dados do assédio

Durante a reunião, a CEBB ratificou a ocorrência de assédio sexual no mercado de trabalho, com base em pesquisa da consultoria Think Eva e da rede social coorporativa LinkedIn, que indicam que 47,12% das participantes afirmam ter sido vítimas de assédio sexual.

A mesma pesquisa aponta impactos para saúde das mulheres assediadas, como sintomas de ansiedade e depressão, diminuição da autoestima, afastamento dos colegas de trabalho e medo. Entre as barreiras indicadas para que as mulheres denunciem a violência sofrida estão a sensação de impunidade em relação ao assediador, o medo de exposição e a culpabilização da vítima.

Diante desses dados, a Comissão de Empresa questionou o banco sobre os procedimentos de acolhimento às vítimas e o tratamento das denúncias de assédio. “Salientamos que é importante incentivar uma cultura geral de combate ao assédio. Não pode haver tolerância e a responsabilidade de denunciar deve ser coletiva, não apenas da vítima. Se eu vejo um colega sendo assediado, preciso interferir. Defendemos, nesse sentido, uma prática de solidariedade, aliada a uma política institucional sólida de combate à violência sexual e moral no banco”, explicou Goretti.

Segundo a diretora, os representantes do banco reconheceram que o assédio sexual existe e se mostraram preocupados com o problema. “Queremos agora que essa preocupação se converta em ações efetivas de combate para pôr fim a essa prática”, concluiu.

Calendário específico

A Comissão de Empresa solicitou uma nova reunião sobre o tema de igualdade de oportunidades para tratar de outros pontos, como a questão racial e o respeito à diversidade. A data ainda não foi confirmada, mas deve se somar ao calendário geral de negociações com o BB, já definido:

15/07 – Igualdade de oportunidades

27/07 – Emprego e terceirização

29/07 – Cláusulas sociais

02/08 – Segurança bancária

04/08 – Teletrabalho

09/08 – Saúde e condições de trabalho

15/08 – Cláusulas econômicas

17/08 – Representação