Nesta quinta-feira, 04, bancários e bancárias do Banco do Brasil fizeram novas ações sindicais contra a reestruturação do banco — plano que prevê o fechamento, a transformação de agências em lojas e postos de atendimento e a demissão de mais de 5 mil empregados. Foram retardadas em uma hora a abertura das agências Expedito Garcia, em Cariacica, e Santos Neves, em Cachoeiro de Itapemirim. Ambas integram a lista das oito unidades que devem ser fechadas no Espírito Santo até o final de março.
Durante a ação, diretores e diretoras do Sindicato dialogaram com a população e colheram assinaturas para um abaixo-assinado que será direcionado para a direção do banco e autoridades públicas, a fim de pressionar a reversão das medidas.
“Percebemos muitas pessoas surpresas e indignadas com o fechamento da agência, especialmente aposentados e pensionistas. Recebemos muito apoio da população local, que sabe que terá o acesso aos serviços do banco reduzidos sem a unidade”, relata a diretora Evelyn Flores, diretora do Sindicato e empregada do BB.
Evelyn acompanhou a mobilização da agência Expedito Garcia, que administra uma carteira de 7.500 clientes Pessoa Física e 300 clientes Pessoa Jurídica.
A mesma insatisfação foi observada em Cachoeiro de Itapemirim, cidade ao sul do Espírito Santo. “Os clientes acharam um absurdo, sobretudo porque a agência atende bastante comerciantes e empresários. Aqui existem muitas empresas próximas que usam a agência e que serão prejudicadas sem ela. A insatisfação é total”, desabafa Thiago Guimarães, diretor do Sindicato que atua na subsede local.
A agência Santos Neves atende a 4.000 clientes Pessoa Física e 200 Pessoa Jurídica. Ela também administra R$ 4 milhões em crédito para agricultura familiar e R$ 1,5 milhão em crédito para micro e pequenas empresas, por meio de programas que financiam o desenvolvimento socioeconômico da região.
Bancários são realocados
Muitos empregados tiveram que reorganizar suas vidas subitamente com o anúncio de fechamento das agências. No caso do interior, o processo de realocação pode ser ainda mais penoso, pois nem sempre há chances de permanecer na mesma cidade.
“Os bancários estão muito preocupados. Alguns terão que ir para outra cidade e já estão buscando imóvel para alugar, outros ainda nem sabem para onde vão. É um processo que exige esforço financeiro, emocional e de reorganização de toda a vida, não só do bancário, mas da família também”, explica Thiago.
A diretora Evelyn Flores lembra que desde o início da reestruturação, anunciada em janeiro, não houve diálogo por parte do banco com o Movimento Sindical, apesar das cobranças por negociação. A única saída foi fortalecer a organização dos empregados para resistir às medidas.
“Sabemos que é um processo que vai contribuir para o enfraquecimento do Banco do Brasil como empresa pública. É parte do projeto de desmonte para favorecer a privatização do banco, plano já anunciado pelo Governo Federal. Essa reestruturação não traz nenhum benefício para empregados ou para a população. Os prejuízos, ao contrário, serão enormes para todos”, alerta.
As ações desta quinta-feira fazem parte de um longo calendário de mobilização que já incluiu greves, paralisações, plenárias, ações conjuntas em rede social e outros protestos. Novas atividades devem ser realizadas ao longo das próximas semanas, como parte da articulação nacional dos empregados do BB.
Reestruturação do BB no ES
Agências previstas para fechamento:
Av. Fernando Ferrari (3084)
Leitão da Silva (2921)
Expedito Garcia (5978)
Jardim Limoeiro (5979)
Rodovia Carlos Lindenberg (8066)
Itaipava (4442)
Santos Neves (4672)
Pedro Canário (4579).
Agências previstas para serem transformadas em lojas:
Ibiraçu (2112)
Lagoa do Meio (5800)
Piúma (4557)
São Silvano (4290).
Agências previstas para serem transformadas em Postos de Atendimento:
Itapoã (3195)
Rio Novo do Sul (3760)
São José do Calçado (4558).
Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo