O senador Lindberg Farias (PT-RJ) abriu o seu gabinete e recebeu uma comissão de diretores do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ-ES). Os dirigentes relataram a atual situação de esvaziamento da área-meio do Banco do Brasil, com foco neste momento no desmonte da Gecex.
Os sindicalistas denunciaram os impactos sofridos pelos funcionários, como a queda da remuneração compulsória, uma arbitrariedade da atual diretoria do banco, em nome de uma pseudo eficiência operacional. Lembraram ainda das consequências do desmonte para a economia do estado.
A audiência faz parte das articulações com parlamentares para barrar a restruturação. Participaram do encontro a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, e a diretora do Sindicato Rita Mota, além de Paulo de Tarso, diretor da Fetraf RJ-ES.
Plenária nesta quarta
O modelo de gestão que vem sendo imposto no Banco do Brasil pela atual diretoria prevê a expansão do desmonte que acontece agora na Gerência Regional de Apoio ao Comércio Exterior (Gecex) para outras unidades-meio. Por isso o Sindicato convoca os funcionários de todos estes setores para uma grande plenária, na quarta-feira (17), às 18h30, no auditório da CUT Rio de Janeiro (Avenida Presidente, 502, 15º andar).
“É preciso deter a reestruturação que vem ocorrendo na Gecex porque ela abre caminho para outras que acontecerão em unidades-meio, como parte do modelo de gestão do BB que copia o de bancos privados”, advertiu Rita Mota.
A dirigente lembrou que desmontes recentes já ocorreram na Diretoria de Mercados de Capitais (Dimec), Diretoria de Seguridade (Diseg), Corporate, Tecnologia (Andaraí), Centro de Processamento de Serviços e Comunicações (Cesec).
“A tendência é que o esvaziamento continue, extinguindo a área-meio com a transferência dos funcionários para as agências com a exigência de metas abusivas”, alerta o diretor do Sindicato José Henrique Rocha. Este processo esvazia economicamente o Estado do Rio de Janeiro.
BB retalia paralisação
O Banco do Brasil, controlado pelo governo federal, vem agindo como um banco privado também na sua relação com os funcionários, tomando atitudes antissindicais, inconstitucionais e ilegais. No dia 26 de novembro, os funcionários da Gecex paralisaram as suas atividades, direito garantido pela Constituição, por discordarem da “reestruturação” que vem sendo feita na unidade e que causará prejuízos financeiros.
No entanto, o banco decidiu punir os empregados, mas emitiu a notificação para que se descontasse a paralisação depois do ponto fechado, no dia seguinte, violando, com esta atitude da gerência da Gecex, os artigos 3º, inciso IV da portaria 373, de 25 de fevereiro de 2011, do Ministério do Trabalho e Emprego.
A atitude feriu também a cláusula 37ª, parágrafo 2ª do acordo coletivo específico de trabalho assinado entre o BB e a Contraf-CUT.
O Sindicato enviou ofício à Diretoria de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas, solicitando reunião para discutir o assunto e pedir a anulação das notificações. No documento o Sindicato cita as normas desrespeitadas e lembra que este ato pode gerar precedentes, permitindo que esta ou qualquer outra administração altere a qualquer momento o ponto dos funcionários.
Fonte: Seeb-Rio