A manhã do último sábado, 10 de maio, foi de muitos debates para os funcionários do BB do estado do Rio de Janeiro. O encontro regional, que elegeu delegados ao Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, reuniu 77 delegados e teve a presença de representantes dos sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro, Teresópolis e Três Rios.
Três chapas se apresentaram para compor a delegação do Rio de Janeiro ao Congresso Nacional do BB. A composição obedeceu à proporcionalidade dos votos recebidos por cada uma, garantido o mínimo de um voto para cada uma. O Rio de Janeiro envia 28 delegados, do total de 34 vagas à que a Fetraf-RJ/ES tem direito. Os demais serão delegados do Espírito Santo. O resultado da votação para compor a delegação fluminense foi o seguinte:
Chapa | Votos | Delegados |
Unidade para Vencer | 41 | 17 |
Novo Rumo | 28 | 11 |
Unidade Classista | 3 | 1 |
Melhorando
A parte das exposições, com os convidados, foi a que exigiu mais atenção dos presentes. Miriam Focchi apresentou esclarecimentos sobre a Cassi em questões do maior interesse dos usuários. A mais delicada diz respeito às negativas de procedimentos que envolvem utilização de próteses ou órteses. “As órteses, próteses e materiais especiais – OPMEs, representam um dos principais fatores do aumento dos custos para as operadoras. Já centralizamos a compra destes materiais, e temos sido criteriosos na concessão das autorizações. Não estamos simplesmente negando para cortar despesas, mas para garantir que os associados façam somente cirurgias que forem realmente necessárias. E nós colocamos a segunda opinião à disposição dos usuários. Para cirurgias de coluna, o hospital Albert Einstein, e para cirurgias buco-maxilo-faciais, a Clínica BMF, ambos em São Paulo”, explica Miriam.
Miriam ressaltou que a questão dos custos elevados destes materiais tem recebido atenção especial tanto do Ministério da Saúde quanto das operadoras de planos – e também da agência reguladora do setor, a ANS. Recentemente, o diretor de Fiscalização da ANS, Bruno Sobral, publicou um artigo questionando a situação. Na Câmara dos Deputados, foi apresentado no final de março requerimento para criação de uma CPI para investigar o que se chamou de “máfia das órteses e próteses no Brasil (veja aqui a íntegra do requerimento e aqui artigo do diretor de Fiscalização da ANS, Bruno Sobral, sobre o assunto).
A diretora eleita também destacou que tem havido melhorias no serviço de Assessoria ao Participante, que é a central de informações para casos mais graves e complexos. O serviço pode, por exemplo, monitorar cada caso e avisar o usuário caso haja algum problema. “Já temos em São Paulo e no Distrito Federal. A dificuldade de expandir o serviço se deve à dificuldade de contratar funcionários, porque o BB não permite”, esclarece.
Outro informe foi referente ao autoatendimento oferecido pela Cassi aos usuários. Através do site da caixa de assistência é possível consultar o andamento de autorizações para realização de exames e procedimentos médicos. “Assim que o profissional envia o pedido, ele é registrado no sistema. Se o usuário não vê o pedido, é porque não foi enviado. Assim, ele pode cobrar diretamente do médico. Isso reduz os custos do serviço 0800 e agiliza para o usuário. Miriam também destacou que as Unidades e CliniCassis estão passando por um processo de modernização. A CliniCassi do DF está passando pelo processo de certificação internacional e o objetivo é que as demais também recebam os certificados.
Miriam destacou, ainda, que o usuário também pode contribuir para a redução de custos do serviço – e também para si mesmo, já que há coparticipação. “É preciso conferir o Extrato de Utilização. Conseguimos identificar uma fraude no Distrito Federal graças a um usuário que reclamou de um exame que não tinha feito. Fomos verificar um a um todos os exames realizados na clínica e vimos que muitos não haviam sido realizados. A clínica enviou guias de atendimento até de gente de outros estados”, cita a diretora.
Bem, obrigado
Já Marcio de Souza apresentou algumas informações sobre a Previ, destacando que os três planos estão com sua estrutura preservada. “Apesar da bolsa ter caído mais de 15 % em 2013, o Plano 1 teve rentabilidade de 7,3 % e o Previ Futuro, de 3,8 % . Outros fundos tiveram queda de pelo menos 4 % ”, aponta o gerente executivo.
Márcio ressaltou que em 2013 o plano Previ Futuro completou 15 anos de existência e 256 funcionários conquistaram elegibilidade para receber benefícios. Mas somente 12 solicitaram. As pessoas fizeram as contas e perceberam que era mais vantajoso não pedir agora, trabalhar mais alguns anos”, informa. Ele também informou que o plano tem 94 % de adesão – um índice que pode ser considerado alto – e que é importante agora que sejam feitas mudanças no regulamento para obter melhorias, como o resgate das cotas patronais para o funcionário que deixa o banco.
Mas o principal fator que ameaça a saúde da Previ são os processos. “O banco piorou as relações com os funcionários, que entram com ações na Justiça. Isto se reflete na Previ. Estima-se que haja entre 30 e 40 mil processos em andamento. O problema é que, quando a sentença é dada, é feito o depósito para cobrir às contribuições que é inferior à reserva matemática do funcionário. Quando ele começa a receber, seu saldo é menor que o necessário para cobrir o pagamento de seu benefício. É preciso que esteja registrado na sentença que o banco fique responsável por integralizar a reserva matemática”, defende Márcio.
Inovando nos abusos
Os representantes da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB também apresentaram informes. Sérgio Farias começou falando do intenso assédio moral que tem sido praticado dentro do banco. “O acordo aditivo proíbe o envio de mensagens por SMS, mas o banco passou a usar o WhatsApp. Ora, é a mesma coisa! O banco está usando uma tecnicalidade para burlar o acordo”, critica o sindicalista. Sérgio também relatou que os gerentes de agência têm reclamado intensamente das pressões exercidas pelos superintendentes. Estes funcionários têm também sido descomissionados quando suas unidades não atingem a meta ouro. E até com os campeões há um procedimento, no mínimo, equivocado: os gestores que alcançaram bons resultados receberam como prêmio uma viagem em pleno fim de semana do dia das mães.
Outra situação também mereceu atenção dos presentes. “O banco está selecionando para as promoções somente funcionários que não participam dos movimentos grevistas e aqueles que não têm histórico de participação no movimento sindical. Na entrevista de seleção, a primeira pergunta é: “você faz greve?”. Dirigentes dos sindicatos e delegados sindicais também estão sendo preteridos. E os gestores não podem mais indicar pessoas para as promoções, é a superintendência que decide”, informou Carlos de Souza, representante suplente da base do Rio de Janeiro na CEE. Esta denúncia preocupou os dirigentes sindicais presentes e ficou acertado que cada sindicato filiado apresentará um relatório da situação em suas bases. “Precisamos de informações para que possamos solicitar uma reunião com o banco para tratar do assunto. Os sindicatos devem se empenhar neste levantamento”, orienta Nilton Damião Esperança, vice-presidente da Fetraf-RJ/ES.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES